A minha defesa de uma televisão só privada já foi mais aguerrida.
As privadas foram um segundo 25 de Abril na medida em que introduziram uma forma de fazer tv que nunca tinha havido em Portugal. Directos, voz ao povo, debates, polémica, interactividade com o público.
Foi o Rangel o Maia da televisão e Francisco Balsemão o grande visionário que o permitiu. Depois a guerra das audiências e a política sem escrúpulos de Moniz na TVI, na continuação do que tinha feito na RTP Cavaquista, acabou por criar uma situação sem saída para as privadas: programas imbecis, telenovelas idiotas, ídolos de pés de barro, mediocridade. As privadas são hoje o reflexo do neo-liberalismo político e económico que se vive no país: tudo assenta no lucro imediato, na falta de qualidade, nas audiências ou nos votos.
Passámos a ter uma informação tablóide na televisão, o profissionalismo desvalorizou-se. Faz-se televisão com estagiários a 500 euros por mês, afastá-mo-nos cada vez mais das televisões de referência como a BBC, a ABC ou mesmo de uma Globo. É penoso ver televisão portuguesa. Raro é o programa bem produzido, rara é a reportagem onde a linguagem utilizada seja a da imagem e do som. Fazem-se reportagens de 30 minutos em câmaras lentas e efeitos pirosos e vozes off explicativas, redundantes, com imagens inócuas para pintarem textos vazios que se arrastam penosamente. Os temas são de uma total indigência. É a história do desgraçadinho, do doente, é o tema da caridade, do paternalismo, dos excluídos sem critério. É o populismo.
A RTP que é uma estação deficitária, embora faça umas contas que provam sempre o contrário, paga por nós no recibo da EDP ( uma manha do Almeida Secas) e dos nossos impostos, tem conseguido conciliar o pimba ( veja-se aquele programa inenarrável da Volta a Portugal em Bicicleta com saber Marcelista) com a qualidade por vezes superior ( o programa do António Barreto).
Hoje a RTP2 passou um belo filme do Groucho Marx a uma hora que o meu filho de 5 anos conseguiu ver e rir às gargalhadas do princípio ao fim. Ele que é um dependente do Canal Panda estava, sem o saber, a viver uma das melhores experiências que uma criança pode ter: amar um filme clássico divertindo-se como não acontece com muitos filmes de hoje. Será um dia que ele nunca mais esquecerá, tal como eu nunca mais esqueci o dia em que a minha mãe em Torres Novas me levou a ver pela primeira no cinema uma fita do Bucha e Estica.
Ora é isto o bom serviço público e para este serviço eu pago com gosto mesmo que o meu amigo Luis Marques me impinja de vez em quando aquelas balelas do Isidro e afins.
Mesmo na informação a RTP deu um grande salto qualitativo pese embora que quando o Orelhas apresenta o Telejornal a apontar o dedo e a piscar o olho dê vontade de mandar a RTP morrer longe. O Orelhas é aliás o exemplo do escândalo que ainda persiste na RTP: ordenado chorudo, regalias e uma tarefa árdua: ler o tele-ponto semana- sim, semana-não enquanto vai escrevendo um dos seus romances comprados por donas de casa desesperadas.
A privada é dominada por um da Câmara de Lisboa, que faz telefonemas ao irmão, sobre o que pode, ou não pode, ser notícia...
ResponderEliminarE a TVI vai para as mãos de Bilderberg...
http://asvicentinasdebraganza.blogspot.com/2007/08/fui-jantar-com-antnio-costa-e-falmos.html#links
a RTE a pública espanhola promove em horário nobre um programa assim:
ResponderEliminaruma boazona em bikini cheira o chulé de alguns concorrentes. O que lhe parecer cheirar mais mal dos pés é o vencedor.
A nossa RTP chatei-nos com o Torga, e apesar de tudo os espanhóis são considerados mais cultos que nós.
Vá se lá compreender isto!!!
retiro o que disse no post anterior sobre as ricohs.Vi uma GR e têm um design apetitoso e pelo review que li é uma bomba ....Lc lá vai barão prà ricoh?
ResponderEliminarÉ impressionante como o Luís de Carvalho consegue dizer tanto disparate junto em tão reduzidos centímetros quadrados de “papel digital” ao escrever que «... pese embora que quando o Orelhas apresenta o Telejornal a apontar o dedo e a piscar o olho dê vontade de mandar a RTP morrer longe... enquanto vai escrevendo um dos seus romances comprados por donas de casa desesperadas».
ResponderEliminarO “Orelhas” é doutorado, é professor universitário numa universidade de prestígio, e não em nenhuma dessas privadas onde alguns fotojornalistas ensinam a tirar fotografias, e os seus livros estão traduzidos em vários países estrangeiros e lidos por milhões de “donas de casa desesperadas”, nos quais eu me incluo.
Bem que a sua placa da Vodafone devia pifar de vez quando lhe dá para a asneira.
Dedique mais tempo no seu blog à fotografia, que eu aprecio, como já tenho comentado aqui.
é verdade, sim, LC, a RTP(1 e 2) está a fazer um bom trabalho.
ResponderEliminartb gosto da sic notícias.
quanto às pirosices ...!?
Mas se o povo gosta ??? que se há-de fazer ? o povo fica contentinho, e alguém fica com muitos eurozinhos
às vezes pergunto-me porque tem o quim barreiros tanto sucesso, sendo um dos artistas mais convidados para as Festas de universitários. Porque será ?
Quanto ao orelhas, ... nada a apontar. É um charme discreto da burguesia.
Mas ouça cá ó LC, atão mas um gajo agora já não pode escrever, mesmo que seja para donas de casa desesperadas ?? esságora ....
Juro-lhe que não é marcação cerrada, mas você diz com cada uma.
E uma mulher não é de ferro, não é ?
por acaso tb n simpatizo com o Orelhudo...o gajo até tem pedigree
ResponderEliminarmas é daquelas coisas...prefiro a Ana Sofia Vinhas e então agora que deixou de ser assediada pelo Prof. Martelo está um mimo....