«De momento, estamos no bom caminho. Ainda não está concluído, mas estou bastante optimista», disse Gollnisch.
Com a adesão à UE da Bulgária e da Roménia, a 1 de Janeiro, e a entrada de 35 eurodeputados romenos e 18 búlgaros para o Parlamento Europeu são necessários agora pelo menos 20 deputados de cinco Estados membros para constituir um grupo político.
De momento, 18 deputados de seis nacionalidades estão prontos a juntar-se a este grupo, caso seja constituído, de acordo com Gollnisch, que poderá assumir a sua presidência.
Segundo ele, este grupo obteve já o apoio dos sete eurodeputados franceses da FN, entre os quais o seu presidente, Jean-Marie Le Pen, e a sua filha Marine, do austríaco do FPOe Andreas Moelzer, dos três belgas do partido flamengo Vlaams Belang, entre os quais o seu presidente Franck Vankecke, do britânico Ashley Mote e de um búlgaro.
O Partido da Grande Roménia, de Corneliu Vadim Tudor, anunciou também, em finais de Dezembro, que os seus cinco eurodeputados aderirão ao grupo.
«Se este grupo o fizer, espero que tenha uma função de catalizador e que outros se lhe juntem», comentou Gollnisch, que espera cativar ainda deputados polacos.
Não será a primeira vez que a extrema-direita possuirá um grupo no Parlamento Europeu. Jean-Marie Le Pen, nomedamente, presidiu de 1984 a 1989 ao «grupo das direitas europeias» e de 1989 a 1994 ao «grupo técnico das direitas europeias».
Se forem reunidas as assinaturas necessárias, o grupo será criado na próxima semana, em Estrasburgo, durante a sessão plenária em que será renovado grande parte do enquadramento do Parlamento Europeu, nomeadamente o seu presidente.
Outros eurodeputados manifestaram já preocupação com a eventual criação de um grupo político de extrema-direita no PE.
O anúncio das intenções da extrema-direita europeia surge no mesmo dia em que o governo alemão anunciou que vai propor legislação da UE contra actividades e símbolos neonazis.
«O que nos preocupa é a crescente actividade de extremistas de direita e desordeiros no espaço europeu, e, por isso, vamos avançar com uma nova iniciativa durante a presidência alemã - em curso - da União Europeia para criar parâmetros unificados de combate à extrema- direita», disse hoje a ministra da Justiça alemã, Brigitte Zypries.
A Alemanha já tentou anteriormente um acordo a nível da UE para reprimir movimentos neonazis, mas esbarrou então com a oposição da Itália, por exemplo.
No entanto, o novo governo italiano, agora chefiado pelo socialista e ex-presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, «já sinalizou» uma mudança de atitude nesta matéria, adiantou Zypries.
Entre as medidas defendidas por Berlim conta-se a proibição, por directiva europeia, em toda a UE, da utilização e exibição de símbolos nazis, como a cruz suástica, à semelhança do que acontece na Alemanha.
Quando estava em funções, o anterior ministro do Interior alemão, Otto Schily, pronunciou-se contra uma tal proibição a nível europeu, por duvidar da sua eficácia.
No entanto, a ministra da Justiça discordou hoje do seu companheiro social-democrata, dando como exemplo o caso do chamado «Vinho de Hitler», que é vendido em Itália com uma etiqueta com a cruz suástica e a foto do ditador.
Diário Digital / Lusa
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