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quinta-feira, agosto 21, 2008

Divórcio separa de vez Sócrates de Cavaco

Está feito: impossível a coabitação pacífica entre Cavaco e Sócrates. O divórcio adiado, o casamento de conveniência faliu. E foi abaixo por causa....do casamento, melhor: da lei do divórcio.
Cavaco e Sócrates podem fazer um esforço para se entenderem mas há temas de rotura que são impossíveis de conciliar. Quando há uma fronteira clara entre dois conceitos de sociedade, entre a esquerda e a direita, aí o caldo entorna.
Foi o que aconteceu agora: Cavaco que é um conservador empedernido nunca aceitaria a lei do divórcio de Sócrates porque é uma lei que traz consigo uma ideologia, um modo de viver, onde a esquerda sempre bebeu.
Para a direita o casamento é um contrato, para a esquerda uma cumplicidade afectiva.
Onde a direita vê herdeiros, a esquerda vê o direito de quem ganhou a herança a trabalhar.
Para a direita o casamento é para procriar e fazer família, para a esquerda o casamento é cumplicidade, solidariedade e acaba quando tem de ser.
Onde a direita vê drama na separação a esquerda vê naturalidade e alívio.
Onde a direita quer chantagem, a esquerda quer tratamento igual entre conjugues.
Onde a direita vê culpado ou pecador, ou pena, a esquerda vê com naturalidade a mudança da vida.
Impossível Cavaco poder algum dia estar de acordo com Sócrates neste campo moral.
O Primeiro-Ministro pode ser conservador quando toca a sacar dinheiro à Classe Média (embora o PSD e o PP quando estiveram no poder tenham sacado ainda mais!) mas quando estão em causa princípios e comportamentos Sócrates é um esquerdas.
A intervenção de Manuel Alegre (que tem falado muito com Sócrates) contra Cavaco, num tom vigoroso e de total afronta, vem anunciar que o PS já tem candidato às presidenciais e que Sócrates joga já em dois carrinhos: Alegre para juntar a esquerda e ele Sócrates para atrair o centro.
Com a Santa Padroeira calada que nem uma Nossa Senhora da Lapa e tendo perdido definitivamente o time para falar, o PS de Sócrates avança que nem um TGV rumo à vitória. Nada podia correr melhor ao engenheiro. Saiu-lhe na rifa uma muda para falar contra ele, arregimentou a seu favor um irmão tresmalhado e a crise fez dele um tampão contra os males do Mundo.
Cavaco que se cuide. Tendo ganho a Presidência por menos de um Estádio da Luz ao colar-se à direita só perde e essa margem vai decerto diminuir. Portanto: temos divórcio consumado e a lei de Sócrates dá um empurrão.

4 comentários:

  1. Não sabia que o meu amigo Luiz também sofre do complexo de esquerda, não acho que direita ou esquerda tenham algo a ver com moral do casamento e até me pareceu que as preocupações do presidente vão de encontro à protecção do elemento mais fraco no casamento. Ninguém obriga algém ao casamento que no fundo não passa de um contrato, ora os contratos têm que ser honrados.
    Que idade tinha o meu amigo quando se casou? Espero que que ao fim desses anos e com tão apurada escolha fosse assinar um papel de animo leve.

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  2. Façam como eu, não se casem e vivam felizes para sempre com a namorada! Casamento? Nem morto!!

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  3. A politica é também ela um casamento com o poder efectivo (Aquele que verdadeiramente manda)!
    E o cavaco e o Socrates e o resto fazem todos os dias casamentos de interesses onde não se procria nem se namora, só se dividem favorese se eliminam opositores.

    Os casamento entre politicos faz-se de promessas para lugares e posições no futuro a fim de se manter determinada agenda !!!
    É um jogo como outro qualquer, só que neste , quem perde é sempre o mesmo !!! O já desgraçado povo da classe média ( Aqueles que não têm dinheiro para contas offshore e ainda não estão na Igreja a pedir esmola nem vão aos CTT receber o subsídeo ) , aquele que trabalha 14 horas todos os dias e tem muitas obrigações e nenhuns direitos!!!!

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  4. sim, é o divórcio consumado entre a presidência da república e o governo... qual será o elemento mais fraco neste caso de figura?

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