Era também o afundar do guterrismo cuja demissão na noite em directo pela TV do ministro Jorge Coelho marcou outra reviravolta política. O povo de Entre-os-rios caiu numa profunda tristeza com familiares para sempre desaparecidos, outros resgatados nas condições mais adversas. As televisões transformaram o acontecimento em reality-show e essa overdose levou a mudar estratégias de informação. O uso e abuso dos directos abrandou nas nossas televisões mas também abrandou a febre de informar em real time, abrandou a emoção da notícia. As televisões estão mais preguiçosas, mais apostadas em peças editadas no bonito do que na coragem da televisão pura e dura.
O Estado foi o que se portou pior nesta tragédia. Quando as vítimas precisavam de apoio surgiu o oportunismo político, quando a justiça devia ter sido feita para lavar a honra do Estado, veio a burocracia da justiça, o cinismo, o fatalismo: nunca há culpados, a incompetência, a incúria, nunca têm rostos neste país enlutado.
Os familiares das vítimas fizeram bem em desistir da justiça. Justiça ? Onde está ?
Luiz Carvalho
Entretanto, em situações como as centenas de mortes no ex IP5 derivadas a acidentes de viação, por exemplo, quando faleceu um familiar de uma pessoa conhecida da cultura portuguesa, ai passou a A 25 sem antes as medidas de segurança serem muito apertadas. Mas quantas familias ficaram destrocadas sem qualquer recompensa ? O caso de enre os rios só nos torna cada vez mais pequenos e igoistas para quem sofre a perda de alguem que faz parte da nossa vida. Não vamos longe.
ResponderEliminarJustiça... Bah, grande anedota! Mesmo que houvesse culpados eram condenados a 1 ano de pena suspensa e nunca sentiriam qualquer punição. Tenho pena de não ter jeito para o crime porque teria um grande futuro neste país.
ResponderEliminarA Justiça está sempre no mesmo sítio... Quase sempre, do mesmo lado!
ResponderEliminarLembro-me dessa noite.... Coelho demitiu-se para que "a culpa não morra solteira". Bah, grande treta!
ResponderEliminarOs familiares ficaram sem os seus entes queridos, sem as devidas indmenizações e com a vida destruída.
Jorge Coelho nunca se deveria ter demitido. Era sua obrigação encontrar os responsáveis pela queda da ponte dentro do seu ministério. O que não fez; fugiu!
E assim, deixou que a culpa morresse solteira...
Será que era isso que queria?