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quinta-feira, janeiro 04, 2007

Dois bodes expiatórios na morte de Saddam

As autoridades iraquianas detiveram dois funcionários do Ministério da Justiça no âmbito do inquérito à gravação pirata, em vídeo, do enforcamento do ex-presidente Saddam Hussein, anunciou hoje um deputado xiita próximo do primeiro-ministro.

«Duas pessoas foram detidas e estão actualmente a ser interrogadas no âmbito do inquérito. Tratam-se de funcionários do Ministério da Justiça» que assistiram, a 30 de Dezembro, à execução de Saddam Hussein, afirmou Sami al-Askari.

Um dia antes, Haydar Majid, porta-voz do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, tinha anunciado uma primeira detenção, de um «guarda» que assistiu ao enforcamento.

Até ao momento não foi apresentada qualquer acusação contra os dois detidos, segundo Askari, que não referiu se estes são suspeitos de terem filmado o enforcamento de Saddam Hussein ou de terem proferido insultos e provocações contra o ex-presidente.

A divulgação do vídeo pirata, na Internet, chocou a comunidade sunita iraquiana, a opinião pública árabe e responsáveis de todo o mundo.

Nas imagens pode ver-se o enforcamento, com todos os pormenores, e ouvir que testemunhas da execução gritaram o nome do chefe radical xiita Moqtada Sadr, bem como insultos a Saddam Hussein nos seus últimos instantes de vida.

Um responsável iraquiano admitiu que algumas das pessoas que assistiram ao enforcamento dançaram em torno do cadáver.

Maliki ordenou a abertura de um inquérito para determinar quem foi o autor da gravação em vídeo, alegadamente gravada através de um telemóvel, e quais os responsáveis pela divulgação da gravação na Internet.

Maliki quer também saber quem foram os autores dos gritos.

Diário Digital / Lusa

3 comentários:

  1. Luís de Carvalho, como sabe sou um bloger desconhecido, não tendo de longe a sua "implantação no mercado" nem, sequer, pretendo ter.
    Também o aprecio, embora nem sempre esteja de acordo, por, sobretudo, se expor tanto, correndo, porventura, riscos, considerando as suas responsabilidades profissionais.
    Até já disse aqui que a maior liberdade é "podermos" ser livres.
    Por isso, mais uma vez, me vou servir do seu blog para dar o maior mediatismo possível a mensagens de factos que me indignam profundamente.
    Gostava antes de o fazer para o seu e-mail, pedindo que ficasse ao seu critério fazer ou não a publicação dos posts que, uma vez ou outra, já aqui colei. Mas não tenho o seu e-mail.
    Então, aí vai uma mensagem de um assunto que me revolta:

    "...
    O Mestre do Salva-Vidas e o seu Labrador:

    Há dias, enquanto esperava que fosse mudado o óleo do meu carro, encontrei o filho do piloto do Salva-Vidas afecto ao porto marítimo da cidade onde vivo.

    Tendo perguntado pelo seu pai, fico a saber que este deixou aquelas funções, tendo trocado um emprego público, onde ganhava pouco mais de seiscentos euros por uma empresa privada a vencer mais de dois mil, estando a operar uma grua habitualmente utilizada na construção de pontes.

    Nas funções de piloto do Salva-Vidas foi sempre um profissional disponível a qualquer hora e a qualquer dia, adorando e sendo um escravo daquele trabalho.

    O gosto por aquelas funções era de tal maneira que chegou a treinar o seu Labrador em operações de salvamento, usando o animal para tirar da água e puxar para terra pessoas que pudessem estar em risco, fazendo uso do seu rabo.
    Pode parecer caricato, mas isto não me foi contado.
    Eu vi algumas vezes o cão a ser treinado e a coisa funcionava.

    Desde há vários meses, o Salva-Vidas não tem tripulação habilitada para sair sequer à barra, segundo me foi contado.
    Não sei se isto é rigoroso, mas sei que, de facto, não tenho visto aquele equipamento a navegar, o que, antes, acontecia praticamente todas as semanas.

    Sou amante e praticante da pesca desportiva em terra e em mar, conhecendo os perigos da rebentação na praia.
    Sei que alguns pescadores abusam da sorte e procuram pescar em cima da rebentação, sobretudo nesta época, na pesca, por exemplo, do robalo.

    Sei, sobretudo, que aqueles infelizes, neste caso concreto, não ficaram sepultados na areia da praia por falta de meios, mas, por falta de coordenação dos meios existentes.
    Dos meios possíveis.
    E dos que podiam ser inventados, como uma simples prancha de surf.
    Ou um Labrador.

    Neste país, existem muitos comandantes e muitos delegados da protecção civil, dos bombeiros, e disto e daquilo.
    Fazendo lembrar cenas que vi em que, enquanto as matas ardiam, aqueles discutiam quem tinham lugar no helicóptero, em querelas de ridículos protagonismos.

    Uma tristeza a morte escusada daquela gente.
    ..."

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  2. Este comentário já vem tarde, mas... :

    o Luiz Carvalho por acaso não consegue postar aí o vídeo da entrevista da Maria João Avillez ao Herman, ao Ricardo Araújo Pereira e ao Nuno Artur. Era serviço público, embora o tempo não esteja para borlas :)

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  3. Esperemos é que este comentário não venha é cedo de mais.
    Porque, no caso como o que aqui relato, espero que a falta de tripulação do Salva-Vidas não venha a contribuir para mais desgraças, para além de outra mensagem, no fundo a mais importante, que está implicíta no meu "comentário-post", que é a de que neste país "existem muitos comandantes e muitos delegados da protecção civil, dos bombeiros, e disto e daquilo..."
    Por outro lado, tenho um conceito do uso dos blogs, talvez um pouco diferente, o qual não passa por critérios de mera divulgação de notícias in time, mas antes, se quisermos, de partilhar preocupações com ideias que eu próprio procuro formular, normalmente com base em factos que conheço pessoalmente, sem fazer a mera reprodução de notícias que são publicadas em outros meios de comunicação social.
    São opiniões diferentes, que respeito.
    Quanto ao facto de "o tempo não estar para borlas", se o autor do bloger assim o entender também estou disposto a pagar, sobretudo quando os objectivos merecem a pena.

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