Uma das grandes vantagens da democracia é que podemos gozar à brava com os idiotas úteis que nos dizem governar. Melhor: dos espertos que nos desgovernam e nos vão ao bolso por via de toda a espécie de impostos.
Está bom de ver que já ninguém suporta o alinhamento dos telejornais generalistas: são iguais em todos os canais. Imagens iguais, títulos iguais e uma obsessão: a palavra CRISE. O mote mais imbecil e castrante que se podia ter inventado. As televisões acham que ganham com as reportagens permanentes sobre a fábrica que fechou, o supermercado de esquina que foi assaltado (até com directos senhores!), o casal que adoptou uma criança já com idade de ir para a tropa, o reformado burlado, o jovem que bateu na avó, o cão que se evadiu do canil, o marido que foi às putas e apanhou doença venérea, o padre que está no Facebook, a crise da fábrica de alfinetes, o buraco atrás da casa, a árvore que cresceu no meio de uma avenida, a Crise... Uffff!! se é para este tormento que pagamos Tv Cabo ou se é para ver isto que arriscamos a vida para pormos uma antena no topo da chaminé, acho melhor transformar a velha televisão num aquário e usarmos o plasma para vermos a net.
Esta obsessão pela crise de cá, e pela crise lá de fora, põe o moral dos portugueses de rastos. Não há operário que tenha ânimo em ir trabalhar de madrugada, professor que lave os dentes para não afugentar os alunos com o hálito, não há jornalista que levante o cu da cadeira para ir cheirar o mundo e contar, não há gestor exemplar que se esforce pela fresquinha em ir para o ginásio ou SPA castigar o corpo, suar que nem um porco, e pôr a empresa a trabalhar a toque de Rolex.
Há uma crise de imaginação e essa mediocridade, que estava instalada, entranhada no país, já muito antes desta treta da crise, tem agora uma legitimidade acrescida. Os medíocres ganharam um escudo de protecção, os do mainstream venceram contra os outsiders, os que arriscaram, os que ousaram. Esta é a grande derrota: a perda cada vez maior da liberdade, da possibilidade de se ser diferente, opinativo, contra a corrente. A história de dar os dois passos à frente para recuar um, acabou. Agora quem der dois à frente, dará três atrás, ou pode dar o tal passo à frente, fatal, para o abismo.
O ânimo de que precisamos não é certamente a injecção de dinheiro fresco, nosso, na banca que andou a brincar aos casinos, com gestores aventureiros, que fizeram da economia tábua rasa e do jogo da finança uma das maiores perversões do nosso tempo.
No filme de Pasolini "Os 120 dias de Sodoma" há um oficial que no meio de um bacanal afirma:" nós que detemos o Poder é que podemos ser os verdadeiros anarquistas. Podemos tudo fazer".
No meio deste enredo há depois os pigméus, aqueles pequeninos que têm usado a política para engrandecimento pessoal. Os apaniguados do regime. O ex- otelista e pintasilguista Augusto Santos Silva é um desses, e não tem pejo em o afirmar. Defende o chefe com fieldade canina e na hora de responder aos opositores puxa do malho e toca a rebimbar. Como eu o percebo: também eu adoro malhar em Sócrates.
Luiz, não concordo de todo com essa ideia de que todas os serviços noticiosos são iguais!
ResponderEliminarExiste uma grande diferença entre a RTP e os demais. A RTP é claramente uma ferramenta do governo e descaradamente manipulada por este. Compare lá o tempo de antena e o trabalho de investigação dedicado pela RTP e pelos outros canais. Deverá encontrar uma grande diferença tanto a nível de quantidade como de qualidade. E as notícias relativas aos partidos da oposição e mais concretamente ao PSD? Na RTP só aparecem aí após 20 minutos de terem começado as notícias.
E o prós e contras? Esse programinha escandaloso de propaganda do governo? Já nem a moderadora o consegue esconder! Já se mandam bocas a dizer que aquilo se devia chamar prós e prós e até o inimigo público já noticiou que a Fátima CF foi "agraciada" pelo PS.
E o tempo de antena exclusivo do ps/governo, na voz desse grande comentador imparcial antónio vitorino, para quem tudo o que o ps/governo faz é ouro e que tudo o que a oposição faz não presta?
A RTP tornou-se num cancro televisvo. Tal como a tvi consegue ser popularucha e atrair o povinho, a RTP tornou-se instrumentalizada pelo pinócrates, coisa que ele repudiava quando estava na oposição.
Quanto ao outro do malhanço, para vir com essa conversa, ou se estava a referir a linguagem de ginásio, ou então é mesmo um triste doente da cabeça que não deve ter mais nenhum interesse na vida.
Quando eu me referi ao tempo de antena e dedicação gasto pela RTP e pelos outros canais, esqueci-me de escrever que me estava a referir ao caso "fripór" (correctamente dito pelo inglês técnico do pinócrates).
ResponderEliminarEntão agora o tipo anda a apregoar que vai tirar aos ricos para dar à classe média :-))))
ResponderEliminarGanda jogada.
Num dia em que as finanças, anunciam, que podem ir vasculhar as contas bancárias perante sinais exteriores de riqueza!
Primeiro, tirar aos ricos é pura ficção. A esta hora já todos eles puseram as suas gordas poupanças em offshores (os que ainda não tinham posto, claro), por isso não vão haver ricos em portugal dentro de pouco tempo;
Segundo, como é que as finanças vão analisar o caso da sua mãe que compra uma casa com o pequeno rendimento declarado, em sede de irs, que muitos portugueses que se fartaram de trabalhar gostariam de ter?
Não temos razões afinal, para malhar no zézito?