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sábado, março 31, 2007

Canudo de Sócrates passado a um domingo


Sócrates é engenheiro?
Não.
Sócrates é licenciado em engenharia?
Sim
E sabe construir casas?
Não.
Andou na Universidade?
Sim.
E foi às aulas?
Não.
E alguém o viu por lá?
Sim.
E sabemos quem ?
Não.
Aplica-se aqui o curso simplex?
Sim.
E o Mariano Gago reconheçe-o ?
Não.
Sócrates pode projectar?
Sim.
E o que acontece às casas?
Caem.
E isso é relevante para o país?
Não.
Os alunos de Portugal podem seguir o exemplo Sócrates?
Podem.
E devem fazê-lo?
Não.
E o que acontece se o fizerem ?
Chumbam.
Pode-se trabalhar aos domingos?
Não.
E pode passar-se canudos ao domingo?
Pode.
E é válido ?
Sim e não...

1 comentário:

  1. O Luíz de Carvalho, que gosta tanto de dar umas “cacetadas” aos “vizinhos”, bom que também podia distribuir algumas pelo jornal que lhe paga.
    Senão, leiam o Nicolau Santos, um dos actuais directores do Expresso (retirado do "Bloguítica"):
    Leu os artigos publicados no EXPRESSO (31.3.2007: 10-1) sobre a licenciatura de José Sócrates?
    É impressão minha, ou também acha, em retrospectiva, que Nicolau Santos perdeu uma boa oportunidade para estar calado?
    Porque:
    Sócrates, Lewinsky e o 'Público'
    O jornal 'Público' resolveu dar as quatro páginas de abertura da edição de hoje a uma investigação onde tenta descobrir se o primeiro-ministro é ou não licenciado em engenharia civil pela Universidade Independente, ou se é só licenciado em Engenharia Civil, já que o curso não é reconhecido pela Ordem dos Engenheiros, ou se completou mesmo o curso.
    Certamente por algum desconforto, o trabalho é acompanhado por uma nota da direcção editorial logo na página 3 que se afadiga em esclarecer que se pode ser uma grande figura política europeia ou banqueiro ou mesmo director de um jornal (no caso do 'Público') sem se ser licenciado. E a mesma nota reconhece que o 'Público' se abalançou a esta investigação depois das referências que se têm avolumado na blogosfera sobre a forma como Sócrates obteve a licenciatura.
    A nota editorial do 'Público' é suficiente para perceber o desconforto do jornal com o trabalho. Porque 1) na blogosfera aparecem as mais inusitadas «notícias» (que Soares é dono dos terrenos da Ota, que Miguel Sousa Tavares plagiou o «Equador» – neste caso, o 'Público' também deu voz à blogosfera e o seu próprio provedor dos leitores criticou as jornalistas que fizeram a investigação –, que Rosa Coutinho escreveu uma carta a Agostinho Neto incitando-o a matar os brancos que se encontravam em Angola em 1975, que o António Costa e o Ricardo Costa são filhos da Maria António Palla – o que é falso, porque eles têm é o mesmo pai mas mães diferentes, e que por isso é que o sistema de apoio médico da Casa de Imprensa se mantinha, o que, como se sabe, não é verdade, porque já acabou, etc, etc) e nem sempre o 'Público' decide investigar os temas - e bem, porque senão não faria mais nada; 2) porque o trabalho acaba por não esclarecer nada, limitando-se a dizer que em vez de engenheiro, Sócrates só pode ser considerado licenciado em Engenharia Civil (quem não sabe que os agentes técnicos acabavam por ser chamados de engenheiros?), que há umas cadeiras que foram concluídas quando o curso só tinha dois anos de existência (o argumento de Sócrates é que as cadeiras tinham sido antecipadas face ao plano normal de curso para alguns alunos que vinham de outras instituições ao abrigo de processos de transferência) e que o professor que leccionou as cadeiras que permitiram a Sócrates terminar o curso era director do Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do Ministério da Administração Interna desde Março de 1996, quando Guterres era primeiro-ministro e Sócrates secretário de Estado.
    Mas é claro que as quatro páginas que o 'Público' dá a um assunto onde não tira nenhuma conclusão taxativa, género «Sócrates não é licenciado e comprou o diploma», deixam mossa e dão guarida às insinuações que, com base ou não, proliferam na blogosfera.
    É um jornalismo perigoso aquele que o 'Público' prossegue, porque parece que só dá guarida à blogosfera quando os alvos são pessoas mediaticamente expostas e com quem tem algum diferendo (caso de Miguel Sousa Tavares que, por acaso, tinha deixado de ser colunista do 'Público', transferindo-se para o Expresso) ou o primeiro-ministro (que não é um dos amores do director do 'Público'). Veremos qual será a posição do jornal em próximas insinuações blogosféricas.
    Estas quatro páginas cheiram demasiado ao «affaire» Lewinsky, que condicionaram a actuação e quase levaram à demissão do melhor presidente dos Estados Unidos dos últimos 30 anos. Verdadeiramente não há nada de muito relevante para o exercício do cargo de primeiro-ministro, mas verdadeiramente parece que há qualquer coisa que não bate certo. E, perante isto, o 'Público' dá espaço e mais espaço a algo sobre o qual não consegue tirar nenhuma conclusão definitiva. Como com Clinton, o objectivo final é condicionar e limitar a actuação do primeiro-ministro por razões que nada têm a ver com a actuação política do primeiro-ministro.
    Este jornalismo não honra o seu primeiro director, Vicente Jorge Silva, nem todos aqueles que de algum modo contribuíram para fazer do 'Público' um jornal de referência.
    Nicolau Santos,
    Director-Adjunto
    Publicado quinta-feira, 22 de Março de 2007 22:18 por Expresso Multimedia

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