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segunda-feira, julho 02, 2007

Fotojornalismo em Matosinhos (3)

Então foi mais ou menos assim a sessão sobre fotojornalismo na Biblioteca Municipal de Matosinhos:

Gaspar de Jesus falou dos tempos em que os fotógrafos faziam ronha e tinham um estatuto lateral. Mandava-nos entrar a meio das entrevistas, faziam uma chapa e partiam. Havia quem andasse vestido como se fosse para um casamento e quando havia um trabalho mais "sujo" pirava-se. Adoravam trabalhar à noite para ganhar nas horas e os chefes eram-no porque assim ganhavam mais.

Ele era o mais requisitado pelos redactores. Não foi o Gaspar a dizê-lo. Ele era também o mais talentoso e demarcava-se dos outros. As suas fotografias são de uma sensibilidade extraordinária. Tem técnica, enquadra bem e o seu humanismo está-lhe à flor da pele. Quase chorou quando mostrou algumas das suas fotografias.

Fiquei muito admirado com a qualidade das suas imagens.

Fernando Veludo preferiu falar de técnica e deu lições de bem enquadrar. Falou de estratégia para conseguir uma boa foto do Papa em Fátima.
O Veludo está agora com um projecto entre mãos, depois de ter saído do Público. Foi uma aula de alguém que prima pelo rigor do enquadramento.

Eu falei do futuro do fotornalismo. Tudo mudou e agora as novas plataformas de circulação das fotografias permite uma nova linguagem, veja-se Magnum Inmotion. Falei ainda da mudança dos jornais, da net, da televisão e de tudo o que se cruza em imagem e som.

Não falei de fotografia. Falei de fotojornalismo.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  2. fotojornalismo, mesmo mesmo dia-a-dia para noticiar em imagem sintética mas com "tudo" lá dentro, só o das agências AFP/AP/Reuters e de outras (Polaris,Getty,Rex, p ex)mas poucas . A Magnum é pirueta fotográfica presunçosa e a tentar sobreviver dos louros. Agora estão todos numa de "informar" ( é o espirito policial dos tempos aqui e lá fora) em vez de noticiar.

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  3. Vi ontem War Photographer, um documentário sobre o grande trabalho de James Nachtwey e achei fabuloso. É daquele tipo de documentários que dão vontade de imediatamente pegar na câmara e ir para a rua.
    Respeito pelos fotojornalistas de guerra!

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