Cresci a ver o José Mensurado na RTP. Era um seu fã. Lembro-me da sua forma moderna de fazer televisão. O Frente a Frente, um programa de entrevistas que passava a seguir ao Telejornal, era uma hora de conversa tranquila, com uma realização muita avançada para a época. Foi lá um dia a Amália.
Lembro a chegada do Homem à Lua sempre em directo durante horas madrugada dentro.
Ainda tenho na memória uma série de reportagens na Guiné, pouco antes do 25 de Abril.
Conheci-o anos mais tarde, na década de 80, o José Mensurado no Bar Snob. Falámos horas sobre tudo e nada. Tinha uma sincera amizade por ele, embora nunca tivéssemos sido amigos íntimos. Por coisas do destino ele acabou por ir morar para o Bairro de Alvalade, mesmo em frente à Tabacaria do meu pai, onde sempre foi até ontem, horas antes de morrer.
Era um gentleman, um homem de bom gosto, nos carros que tinha ( teve um Triumph e agora um Mazda Mx-5), nos charutos que fumava. Um leitor atento e diário da melhor imprensa mundial.
Fazia parte de uma geração de jornalistas que me inspirou, daquele grupo de excelência nascido no Século e de onde alguns acabaram meus colegas no Expresso. Uma elite que fez do jornalismo uma profissão de grande estatuto e de uma enorme dignidade.
Esteve anos na prateleira da RTP e chegou a ter um processo disciplinar quando a chegada de Proença de Carvalho à RTP, no tempo da AD, despejou para um canto muitos profissionais que viram terminada antes de tempo uma brilhante carreira profissional. Mensurado disse mesmo nessa altura numa entrevista ao Tal&Qual que Proença era um maquiavel à moda do Minho!
Não tenho dúvidas que na América José Mensurado teria terminado os seus dias a fazer um programa de informação de prestígio.
Tenho muita pena que tenha partido e que nunca tivéssemos tomado aquele copo sempre adiado.
Ao Pedro, seu filho, e meu colega fotógrafo, um grande abraço.
RIP - Conheci-o muito bem na RTP e Diário de notícias, década de 1980. Um grande amigo!!
ResponderEliminarObrigada Luís
ResponderEliminarBonito texto
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