a Quercus critica esquecimento das zonas húmidasOs ambientalistas da Quercus criticaram na quinta-feira o esquecimento a que foram votadas as zonas húmidas em torno das grandes cidades, alertando para os atentados a que são sujeitas por parte das autarquias e particulares.
A propósito do Dia Mundial das Zonas Húmidas, que hoje se assinala, a associação ambientalista aponta como exemplo da incúria o estuário do Tejo, onde subsiste uma paisagem com sapais, bancos de lodo e vestígios de antigas salinas e viveiros de peixe desactivados.
Embora estejam classificadas como Reserva Ecológica Nacional (REN), na prática estas zonas «estão abandonadas», sendo alvo de atentados por parte de autarquias e particulares.
Neste âmbito a Quercus aponta os aterros, a drenagem por fecho das entradas de água e as descargas de águas pluviais e esgotos que levam ao aparecimento de mosquitos.
A associação ambientalista lamenta também que se deixe arruinar o património histórico-arqueológico existente nestes locais ligado a antigas práticas de exploração dos recursos estuarinos, entre os quais moinhos de maré e os seus viveiros.
Para os ambientalistas, é igualmente importante promover práticas de aquacultura sustentáveis, o que não acontece com a unidade proposta pela Pescanova para a área protegida da Rede Natura de Mira.
«Os impactes ambientais e mesmo os reais impactes na economia local destas mega-unidades aquícolas devem ser avaliados seriamente», sublinha a Quercus, em comunicado.
A associação acrescenta que as zonas húmidas são fundamentais para a manutenção do pescado e salienta que isso foi também reconhecido pela Convenção de Ramsar (acordo internacional que visa proteger as zonas húmidas) que coloca, este ano, a tónica das comemorações na relação destes sítios com as pescas e a produção de pescado.
Diário Digital / Lusa
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