O mecânico da minha Vespa monta à minha frente um jogo de espelhos retrovisores. Antes pegara num plástico protector para proteger de óleo o banco e os punhos. Desembrulha os espelhos com cuidado, espalha os parafusos e peças por ordem em cima de uma mesa e começa com calma e atenção a montá-los. Alinha-os com precisão. Depois, sem eu pedir, verifica o óleo do motor, desaparece com a máquina e regressa com ela lavada, ainda a pingar.
Elogia o modelo e confessa que a 2oo GT tem mais raça do que a 250 i.e que tem já injecção electrónica.
Porque falo nisto? Porque o mecânico da Motor Haus é romeno, infelizmente não fixei o seu nome, e revelou-se um profissional perfeito. Trabalha com desmesurado prazer e é de uma competência e dedicação à prova de bala. Porque não encontramos portugueses assim? Ou porque quando encontramos um português assim já tem uma certa idade e se dedica a uma profissão do passado, em vias de acabar?
Mudei de cabeleireira, a minha anterior está em Lisboa e não me dá jeito nenhum lá ir. Num centro comercial de Cascais sou tosquiado por uma romena. Tem 27 anos e 4 em Portugal. Estudou matemática no país natal, aqui é uma profissional competente, sem complexos por não praticar o que aprendeu na escola. Trabalha sem pressas, é eficaz, cuidadosa, atenciosa. Aceita a gorjeta final com timidez como se isso fosse um extra de que não estava à espera.
Quantos brasileiros não se cruzam connosco diariamente e nos provam o seu profissionalismo? Que seria de Portugal sem esta troca de culturas e raças ? Esta gente que tão bem se misturou entre nós, será decerto uma das razões pelas quais Portugal não se afundou ainda mais.
Eles contribuem para a qualidade dos serviços e para uma postura de responsabilidade que infelizmente não encontramos na maioria dos portugueses, sem habilitações, sem competência e sem vontade de trabalhar.
E nem vou falar do canalizador que me apareceu à porta de Audi A4 e me queria levar 100 euros para mudar a anilha de uma torneira….
Elogia o modelo e confessa que a 2oo GT tem mais raça do que a 250 i.e que tem já injecção electrónica.
Porque falo nisto? Porque o mecânico da Motor Haus é romeno, infelizmente não fixei o seu nome, e revelou-se um profissional perfeito. Trabalha com desmesurado prazer e é de uma competência e dedicação à prova de bala. Porque não encontramos portugueses assim? Ou porque quando encontramos um português assim já tem uma certa idade e se dedica a uma profissão do passado, em vias de acabar?
Mudei de cabeleireira, a minha anterior está em Lisboa e não me dá jeito nenhum lá ir. Num centro comercial de Cascais sou tosquiado por uma romena. Tem 27 anos e 4 em Portugal. Estudou matemática no país natal, aqui é uma profissional competente, sem complexos por não praticar o que aprendeu na escola. Trabalha sem pressas, é eficaz, cuidadosa, atenciosa. Aceita a gorjeta final com timidez como se isso fosse um extra de que não estava à espera.
Quantos brasileiros não se cruzam connosco diariamente e nos provam o seu profissionalismo? Que seria de Portugal sem esta troca de culturas e raças ? Esta gente que tão bem se misturou entre nós, será decerto uma das razões pelas quais Portugal não se afundou ainda mais.
Eles contribuem para a qualidade dos serviços e para uma postura de responsabilidade que infelizmente não encontramos na maioria dos portugueses, sem habilitações, sem competência e sem vontade de trabalhar.
E nem vou falar do canalizador que me apareceu à porta de Audi A4 e me queria levar 100 euros para mudar a anilha de uma torneira….
Estaremos a ser justos? O Luís sabe há quantos anos as torneiras deixaram de ter anilhas para passar a ter castelos? Um abraço
ResponderEliminarOlá Pedro, o pormenor da anilha não confirmo mas a conta sim. Deve ser uma torneira windows ! eheh! Abraço e Apple sempre !
ResponderEliminarLuís de Carvalho, quem gosta de Vespas e de cães,também vai gostar de ler isto:
ResponderEliminar(...)
Quinta-feira, 22 de Março de 2007
O post mais fantástico da minha vida
A meio da noite dei com o quarto do meu filho ocupado. É um gesto espontâneo olhar lá para dentro, como se lá estivesse sempre.
Claro que, apesar da sonolência própria da hora, eu sei que não estava lá, porque durante a semana está fora nas aulas.
Acendi a luz e ali estava ele. O seu rabo abanava de alegria, como que dizendo, olá, estou aqui.
E os seus olhos, fundos e pretos, também vermelhos, brilhavam. De felicidade.
Acho, mesmo, seguramente no meu imaginário, que até as orelhas mexiam. Tal o contentamento.
Pensei para comigo que talvez fosse abusivo estar a ocupar uma cama alheia. Comentei com a minha mulher e ela disse, não muito convicta, para o tirar dali.
Não, deixa estar, acho mesmo que devia era ir buscar um cobertor. Mas, para quem tem um casaco daqueles, de pelo forte, também não seria necessário tanto cuidado.
Hoje, curiosamente, levantei-me bem cedo e fui tomar o pequeno-almoço, comprei a Sábado, mais uma vez com uma análise lúcida do José Pacheco Pereira, e espero pela minha mulher.
Eram dez horas e estava no Multibanco a tirar a carta de pesca lúdica apeada. Coisa fantástica, porque, antes, tinha que preencher uma data de papéis e de requerimentos e, agora, em escassos sessenta segundos, a partir deste tempo o sistema anula a operação por razões de segurança, mas sem nos fanar o cartão, dizia, tenho a carta na mão.
Claro que é mais impessoal.
Depois, dei comigo a pensar nos meus quatro filhos.
E fui comprar um champô para a mais velhota, que anda com problemas de pele.
Comprei também um produto para as carraças. Bichos chatos.
Ah...!,
Já não me lembrava que a primeira coisa que fiz quando me levantei foi pôr o atrevido do rafeiro na rua.
Depois de lhe ter tirado uma carraça do lombo.
(...)