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segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Low cost nos hóteis, já.

Esta crise vai mudar muita coisa, isto se a sociedade, cidadãos, governos, empresas, perceberem que teremos de assumir uma nova atitude face à vida. E essa atitude tem de ser cultural. Teremos de passar a dar mais importância à essência, ao conteúdo e teremos de estar mais disponíveis para o lado estético baseado na essência. A velha discussão forma-função ou estética-ética ou forma e conteúdo regressa. Temas que na minha juventude me entusiasmavam e que acabaram por se reflectirem no meu trabalho de fotógrafo, antes de arquitecto e em muita coisa que hoje faço em vídeo.

Isto vem a propósito de um carro com que andei dois dias e de um hotel onde fiquei no Porto.
O carro era um utilitário a quem a fábrica destinou um modelo coupé a armar ao sport. Resultado: mesmo sendo o motor o mesmo de um furgon, cantando o carro como uma empilhadora, toda a gente parava na rua a cobiçá-lo. Perante a aproximação de um curioso disse-lhe:"isto não é meu e acho que parece um carro de cabeleireira (com todo o respeito)! Arrependi-me logo quando o curioso disse que tinha o modelo anterior e que aquilo devia ser uma bomba ! Acabei por dizer o melhor da máquina (até porque é mesmo boa, só não compartilho o estilo).
Lição 1. as marcas vão ter que reduzir os modelos mais fúteis e apostarem na economia e no sonho (não é incompatível).

No tal hotel estava eu a ler um artigo no P2 do Público sobre o novo conceito de hotéis baratos e confortáveis, os hostéls. Naquele onde eu estava, nada barato, embora com um desconto signifcativo, a net era paga à parte, o estacionamento pago à parte, não havia um único sítio para se poder fumar (inacreditável!) e o pequeno almoço foi servido com total incompetência. Até o pão faltou!

Lição 2. A hotelaria tem de ser mais barata, friendly, o que não implica menos higiene e menos conforto. Agora que os hotéis de "n" estrelas têm de aprender que as alcavalas nos preços só afugentam clientes, e já ninguém tem pachorra, nos dias que correm, para pagarem balurdíos por mordomias que qualquer rede de hotéis low coast já oferece.

Uma vida melhor. mais racional, mais inteligente. Talvez um pouco o espírito Ikea.

2 comentários:

  1. Coast significa costa e não custo (cost) que acho que é o pretendido.

    Hóteis não leva acento nessa sílaba mas sim como hotéis.

    Em relação ao "artigo" propriamente dito, a relação que os portugueses tem com os carros é essa mesmo, podem ser uns grandes chaços mas são umas bombas.

    Nos hotéis, a qualidade é assim porque ninguém se queixa. E também porque quem os gere tem um total desconhecimento da concorrência actual, julgam que lá por serem low cost são maus. É mais uma questão de estatuto, um hotel de 5 estrelas, com 30 anos, mau atendimento e caro é sempre melhor, na opinião desses saloios, que um hotel low cost, com instalações adequadas, limpas e sem luxos, com bom atendimento, internet sem fios e outros serviços.

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