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segunda-feira, março 24, 2008

Don McCullin, a história de um fotógrafo de guerra

Estou a ler " Risques et périls", portanto a versão francesa do livro testamento do fotojornalista de guerra Don McCullin. O meu inglês nem para técnico ! Comprei o livro em Perpignan e faz parte de uns calhamaços sobre fotojornalismo que ainda tenho para ler.
O livro é um testemunho vibrante de vida. Difícil de descrever, mesmo de abreviar num texto, muito menos num post de blogue.
Um leitor desafiou-me a ler o livro e afinal eu estava com ele aqui no Alentejo, o único sítio onde ainda consigo ler apesar de muitas vezes adormecer: o calor da lareira supera o calor da cultura.
Este livro de Don é de um realismo terrível. Com ele viajamos pelas guerras do Vietname, do Biafra, do Médio Oriente. Percebemos como um fotógrafo de guerra à moda antiga tinha de ter uma sorte do caraças, uma saúde de ferro, uma postura militar e uma sensibilidade de artista. Com nervos de ferro e rapidez de disparo, fotográfico claro.
Don sobreviveu imensas vezes à morte mas não sobreviveu a Robert Murdock quando este comprou o Sunday Times e transformou um jornal de referência num magazine light e de futilidades.
Foi há mais de vinte anos. Nós por cá podemos dizer que este mal-de- vivre ainda não afectou a nossa imprensa séria. Claro que tudo mudou e o público que compra hoje jornais, mesmo sendo o mesmo de há vinte anos, que não é, também mudou. Isso nada tem a ver com cedências à qualidade.
Estou a gostar muito do livro. Uma ideia central fica para já: o exercício da profissão de jornalista é uma entrega total. Não se tem uma obra como a de McCullin com truques fáceis ou preguiças doentias. Faz-se com trabalho. e só este engrandece, já lá dizia o "outro".
Voltarei ao tema numa abordagem mais detalhada. O post acabou por fugir para Murdockísses mas a esta hora vai mesmo assim. LC

10 comentários:

  1. Bem, a isto é que eu chamo uma coincidência do caraças!!! Fui eu falar no livro e afinal o Luiz estava com ele na mão. Não entendo é essa tradução para francês: Risques et Périls = Unreasonable Behaviour? Não me parece... Já faz lembrar as geniais traduções de títulos de filmes que nós por cá muitas vezes inventamos.
    O livro é uma delícia e de facto é impressionante como se tudo conjugou para "empurrar" o autor para a sua vocação, isto mesmo depois de ele ter posto a sua primeira câmera "no prego" pois não encontrava utilidade para ela.
    Já agora aproveito para aconselhar também o livro de fotografia de Don McCullin (o título é mesmo o nome do autor), que veio junto da autobiografia na altura em que a encomendei na Amazon (e com o qual também veio o calhamaço do Robert Capae de onde um dia virá o Inferno do Nachtwey).

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  2. Boas Luiz ,pois eu tive a sorte de ver a retrospectiva em Londres, ARREPIANTE!Já vai 10 anitos...na altura do funeral de Diana,comprei tudo sobre este Enorme Fotógrafo.É
    um GRANDE ,lembro bem a sua Nikon
    atingida por uma bala,as imagens
    do soldado sentado com um olhar tão vazio,as mulheres palestineanas
    que quase o agridem depois de tanta dor sentida.QUE DIA...L.REIS

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  3. Espantoso!!! O mestre! o professor! O que sabe tudo e tudo critica em fotojornalismo não conhecia um dos (para mim um dos três mais marcantes da suaépoca) jornalistas incortornáveis em qualquer ABC do jornalismo e do fotojornalismo em particular....não tenho palavras...

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  4. ...só acrescentar que o Capa ao pé dele é uma anedota...para mim...

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  5. O cobarde do anónimo que escreveu antes e que não devia ser alojado no MEU blogue além de mau carácter invejoso e ignorante é burro.
    O que nais me dana é arrogância misturada com estupidez. É uma mistela explosiva.

    O animal que escreveu contra mim e que não tem coragem de dar o nome devia ter lido que eu estava a ler um livro do Don McCullin e nunca disse que não conhecia o fotóhrago. Be pelo contrário. Se esta besta foi meu aluno e se tivesse ido às aulas teria ouvido falar e visto várias fotos que mostrava do Don McCullin nomeadamente aquela natureza morta que ele fez depois de deixar o Sunday Times.

    Há tipos ressabiados, uma espécie de cães danados que estão sempre à espera da trela solta para morderem as canelas. Eu estou vacinado contra a raiva, embora seja vitíma desta cãozoada quando morde pela calada, organizados em matilhas. Mas sei resistir e chego para eles, Quantos são ? Quantos são ? eheehe!

    Luiz Carvalho

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  6. Já agora quem foram os outros dois marcantes da sua época ó espertalhaço ?

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  7. Vozes de burro não chegam aos céus... ;-)

    O que mais me marca nesta história toda é que o tuga continua sem protecção intelectual: ou sabe inglês ou morre estúpido.
    Belo post, pena é não encontrarmos essas coisas... em português!

    Paulo Sousa

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  8. Lindo exemplo de resposta....espero que os "teus" alunos não leiam isto. Quanto a pergunta...nem te respondo....podes ir ao google se quiseres e dizeres o que te apetece.Essa pergunta é tão errada como perguntares quais foram os maiores geólogos, politicos, arquitectos (serás um deles,com certeza) ou futebolistas nos anos 50/80. E, já agora, não dês essas respostas "rascas". Vou continuar anónimo, sorry...estou cheio de medo.e perde a piada. um abraço

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  9. Grande idiota na verdade!

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  10. vocês são é todos uma cambada de estupidos!!!

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