Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgado em Janeiro do ano passado revelava que Portugal apresentava uma taxa de utilização de computadores na escola que se situava entre as mais baixas — inferior a 40 por cento —, tal como a Finlândia, a Suíça ou a Alemanha.
O mesmo relatório destacava que, em média, três em cada quatro estudantes nos países da OCDE utilizam computadores em casa várias vezes por semana. No Canadá, na Islândia e na Suécia este número sobe para nove em cada dez estudantes. Em contrapartida, apenas 44 por cento dos estudantes dos países da OCDE usam frequentemente computadores na escola.
O relatório indicava também que, apesar de o acesso a computadores nas escolas ter aumentado nos mesmos países, em alguns estabelecimentos de ensino as oportunidades de acesso dos alunos a este meio informático ainda eram bastante limitadas. Era o caso de Portugal, em 28º lugar numa lista de 39 países, com uma média inferior a um computador por aluno. Eslováquia, Polónia, Letónia, Tailândia, Uruguai, Indonésia, Turquia, Sérvia, Rússia, Brasil e Tunísia são os países que ficam atrás de Portugal nesta matéria.
O estudo "Are students ready for a tecnology-rich world" forneceu os primeiros dados comparativos internacionais nesta área, baseados na avaliação do desempenho educacional dos jovens feita pelo programa PISA (Programme for International Student Assessement) de 2003, da OCDE.
Oito em cada dez alunos portugueses utilizam computador em casa
O documento revelava que oito em cada dez alunos portugueses utilizavam o computador em casa.
Os estudantes portugueses estavam entre os que têm uma atitude mais positiva em relação aos computadores, juntamente com a Áustria, o Canadá, a Alemanha, a Islândia, a Coreia do Sul e a Polónia. Com uma atitude mais negativa estão os alunos da Dinamarca, Finlândia, Hungria, Irlanda e Japão.
O mesmo relatório revelava ainda que os alunos portugueses apresentavam uma taxa de utilização de computadores em casa a rondar os 80 por cento, a par de países como a Finlândia, a Áustria, a Nova Zelândia, a Suíça ou a Alemanha.
O relatório concluía ainda que os estudantes que são utilizadores de computadores tendem a apresentar um melhor desempenho nos temas escolares fundamentais do que aqueles que têm uma experiência limitada ou falta de confiança nas suas capacidades para utilizar as funções básicas do computador.
Os alunos que utilizam computadores há vários anos revelaram um desempenho a matemática superior à média, em contraste com aqueles que não têm acesso a computador ou que o utilizam há pouco tempo.
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Choque tecnológico: 13 alunos por computador
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A famosa info-exclusão. Sem dúvida, os últimos governos pouco fizeram para mudar as coisas. Mas também pouco fizeram para combater o abandono escolar que é um problema bem mais grave. Afinal de contas, para muita gente, computadores e internet não passam de modernices. "A internet é uma grande revista Maria". É uma frase de um antigo professor que tive. Um professor de um curso na área das TI, pasme-se. Velhos do Restelo em relação a este assunto não faltam.
ResponderEliminarMas o mais insuspeito destes velhos, e contra tudo o que se possa pensar, chama-se Portugal Telecom. Eu passo a explicar. Enquanto os operadores europeus optimizavam a sua rede para disponibilizar 2, 4Mbps (nalguns casos mais) para acessos de utilizadores domésticos, a prioridade da PT era o investimento no Brasil. O investimento no Brasil até hoje ainda não teve retorno, no resto da Europa há HDSL, VHDSL, SDSL, etc. Mas realmente não fazia muito sentido renovar a rede. A PT tinha, uns anos antes, entrado na área digital instalando centrais que eram consideradas obsoletas no resto da Europa. Mas o atraso neste campo começou a ser evidente e a tal renovação teve que ser feita: nova substituição de equipamentos nas centrais. Surgiu então a banda larga para todos. Pelo menos os que não moravam nas regiões do interior. Entretanto, a Novis investia numa rede própria, com débitos mais elevados, que ao atingir uma cobertura abrangente das grandes cidades começou a absorver clientes da PT. Resultado: a PT teve novamente de substituir os seus DSLAM's. Provavelmente, se não fosse o grupo Sonae não havia acessos residenciais a mais de 1Mbps. Ironia, não é?
Mas voltando ao assunto, existem ainda muitas escolas por esse país situadas em zonas cujo o acesso mais rápido disponível é de 56Kbps. E hoje em dia, isto não chega nem para navegar. Se as políticas do gigante das comunicações português tivessem sido diferentes, estou certo que hoje existiriam poucos miúdos que não soubessem o que é a www. Assim e infelizmente, ainda há muitos que nunca mexeram num pc.