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quinta-feira, maio 03, 2007

Um plano de televisão para a eternidade

Há momentos em televisão que nos fazem reconciliar com este meio tão aberto ao Mundo como pérfido.

Houve momentos em televisão que nunca mais esquecerei. A chegada do homem à Lua, a morte em directo de Ayrton Senna, a desistência de Rosa Mota na sua última maratona em directo do Japão, as imagens do 25 de Abril, o segundo avião contra as Torres Gémeas em directo e visto ao almoço no Café-in em Lisboa ao lado do António Pedro Ferreira, o debate Soares-Cunhal nos anos setenta, sei lá...há imagens que jamais esquecerei.

Ontem o último plano do programa do António Barreto, realizado pela Joana Pontes ( a mesma que realizou na Cama Com... da Alexandra Lencastre), fotografado por João Ribeiro, esse plano continha toda a interioridade da vida urbana.

Amanhece, há uma janela iluminada, panorâmica lenta para a esquerda, vão-se vislumbrando mais janelas, mais casas, uma paisagem urbana a perder de vista, a panorâmica pára numa via rápida, com muitos carros de faróis acesos, velozes, a caminho de um novo dia.

Fabuloso. Assim até apetece pagar taxa de televisão.

1 comentário:

  1. O meio permite coisas fabulosas fora do directo, quando deixam pessoas com talento explorá-lo e não prevalece a mentalidade que os programas são o que passa nos intervalos da publicidade. É um facto que esta tem de existir para pagar os custos de produção, mas por vezes temos oásis assim, no meio de muito lixo.

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