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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Porque gera Cavaco Silva unanimismo?


Há mistérios na política que o bom senso desconhece. Um deles, e que me intriga de sobremaneira, é a forma como o cavaquismo se vem enraizando nos portugueses, mesmo naqueles que sempre foram de esquerda e detestaram a política do Homem de Boliqueime.

Claro que digo isto sem ofensa para com o nosso PR e muito menos por falta de consideração pessoal. Aliás, como pessoa, Cavaco e a sua esposa Dona Maria são pessoas de grande afabilidae, como o era o casal Eanes, aliás muito parecidos em gostos e em prática política. Acho que não devemos misturar simpatia pessoal com política.

O que me admira, e hoje tive mais uma vez essa prova provada, é que a esquerda está toda rendida a Cavaco Silva, dos radicais aos católicos, aos maçons, aos moderados. Se Deus não existe não há espiga: Cavaco faz de conta.

Durmam descansados, a Pátria tem pai e nem se recomenda, venera-se.

A direita também não está preocupada: votou nele, mas agora até dá jeito apoio ao Sócrates ( outro revisionista socialista que todos chupam como mel) enquanto os neo-liberais se não reorganizam, ou Durão volta, ou Santana sobe ao céu.

Portugal está pobre, não vai crescer, não vai reduzir o déficit. Enquanto o resto da Europa vive à larga, esquecendo crises, consumindo, nós falamos de crise, caça às bruxas, operações da PJ, processos judiciais com laivos de vinganças. As empresas passaram a ser suspeitas de criminosas, os profissionais liberais prevaricadores ao fisco, os professores bandidos, os médicos saqueadores de bancos, os políticos tachistas, o Alberto joão Jardim bandido, o futebol o pior inferno ao cimo da Terra e Sócrates: o político corajoso que apoiado por Cavaco está a endireitar a Pátria.
A fome juntou-se à vontade de comer.

Ainda não houve um português que tivesse passado a viver melhor desde quer estes cromos estão no poder, mas a maioria aplaude.

O povo gosta de ser chicoteado. É uma tradição da Idade Média.

Sem sentido critico, sem sentido da História, os portugueses passaram uma esponja pelos anos de chumbo, quando a sociedade portuguesa cresceu mas não se consolidou, quando se gastou em betão e se poupou na educação, quando se devia ter emagrecido o Estado e se encheram os quadros com sobrinhos e apaniguados. Foi o cavaquismo, um regime sem sensibilidade social, sem cultura, sem sentido do futuro.
O resultado está aí, mas todos se esqueceram, apostando agora nas acções do PR: a inclusão, ou seja, uma boda aos pobres. Sempre a àrvore e não a floresta.

É este o país que temos por vontade de todos. Da maioria, esse conceito democrático cada vez mais questionável, mas com que teremos de viver.

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