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segunda-feira, agosto 20, 2007

Uma crónica fotográfica

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Vantagem de quem tem um Range que avaria e tem de ficar na oficina. Depois anda-se a pé, descobre-se por perto uma estação de comboio, que julgava abandonada. Afinal há máquinas de bilhetes, um casal abandonado e duas velhotas que passeiam naquele marasmo. Lembro-me de Wim Wenders. Saco da Ricoh GR. Entre atravessar a linha e o comboio chegar descubro uma praia só com uma mulher a banhar-se de biquini. Depois um casal à espera, e na vista seguinte uma praia com bar, sem gente. Avista-se ao longe a Caparica mas do lado de cá as barracas de pescadores, um bairro de lata na praia, fazem parte porventura da praia mais pobre e mais livre de Portugal. Uma pequena bandeira nacional voa, dois homens conversam como se o tempo não contasse.
Portugal tem destas bolhas deprimentes mas também felizes.

As fotos foram feitas às 16 horas de hoje. Isto é uma crónica fotográfica. O fotojornalismo também deve ser isto.

10 comentários:

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  3. Esse Range!!!
    Não aguentou o calor do Alentejo!!, heinn! Isso é carro para andar em Lisboa e ir até Sintra onde é fresquinho!Isso deve ter aqueles motores VM que não gostam muito dos calores alentejanos!!! E depois dão aqueles desgostos que são as facturas dos mecanicos , se houver, é claro!
    Piores facturas são as da GNR ou PSP, deixa lá!
    Agora essas barracas na Cruz Quebrada, são um espectaculo! Vê lá se a ASAE vai lá ver se eles tem alvará de utilização do espaço e alvará de exercicio de actividade comercial????
    Pelo que se vê ali aquilo é um estaleiro naval , habitação,Oficina e deve servir para dar umas quecas à noite e outras coisas que tais!!!! Ali não lhes interessa! É melhor ir chatear um gajo que tem patrimonio que é para arrancar umas multas valentes!!!

    Ai é que é?

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  4. tristeza! foi o que me fez esta simples e pertinente cronica! grande e enorme tristeza! morei alguns anos ai por causa das crianças no iel. mas sempre me doeram as entranhas por ter ali tão perto o fim de um rio e o começo de um oceano estropiados da sua beleza pela inoperancia e indegiencia do poder politico que resolveu votar ao abandono como se fosse uma bandeira da "democracia" sobre a reles monarquia e o estado novo.
    e assim aquele pedaço que fora outrora a praia onde a burguesia vinha a banhos ! e onde uns se intalavam nos seus chalets (sobram uns 2 ou 3) com as crianças e a criadagem e onde tb o povo das redondezas podia ele tb refrescar-se dos calores dos verões ainda pautados por ordeiros climas.
    não é saudosisimo é apenas o sentir de perder um direito oferecido pela natureza e roubado pelos salteadores da cruz quebrada.

    agora para ali há de tudo! aqueles que tem ali os barquitos que pescam naquelas aguas pestilentas o peixe vendido nalguns restaurantes onde os arautos da democracia devo incluir a ASAE ou não que acham?dizia eu : muitas vezes almoçam e pagam a peso de ouro a salmonela anunciada.
    há ainda os jovens que na calada da noite trocam as seringas da rebelião.não sem antes impedirem atraves do medo que possamos sair na estação da cruz quebrada. nome conveniente no actual presente!
    mami

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  5. Olhe, Luiz, eu também fiz a minha foto-reportagem destes últimos dias, por onde vivo. Se quiser ver, já agora...
    http://www.talvezfiqueporver.blogspot.com/

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  6. caro "talvez isto fique por ver",

    Adorei o seu blog.

    Continue. Força !

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  7. Epá, motor VM tem o meu Jeep Cherokee e nunca me deixou mal, nem mesmo em actividades TT soft pela serra de Grândola!

    Cruz Quebrada... Passo por lá de comboio quase todos os dias. Devo dizer que já vi pior. Parece que para quem vai para Lisboa de comboio, a linha de Cascais a partir de uma determinada altura perde todo o encanto. Eu colocaria essa fronteira em Paço de Arcos com aqueles enormes prédios degradados e deprimentes ou aquele quartel de bombeiros que todos os anos anuncia a sua idade.
    Mais à frente chegamos então à Cruz Quebrada. Sempre me lembro de ver esse local como uma zona onde se despejavam esgotos mesmo ao lado de uma meia dúzia de barraquinhas ou toldos de uns quantos pescadores ou jovens que se banhavam numa mistura de água e dejectos.

    Luiz, faltou-lhe referir um marco importantissímo da Cruz Quebrada, o Restaurante do Mónaco! Esse local anteriormente conotado não só com luxo, poder, dinheiro, mas também com a desgraça e a morte, ou não tivesse sido ele a dar o nome à curva que chegou a ser considerada a mais perigosa e mortal da marginal.
    Hoje, o Restaurante parece abandonado e parece-me que se interessa mais com os bailinhos do fim de semana do que outra coisa. A curva foi entretanto domada e amansada, nunca mais se ouvindo falar dos seus acidentes.
    Um pouco mais à frente do lado esquerdo e como que a desafiar a miséria daquilo que outrora prosperava, está um enormissímo condomínio com um aspecto luxuoso e com uma radiante vista para o rio. Quem sabe em que estado estará daqui a uns anos...?

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  8. Caro professor:

    Vou recomendar este post a um amigo cujo blogue versa precisamente sobre a Cruz Quebrada e o Dafundo. Ele, particularmente, vai gostar de ver.

    Um abraço fraterno

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  10. Bem, como os mais atentos poderão ter notado, eu, no meu comentário acima faço uma confusão monumental entre caxias e cruz quebrada e misturo aquilo tudo.
    De facto o restaurante do monaco e o tal condomínio ficam em caxias. A Cruz Quebrada tem sim senhor aquele canal que vai desembocar no tejo. Não sei porquê visializava caxias em vez da cruz quebrada, esquecendo-me desse mesmo canal de água, mas também daquilo que o rodeia, uma espécie de fábrica abandonada à qual eu um dia gostava de me aventurar a ir para tirar umas fotos, o túnel enorme e sombrio que passa por debaixo da marginal, que desde pequeno sempre me arrepiou, um prédio velho, inacabado e entaipado todo cheio de grafitis e uma velha oficina (se não me engano da Mercedes).
    Do outro lado da linha do comboio, as tais barracas e a praia, suja e refém das muralhas partidas de pedra entre as quais desagua toda a porcaria que é levada pelo canal de água.
    Eu estou mas é a precisar de tirar férias...

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