É claro que a professora se passou... com tanta falta de educação dos alunos. Mas, garanto, que se aquela jovem fosse minha filha, que levava dois tabefes bem aviados. Digo isto sem qualquer problema e sem ser politicamente correcto.
O Daniel faz uma apreciação um pouco minimalista do problema, apesar de um post comprido e um pouco redundante, e enfatiza a “culpa” sobretudo na «falta de vocação» da professora… Que você não conhece, ou que apenas conhece deste vídeo.
Apesar do que eu disse no meu primeiro comentário, é claro que não se deve educar “à estalada”, estou de acordo. Tenho dois filhos já adultos, bem sucedidos (seja lá o que isto for…) e não precisei de os educar “à estalada”. Mas posso garantir que aquelas que levei do meu falecido Pai e as reguadas que levei da minha saudosa professora na Escola Primária e do meu professor de Desenho e de Matemática no Ciclo Preparatório até me ensinaram a ler e a escrever sem abrir os olhos, bem abençoando, hoje, a lambada que levei.
Naturalmente que as coisas não são assim tão lineares como aqui as argumento mas também não o são como o Daniel as argumenta no seu post, sobretudo, quando fala da «falta de vocação» da professora, achando que, nesta parte, é uma argumentação um pouco redutora. E note que a professora não “enfrentava” apenas aquela aluna, mas toda a turma que filmava (…!?) a cena, que mais parecia uma claque de futebol, e que ordinária e impunemente insultam o adversário… E aqui o adversário, para não dizer o inimigo, é a professora.
Quanto ao resto concordo com quase tudo o que diz. ...»
Este assunto mexeu comigo, e bastante. Por isso, peço desculpa ao Luís de estar a transpôr para o seu blog os comentários que fiz no Arrastão, sentindo necessidade de complementar os meus dois comentários anteriores:
«... Desculpe Daniel, mas foi você que escreveu: «O que temos aqui é um caso exemplar de falta de vocação…» Mas tudo bem, porque lendo o seu post mais a frio, acho que tem razão praticamente em tudo o que diz, e a ênfase na “culpa” da professora em concreto de pouco importa para o essencial do problema.
Mas eu sei estar na pele daquela professora e avalio o seu descontrolo, continuando a achar que ela é a menos “culpada”. Porque, também eu, tenho uma profissão onde sou diariamente agredido e tenho a obrigação de saber lidar com isso. Só que eu recebi preparação específica e, apesar disso, garanto que não é nada fácil.
O que será, portanto, com aquela professora… Numa Escola onde se perdeu a autoridade; onde o Estado trata os professores como vulgares funcionários públicos; onde muitos professores nunca o deviam ser; onde os regulamentos não são suficientemente sancionatórios para que a autoridade dos professores, também por esta via, se faça sentir; onde os pais se alheiam da Escola e da educação dos filhos (daqui, eu dizer que, como pai, era bem capaz de lhe dar dois tabefes se fosse minha filha…); onde a professora, porventura, neste caso concreto, nem meios teria para pedir ajuda… etc. ...»
O problema está criado, ou melhor, foi-se criando e chegou a isto. Numa sociedade correcta, o professor exerceria a sua autoridade (é proibido ter telemóveis ligados dentro da sala de aula) dando ordem para que o telefone fosse desligado e guardado e a ordem seria acatada. Ponto final. Mas Portugal não é isto. Portugal não é uma sociedade civilizada. Os portugueses civilizados e cultos estão em minoria. E não são estes que detêm o poder.
Ora o que ali se vê é o retrato do que se passa em casa dos alunos em que os pais não têm autoridade sobre os filhos, e isso acontece, porque os pais desconhecem o respeito pelos outros e, em última análise, por si próprios. Enfim, são incapazes de lhes transmitir valores. Os professores têm sido, como sabemos, desautorizados e reduzidos na sua autoridade e no seu saber. Quem vive dentro de uma escola, diariamente, sabe que estas situações são perfeitamente possíveis graças à falta de educação de muitos alunos que, dominando em casa, pensam que podem fazer o mesmo na escola, conscientes de que o professor é, neste momento um ser fraco, graças ao papel determinante e fundamental de quem decide e impõe. Deste modo, o professor está, muitas vezes, numa sala de aula como um indivíduo cercado por trinta indivíduos que estão contra ele porque são mal formados, estão desmotivados (o que é que a sociedade que está a ser construída em Portugal tem para lhes dar?), estão em maioria e sabem que estão protegidos. Gostava de saber em que outra profissão isto acontece pois, se ela existe, só quem a vive diariamente compreende o estado de tensão em que o professor se encontra.Isto parece perfeitamente absurdo mas é a realidade que existe nas escolas. Aquela professora, certamente, não se deparou com aquele problema naquele dia, a situação já não seria nova, certamente.
O caminho que a sociedade portuguesa, em geral, e a educação, em particular, está a seguir não deixa antever coisa boa. É fundamental que as pessoas compreendam que, sem uma escola digna, não se conseguirá construir uma sociedade digna, e vice-versa.
Inqualificável o que se passa na com a falta de autoridade dos professores na sala de aula. O mal está é na educação dessa teenager que leva de casa a lição mal estudada. Se ela tivesse uns pais a sério não teria esses comportamentos. Mas os pais de agora ficam ansiosos por darem um telemovel aos filhos sem os educarem como se devem comportar numa sala de aula,etc. Essa reação deve ser igual à que tem em casa, logo se nem em casa há respeito, na escola muito menos...
reacção da pita é exactamente o reflexo da educação que recebe em casa. Hoje os putos têm tudo e mais alguma coisa sem fazerem o mínimo esforço por isso: telemóveis de última geração, mp3, playstations, jogos, roupa de marca cara, as contas das chamadas, etc... Tudo de mão beijada e sem qualque reserva. E provavelmente quando leva um não a menina faz birra e no final acaba por receber o dobro daquilo que pediu. Não admira que quando seja contrariada reaja assim. Um par de chapadões naquela cara talvez ajudassem.
Vi agora mesmo o vídeo no Arrastão...
ResponderEliminarÉ claro que a professora se passou... com tanta falta de educação dos alunos.
Mas, garanto, que se aquela jovem fosse minha filha, que levava dois tabefes bem aviados.
Digo isto sem qualquer problema e sem ser politicamente correcto.
João José Fernandes Simões
Transcrevo do Arrastão, para não ter trabalho:
ResponderEliminar«...
Mais…
O Daniel faz uma apreciação um pouco minimalista do problema, apesar de um post comprido e um pouco redundante, e enfatiza a “culpa” sobretudo na «falta de vocação» da professora… Que você não conhece, ou que apenas conhece deste vídeo.
Apesar do que eu disse no meu primeiro comentário, é claro que não se deve educar “à estalada”, estou de acordo.
Tenho dois filhos já adultos, bem sucedidos (seja lá o que isto for…) e não precisei de os educar “à estalada”.
Mas posso garantir que aquelas que levei do meu falecido Pai e as reguadas que levei da minha saudosa professora na Escola Primária e do meu professor de Desenho e de Matemática no Ciclo Preparatório até me ensinaram a ler e a escrever sem abrir os olhos, bem abençoando, hoje, a lambada que levei.
Naturalmente que as coisas não são assim tão lineares como aqui as argumento mas também não o são como o Daniel as argumenta no seu post, sobretudo, quando fala da «falta de vocação» da professora, achando que, nesta parte, é uma argumentação um pouco redutora.
E note que a professora não “enfrentava” apenas aquela aluna, mas toda a turma que filmava (…!?) a cena, que mais parecia uma claque de futebol, e que ordinária e impunemente insultam o adversário… E aqui o adversário, para não dizer o inimigo, é a professora.
Quanto ao resto concordo com quase tudo o que diz.
...»
João José Fernandes Simões
Video mais ou menos retirado :-)
ResponderEliminaré só usar isto: http://www.vincentchow.net/917/watch-unavailable-youtube-video-with-delutube
ou então + directo aqui: http://youtube.infamousx.com/
e depois usar o ID (EhLTvLCP8xw) do video
Este assunto mexeu comigo, e bastante.
ResponderEliminarPor isso, peço desculpa ao Luís de estar a transpôr para o seu blog os comentários que fiz no Arrastão, sentindo necessidade de complementar os meus dois comentários anteriores:
«...
Desculpe Daniel, mas foi você que escreveu: «O que temos aqui é um caso exemplar de falta de vocação…»
Mas tudo bem, porque lendo o seu post mais a frio, acho que tem razão praticamente em tudo o que diz, e a ênfase na “culpa” da professora em concreto de pouco importa para o essencial do problema.
Mas eu sei estar na pele daquela professora e avalio o seu descontrolo, continuando a achar que ela é a menos “culpada”.
Porque, também eu, tenho uma profissão onde sou diariamente agredido e tenho a obrigação de saber lidar com isso.
Só que eu recebi preparação específica e, apesar disso, garanto que não é nada fácil.
O que será, portanto, com aquela professora…
Numa Escola onde se perdeu a autoridade; onde o Estado trata os professores como vulgares funcionários públicos; onde muitos professores nunca o deviam ser; onde os regulamentos não são suficientemente sancionatórios para que a autoridade dos professores, também por esta via, se faça sentir; onde os pais se alheiam da Escola e da educação dos filhos (daqui, eu dizer que, como pai, era bem capaz de lhe dar dois tabefes se fosse minha filha…); onde a professora, porventura, neste caso concreto, nem meios teria para pedir ajuda… etc.
...»
João José Fernandes Simões
O problema está criado, ou melhor, foi-se criando e chegou a isto. Numa sociedade correcta, o professor exerceria a sua autoridade (é proibido ter telemóveis ligados dentro da sala de aula) dando ordem para que o telefone fosse desligado e guardado e a ordem seria acatada. Ponto final. Mas Portugal não é isto. Portugal não é uma sociedade civilizada. Os portugueses civilizados e cultos estão em minoria. E não são estes que detêm o poder.
ResponderEliminarOra o que ali se vê é o retrato do que se passa em casa dos alunos em que os pais não têm autoridade sobre os filhos, e isso acontece, porque os pais desconhecem o respeito pelos outros e, em última análise, por si próprios. Enfim, são incapazes de lhes transmitir valores. Os professores têm sido, como sabemos, desautorizados e reduzidos na sua autoridade e no seu saber. Quem vive dentro de uma escola, diariamente, sabe que estas situações são perfeitamente possíveis graças à falta de educação de muitos alunos que, dominando em casa, pensam que podem fazer o mesmo na escola, conscientes de que o professor é, neste momento um ser fraco, graças ao papel determinante e fundamental de quem decide e impõe. Deste modo, o professor está, muitas vezes, numa sala de aula como um indivíduo cercado por trinta indivíduos que estão contra ele porque são mal formados, estão desmotivados (o que é que a sociedade que está a ser construída em Portugal tem para lhes dar?), estão em maioria e sabem que estão protegidos. Gostava de saber em que outra profissão isto acontece pois, se ela existe, só quem a vive diariamente compreende o estado de tensão em que o professor se encontra.Isto parece perfeitamente absurdo mas é a realidade que existe nas escolas. Aquela professora, certamente, não se deparou com aquele problema naquele dia, a situação já não seria nova, certamente.
O caminho que a sociedade portuguesa, em geral, e a educação, em particular, está a seguir não deixa antever coisa boa. É fundamental que as pessoas compreendam que, sem uma escola digna, não se conseguirá construir uma sociedade digna, e vice-versa.
Este caminho não é certamente o caminho.
Inqualificável o que se passa na com a falta de autoridade dos professores na sala de aula. O mal está é na educação dessa teenager que leva de casa a lição mal estudada. Se ela tivesse uns pais a sério não teria esses comportamentos. Mas os pais de agora ficam ansiosos por darem um telemovel aos filhos sem os educarem como se devem comportar numa sala de aula,etc. Essa reação deve ser igual à que tem em casa, logo se nem em casa há respeito, na escola muito menos...
ResponderEliminarreacção da pita é exactamente o reflexo da educação que recebe em casa. Hoje os putos têm tudo e mais alguma coisa sem fazerem o mínimo esforço por isso: telemóveis de última geração, mp3, playstations, jogos, roupa de marca cara, as contas das chamadas, etc... Tudo de mão beijada e sem qualque reserva. E provavelmente quando leva um não a menina faz birra e no final acaba por receber o dobro daquilo que pediu. Não admira que quando seja contrariada reaja assim. Um par de chapadões naquela cara talvez ajudassem.
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