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segunda-feira, julho 28, 2008

Costa e Salgado apadrinham crime arquitectónico no Rato


António Costa e o seu vereador para o urbanismo Manuel Salgado estão a preparar-se para aprovarem mais um crime urbanístico em Lisboa numa das esquinas do Largo do Rato, a que confina com a Sinagoga de Lisboa e um edifício classificado da autoria do arquitecto Ventura Terra.
Paula Teixeira da Cruz, que é a presidente da Assembleia Municipa,l está em brasa contra o crime, e a vereadora Margarida Saavedra chegou a interromper as férias no Algarve para poder votar contra a construção do mastodonte. O projecto propõe um edifício de volumetria arrasadora para o local com um estilo de total ruptura, numa das zonas mais preservadas da capital, onde coexistem edifícios históricos e de referência de grande qualidade, os já citados atrás, e a Garagem da Auto Industrial, uma pérola da arquitectura portuguesa.
Manuel Salgado já veio defender o projecto de Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus. Percebe-se: quem projectou aquela aberração frente ao CCB não podia vir agora estar contra um caixote que parece a Casa da Música dos pequeninos. "Não fazemos réplicas!"- defende-se Mateus, como se a arquitectura que se integra tivesse de ser mimetista.
A cereja em cima do bolo: quem patrocina o crime arquitectónico é Diogo Vaz Guedes (ex-Somague) que agora está à frente da holding Gespura e que por coincidência foi da Comissão de Honra da candidatura de António Costa juntamente com o arquitecto da aberração Frederico Valsassina.
Depois de ter rejeitado por ressabiamento político o projecto de Ghery para o Parque Mayer, Costa apadrinha o fartar vilanagem dos novos salvadores da capital. É demasiado escandaloso para ser verdade. Mas é.

Aqueles que criticaram João Soares por teimar em fazer um elevador para o Castelo porque seria uma ruptura na cidade, aqueles que imolaram Krus Abecassis e o arquitecto Taveira por terem tido a coragem de construírem as Amoreiras, aqueles que atrasaram as obras do túnel do Marquês (e que nos custou a nós contribuintes uma fortuna!), aqueles que estiveram contra o projecto moderno e arrojado de Ghery, aqueles que vomitavam ódio ao CCB, esses esquerdalhos que elegeram um empata para Lisboa, porque não voltam a dar a cara e a defenderem uma cidade que se orgulhe do seu passado e se projecte num futuro de arrojo? Estão escondidos ou já fazem parte do sistema da grande mamadeira?

11 comentários:

  1. NÃO SABIA QUE HAVIA "MEDO",NESTE BLOGUE...ATACOU-SE O EXPRESSO....E
    PIMBA!!!!ESCREVI AQUI E PIMBA...
    FORA!!!

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  2. Lisboa está a ser destruída aos poucos. Uma vergonha...


    Cumps.

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  3. Não tem nada que ver com o post...
    Mas hoje quero dar um abraço ao Luís de Carvalho.
    Aí vai:

    «...
    Emoções a duzentos à hora

    A minha entrada nas conversas virtuais foi estimulada pela visita ao blog Instante Fatal, cujo autor é um fotojornalista do Expresso, vindo a propósito de uma notícia, para aí há cerca de perto de três anos, em que o ministro da economia, Manuel Pinho, terá sido controlado a mais de duzentos à hora, tendo o meu comentário se insurgido contra a defesa do infractor, numa lógica, por parte do bloguista em questão, de que seria bom que a economia do país andasse, tal como o ministro, a duzentos à hora, achando eu, e continuando a achar, que a lei é igual para todos.

    Na altura, estava a viver um processo complicado no contexto de problemas de saúde, que me atiraram para uma estúpida depressão, da qual, ao fim de quatro anos, ainda ando a sacudir os restos, e que me tem obrigado a reconstruir a minha forma de estar, com a ajuda de pessoas excelentes, tendo-me lembrado do episódio do ministro porque, hoje, me pediram para rever o contrato de aquisição da minha Yamaha XJR 1100, com a qual, há dias tive o prazer, e sobretudo a estupidez, de andar a duzentos a hora.

    Andar a duzentos à hora, ou a duzentos e cinquenta como já tive a oportunidade de o fazer, de carro e também de moto, é um prazer fantástico, tão fantástico como doido, um pouco comparado a uma vida preenchida a alta velocidade e que repentinamente foi interrompida por um brutal incidente, que mexeu com a minha dignidade, de tal forma que, ainda ontem, ao ver dois antigos colegas meus na televisão, um deles com quem vivi três anos no mesmo quarto, mas em camas diferentes, durante o meu curso de oficial, sentindo uma emoção que só se esbate na loucura da velocidade ou no abraço de outros dois colegas, há cerca de dois meses, em choro convulsivo.

    Ao escrever isto sinto que estou a voar compenetrado na moto, medindo a largura e a solidez do asfalto, resguardado em separadores de alumínios fatais, aos quais não me posso encostar demasiado, porque uma pequena brisa traiçoeira ou um gesto que desequilibre a harmonia de um equilíbrio precário pode ter um desenlace fatal, mas achando que a vida só faz sentido com desafios, ao ponto de, antes de fazer cinquenta e cinco anos, se lá chegar, ainda vou ter que fazer um curso de pára-quedismo desportivo, não percebendo se esta ideia é louca ou é sinal de lucidez.
    ...»

    JJ

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  4. Correcção:
    Não é Yamaha XJR 1100 mas sim "1200"
    JJ

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  5. A imagem é do que eles querem construir no Rato?!!!

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  6. Belo texto JJ. Obrigado por se lembrar de mim. Conheço essa Yamaha era bastante desconfortável e algo perigosa. A minha BMW 1200 LT ( igual à dos seus colegas bófias da estrada) era muito bastante confortável e segura (graças a Deus!). Nunca conseguia andar a menos de 180 mas era essa a sua velociodade de cruzeiro, sem stress.
    Agora só ando de Vespa 200GT, E quando ficar mesmo velhadas e se tiver cash ainda cou para uma Harley, embora aquilo seja bom para massajar a prostata. Abraço. LC

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  7. Engraçado, Luís...

    Tive uma BMW 750, daquelas com duas malas enormes (e rádio) e não a sentia segura, acho que tinha o peso mal destribuído, sobretudo quando travava à frente.
    Tive também uma Honda NTV 600 (acho que é NTV...?) e achava a moto muito segura.

    Esta Yamaha também a acho segura, mais do que a BMW, e muito parecida com a condução que fazia com a Honda (uma bicicleta quando comparada com a 1200).
    Se calhar, porque ainda não apanhei nenhum cagaço ::))

    JJ

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  8. A 750 ou a 900 ( tive tb uma) não têm nada a ver com as série K de 4 cilindros em linha, abs, etc. As BMW são na verdade umas motas extraordinárias em conforto, fiabilidade e segurança, acho mesmo que são únicas. E tenho saudades delas: fazia a minha vida repórter toda nelas.LC

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  9. Ola.

    Penso que a opinião dos seus habitantes é fundamental para o funcionamento da cidade, porém acho que às vezes isto da opinião acaba por funcionar um pouco como uma grande bola de neve, que aos poucos e poucos se transforma num enorme movimento contra a construção de algo. Não nos devemos esquecer que as cidades não são museus de arquitectura, em que se deve preservar tudo sem qualquer critério. As cidades tem de avançar, tem de repensar as formas de construír, e pelo que posso percerber esse tipo de edificio cujo qual apenas conheço através de uma imagem (o que só por cim é muito pouco para que lhe possa fazer um real juizo)acaba por integrar o largo do rato de uma for mais digna, do que a maioria dos edificios que se vao construindo por Lisboa sem qualquer cuidado. È obvio que o edificio pertende ser um ponto marcante e que a cidade não deve ser toda preenchida com pontos marcantes, mas talvez esse ponto marcante possa por as pessoas a falar e a discutir qual o sentido das cidades. Um caso semelhante foram as torres do Siza para Alcantara... Essas não aprovadas.

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  10. Dizei-me vós que percebeis tanto de VELOCIDADE,QUANTOS CAMPEONATOS DE 500,250 E 125 VISTEIS EM "JARAMA?ALGUMA VEZ SAISTEIS DE ", "ALMADA",ÁS 13.H.E ARRANCAR, PARA MADRID??????NÃO?
    QUE GRANDES "HEROIS".....MAS
    POSSO DIZER-VOS QUE SÃO EXPERIENCIAS ÓTIMAS,FIZ VÁRIAS!!!!
    E sem G.P.S. e sem RELÓGIO,bela 750
    B.M.W.!!!!

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