Páginas

sábado, dezembro 02, 2006

O que fica depois de ler jornais


Refugiado no Alentejo passei boa parte do dia a ler jornais e revistas. Entre o Expresso, o DN, o Sol, a Lux, a Vip, Sábado, Focus, Visão, Tal & Qual, Autohoje, Público, e sei lá que mais, o que é que me marcou como histórias ou notícias? Para ser franco muito pouco.
Um grupo de estudiosos da imprensa fechou hátempos durante uma hora vinte leitores habituais do New York Times numa sala para que no fim eles opinassem sobre o jornal que entretanto tinham lido. Resultado: quase ninguém se lembrava da manchete e tinham uma ideia muito superficial das notícias lidas.

Eu estou na mesma. De rajada: gostei da crónica do Miguel Sousa Tavares a desancar na publicidade à Tv Cabo (Expresso), da entrevista da Alice Vieira (Sol), do artigo sobre Salazar (DN), das escapadelas da Cristina Moller (VIP) apesar de ser uma canalhice de paparazzi, adorei uma foto da Alexandra Lencastre do Carlos Ramos, onde ela aparece de meia de liga (sábado) onde também fixei a história muito bem contada do acidente com os 4 portugueses no Chile, lembro-me do portfolio sobre o Natal (Expresso), claro que é feito por mim (!), adorei tb. no Expresso da reportagem sobre o azeite ( excelentes fotos do Tiago Miranda), lembro do bluff da entrevista com o Sô Zé com revelações que já tinham sido ditas no processo de Camarate e a partir daqui já tenho de fazer um esforço. Ah, excelente o artigo na Visão sobre o You Tube e os videos que por lá andam de portugueses. Muito bom, oportuno.
E o que me lembrar para afrente já não saberei dizer se vi neste ou naquele jornal, excepção para a edição do Expresso que sei de cor e salteada, daí também não querer estar a citar muito, pois estive a semana toda a ver o jornal nascer.

Ao fim de umas horas a ler jornais a sensação é de algum cansaço. E pergunto sempre como podemos chegar aos leitores em os cansar ao sábado com temas chatos e redutores. As pessoas têm mais que fazer na vida do que ler jornais e só o farão se soubermos nós jornalistas ir ao encontro delas, surpreendendo-as e fazendo-lhes sentir que não podem passar sem os nossos jornais. Temos de ser úteis em todos os sentidos.

Sem comentários:

Enviar um comentário