Portugal surpreende-me sempre. Um pouca da mesma forma que alguns amigos meus, tesos por condição,acabam por me surpreender com viagens e compras de objectos desnecessários, e nem sequer particularmente bonitos para sustentarem caprichos.
Fui hoje a Coruche, mas decidi não ir pela estrada que passa perto do FreePort. Fui pela A1, virei no Carregado, passei pela nova ponte sobre o Tejo, saí para Benavente e cheguei a Coruche, gastando mais 15 quilómetros e pagando umas portagens.
O que me surpreende é isto: como pode um país como Portugal, onde carências básicas persistem, ter uma rede de auto-estradas destas? No caso uma auto-estrada esplêndida, mas sem indicações capazes das saídas e das povoações que servem, que custou uma barbaridade e que parece um deserto de alcatrão entre o Ribatejo e o Alentejo. Um FreePortugal. Uma via que não promove a região porque a atravessa do alto, sem servir a maioria das vilas por onde passa e , mesmo que servisse, tornaria incomportável em custos a sua utilização diária pelos locais.
Sinceramente não percebo. Não era precisa ali aquela auto-estrada. Era, sim, precisa uma estrada nacional de qualidade, segura, que servisse as povoações e que fosse gratuita. Mas o novo-riquismo e os interesses instalados entre empresas de obras públicas e poder político criam estes elefantes brancos, pagos por nós e pelos que virão.
Temo que Sócrates vá continuar esta loucura: a "alcatrização" total do país, em nome da crise e do relançamento da economia (!!) e se for preciso matar os pássaros vamos a isso: Bang! bang! Bang!- chegou o engenheiro amigo do ambiente.
Essa Auto-estrada ainda vai dar que falar. A começar pelos estudos que viabilizaram a mesma...
ResponderEliminartme toda a razao, já à uns anos a chegar a Évora fiquei perpelexo por a auto-estrada ter em vários km paralelos uma estrada nacional larga e jeitosa mesmo a mão de semear..
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