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quarta-feira, agosto 16, 2006

Os moralistas contra os fumadores

Senti hoje em Badajoz pela primeira vez os efeitos da proibição de fumar em locais públicos, como um centro comercial.
Era também feriado em Espanha e acabei por ter de me refugiar com a família num centro comercial à entrada de Badajoz, onde também estava tudo fechado à excepção de um Burguer King horrendo. Mas no centro nem um cigarro se podia fumar depois de um café.
É uma medida ridícula, cínica, típica destes governos da moda, politicamente correctos que têm em Zapatero e em Sócrates os arautos máximos da moralidade de esquerda que depois os liberais – lembrem-se do governo de Durão- imitam com receio de perderem votos no centro-esquerda.
A medida é irritante e atentatória da liberdade individual.
Estou à vontade: sou na redacção do Expresso o que mais contesta os fumadores, cheguei a quase bater num tipo que num restaurante atirava fumo para cima do meu bebé, mas isso nada tem a ver com medidas extremas.
Pode e deve haver zonas para fumadores, que não sejam guetos, e cada um tem de ser educado para perceber que não está a incomodar ninguém nem atentar contra a saúde de terceiros.
Parece-me simplex !
Estes socialistas de agora que acham muito bem legalizar os casamentos gay ( uma aberração por natureza) são os mesmos que não me deixam fumar um puro num corredor amplo, de ar renovado como na rua, em nome da saúde. Depois até podem atirar os gazes da co-incineração para cima de populações indefesas…apesar de euser a favor da co-incineração desde que haja um controle efectivo da qualidade do ar e da saúde pública.
Lá para o Outono vamos ser nós a não podermos fumar em público.
É o que faz termos um Primeiro saudável que gosta de correr nas marginais.

3 comentários:

  1. Luis,

    Não sendo uma aberração de acordo com a sua definição, uma vez que até ao momento sou heterossexual (e monogâmico), a monogâmia heterossexual é uma minoria na natureza, pelo que dizer que casamentos gays são uma aberração poe natureza é nada mais que espelhar nas suas palavras a socialização que sofreu ao longo da sua vida.

    Em relação ao tabaco, faço parte de uma minoria menor que a minoria dos não fomadores. Sou um dos poucos fomadores ocasionais que conheço, isto é, quando me apetece fumo um cigarro, especialmente quando estou num bar muito saturado de fumo ou em esplanadas ao ar livre, ou quando estou MESMO com a neura. Assim não se pode dizer que o tabaco (ou mesmo o fumo) me incomode (per si).

    Mas quando estou no metro e me acerta uma nuvem de fumo na cara, ou quando estou a almoçar num restaurante em que à entrada me pergunta "Fumadores ou não fumadores?" e respondo "não fumadores", e depois na mesa ao lado está um fumador, a quem até trazem um cinzeiro, fico incomodado.

    Concordo consigo que é necessário educar, mais do que regulamentar, e penso que assim é, não apenas na questão do tabagismo, mas em todas as questões civicas, incluindo aborto, velocidade e demais regras de trânsito, e uma infinidade de outras coisa. Iria mesmo muito mais longe. Numa sociedade verdadeiramente civilizada, culta e educada, a Anarquia seria o sistema (de governo? politico) ideal. Poucas ou nenhumas regras seriam realmente necessárias porque cada um de nós colocaria a sociedade e os seus concidadãos, se não antes de si próprio, pelo menos ao mesmo nível.

    Mas a verdade é que não vivemos numa sociedade de pessoas cultas, educada e civilizadas. Vivemos num mundo de egocentricos quase analfabetos e nada educados. E por isso é preciso regulamentar. É preciso obrigar e proíbir.

    É pena. Mas é assim.

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  2. Concordo consigo. Acho que os casanetos gay são uma aberração pela mesma razão que acho que católicos comunistas é uma aberração, ou que toureiros amigos dos animais idem, de resto nada mesmo tenho contra a orientação de cada um. Isso é uma grande dádiva democrática.
    Abraço

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  3. Luiz,

    Com todo o respeito, que merece a sua opinião, não consigo acabar de ler este "post", sem dizer que discordo dela.
    Trata-se de uma questão de saúde publica, cientificamente fundamentada, e tambem, tal como referiu de uma questão de liberdade.
    Independentemente, de se tratar de espaços abertos , fechados, amplos ou proprios para fumadores, acho-me no direito de circular nesses espaços sem levar com uma bafurada inadvertida.
    Tem o direito de passar com seu Bebé num corredor ou num jardim sem ele ter de respirar o fumo, do livre fumador que vai 3 metros à frente.
    Pode começar por comparar a cor das paredes da sua redação com as paredes ou orificios de passgem e cirulação de ar condicionado de outras redacções ou locais onde se fume e veja a diferença.
    Tente perder uns segundos, e repare nos orifícios de circulação de ares, no proprio átrio do edifício do Expresso, como eu já tive ocasião de observar.
    Transpondo essa "poluição" para o nosso ar condicionado - pulmões, pode-se tirar conclusões. A liberdade de quem é fumador activo, acaba, onde começa a liberdade de quem é fumador passivo.
    Relativamente à outra questão, do casamento homossexual, e, apesar de eu próprio ser homossexual, confesso que não é ciosa que me preocupe muito, nem perco muito tempo a pensar nisso.
    Acho no entanto que todos os direitos que o Luiz (não sei se é casado) ou outras pessoas adiquiriram pelo facto de estarem casadas,(seja lá isso o que seja..), os devo tambem eu poder adquirir, apesar de , com uma pessoa do mesmo sexo.
    Ok, é biologicamente impossivel a reprudução entre pessoas do mesmo sexo. Essa seria talvez a razão mais plausivel para alguém mais conservador, mas por ai teriam de se "anular" os casamentos entre pessoas estéreis ou pessoas idosas.(não tem cabimento!)
    Infelizmente, creio eu, a razão "escondida" deve-se a temor. Teme-se à diferença. Luiz indique-me uma razão pela qual o casamento gay o possa prejudicar a si ou alguem à sua volta...Se me pedir a mim uma razão pela qual o fumar em espaços amplos, me pode prejudicar a mim ou às pessoas à minha volta, eu dou-lhe inúmeras.

    Cumprimentos,

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