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quinta-feira, março 15, 2007

Flash com Maria das Dores e Joana Amaral Dias

As revistas do coração não param de me surpreender. Afinal é para isso que elas servem: para deixarem de boca aberta um contingente de desprevenidos.

Falo do caso da badalada figura que está presa por suspeita de ter mandado matar o marido e que tem um filho de que se suspeita de ter fanado 30 mil ao pai. Uma história triste mas que dava uma sinopse para um excelente filme português filmado pelo Almodôvar. Tem os ingredientes todos: crime, sexo, perversão, infâmia, intriga, ambição...e muito mais.

Bom, que têm feito as revistas que andaram a promover uma empregada bancária, reformada, como uma figura da mais fina casta ? Têm andado a mitificar a presa, e o filho dela mais velho, como personagens interessantes, com história para contar. Estão a ser humanizados, quase perdoados, lavados mais branco, nas páginas rosa.
Daqui a pouco, se não já, estão a torná-los nuns heróis nacionais. Haja decoro minhas senhoras directoras ! Haja bom gosto, e já agora, ética. Gostam muito da Holla, passam a vida a sonhar em fazerem hollas mas na hora...caem no estilo jornal do Crime em versão couchet.

A Flash desta semana já põe o filho a defender a mãe. A coisa está a ficar um Big Breda.

Côr-de-rosa, dois:

Aquela deputada do Bloco de Esquerda, filha do psiquiatra Amaral Dias, que um dia na AR, nos Passos Perdidos, veio ter comigo a dizer-me que estava a invadir a sua privacidade por a estar a fotografar, sendo ela deputada, aparece esta semana na Flash, também nos Passos Perdidos, a posar e a debitar umas banalidades. Uma tontaria de esquerda com laivos populistas.

Depois do fascínio do arquitecto Saraiva pelo mundanismo temos aí mais aderentes: do Bloco de Esquerda às pérfidas figuras de um jet-set decadente, nacional,a bem da Nação.

4 comentários:

  1. mistificar - abusar da credulidade de; burlar, mistificando; lograr com astúcia

    mitificar - converter em mito; tornar mítico ou fabuloso

    não quereria dizer mitificar em vez de mistificar?

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  2. Claro que é mitificar, obrigado

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  3. Ahah. Esse episódio só vem reforçar o meu anti-joana-amaral-diasismo.

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  4. Permita que sintetize a sua (ou minha) mensagem que está subjacente ao seu excelente texto: “Perfume com cheiro a sabão azul”.
    Mas, com benefício para o sabão azul.
    PS:
    (1) Os ares de Santarém estão a fazer-lhe bem, tendo até, ao que vejo, aproveitado para rezar. A foto a preto e branco é óptima, não faltando, sequer, as duas senhoras que deviam saber que ali, na igreja, não é local para se “cortar na casaca”, com o devido respeito pelas senhoras.
    (2) Mas, já agora, a partir das vinte horas consegue onde jantar na cidade. É que, há uns dois anos, estive aí duas semanas, e se quisesse jantar tinha que ir a Almeirim ou ao Cartaxo.
    (2) Tive a oportunidade de, ocasionalmente, ter sido participante num colóquio com o Moita Flores, tendo sido curioso, ele ter querido saber “quem era aquele tipo que defendeu na sua intervenção que um toxicodependente é, antes de mais, uma vítima e não um criminoso”. O seu espanto, porventura, teria que ver com o facto de isto ter acontecido para aí há uns dez anos e “aquele tipo” ser um bófia, daqueles que (ainda) usavam farda.

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