Acontece aos melhores: ser despedido por competência.
Dalila Rodrigues tinha feito um trabalho notável no Museu Grão Vasco em Viseu. Depois no Museu de Arte Antiga tinha transformado um espaço tradicionalmente chato e bafiento numa instituição gabada e visitada por mais de 50 mil por ano.
Dalila tem consigo modernidade. É anti-situacionista, é moderna, tem frescura. Não segue a voz do dono, tem ideias próprias e liderança. Isto paga-se caro em Portugal, onde o que conta é o lobbing, a conspiração, o amiguismo, a mediocridade mascarada de competência. Não contam os resultados ( como na tv ninguém ouve, só olha), a mudança, o entusiasmo. Preferimos o que está a dar, a conjuntura, o correcto, o estabelecido.
No meio de uma classe pouco segura de si, promovida por capelinhas, vazios de poder ou oportunismo, quem tem poder chama-lhe seu e não arrisca o petisco das vaidades, das mordomias, do estatuto. A política é um xadrez difícil mas onde os jogadores se iniciaram no pior recanto: nas juventudes partidárias, nos grupos de influência.
Dalila, que é apoiada também por lobbistas conhecidos ( Molder, Carrilho da Graça e apaniguados de direita) parece sair porque achou que para prosseguir o seu trabalho precisava de condições, o que para o poder burocratizado é uma afronta. Portanto; vamos escolher um amanuense que não chateie e ladre mancinho ao chefe.
Começo a ter saudades do Cavaquismo.
Este tipo de situações já não é novidade nenhuma com este governo. Essa gente já mostrou que quem não está disposto a fazer constantes vénias e a baixar a cabeça, que o mais certo é ser decapitado.
ResponderEliminarAqui, tal como na função pública em geral, o que interessa não é ser competente, mas sim ser o animal de estimação do chefe. Infelizmente a coisa funciona sempre ao contrário, porque aquele que tem necessidade de ser o bicho de estimação do chefe, é-o porque não tem capacidade de se auto-afirmar de outra maneira. Aqueles que o têm, vêm-lhes as pernas serem cortadas imediatamente e são enfiados numa prateleira a apanhar pó, pois são encarados como um "risco" (sabe-se lá a quê) para depois serem substituidos por um filho, primo ou sobrinho de um ministro ou amigo do ministro a ganharem o dobro dos seus antecessores.
Ai Portugal para onde vais tu? Estás à beira do abismo, mas mesmo que não queiras saltar podes ter a certeza que o sr. engenhocas te vai empurrar pelas costas e à traição...
Hah, no Inimigo Público de hoje:
ResponderEliminar"Carreiras da função pública reduzidas a "director geral", "lambe-botas" e "bufo"."
Não andam muito longe da verdade...
Mau...!
ResponderEliminarNão me diga que é o seu D. Quixote II (o I foi o Carmona...)
E agora até vetou a lei de imprensa... para dar escova aos jornalistas.