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segunda-feira, novembro 28, 2011

Fado, património da Humanidade

O FADO é a partir de hoje património da Humanidade.É justo, e esta forma de vida merece. Tendo começado por ser uma forma de expressão popular à margem da moral e dos costumes estabelecidos, acabou por ser uma voz colectiva onde a dor e o sentimento fundo dos portugueses se tornou num ícone de um povo. Depois o Estado Novo usou-o como a expressão de um povo resignado no sofrimento e fatal no seu destino triste.
A Amália foi a voz que internacionalizou o género e que demonstrou com o seu cantar que os portugueses não são "toujors gais".
E foi com Amália que poetas como David Mourão-Ferreira ou Alexandre O`Neill, se fizeram pela primeira vez cantar. E foi com ela que compositores como Alain Oulman e fotógrafos como Augusto Cabrita intervieram no fado, dando-lhe ainda maior dimensão artística.

Depois de Abril o fado virou faduncho. Foi rejeitado pela esquerda e usado pelos saudosistas como um cantar saudoso dos tempos obscuros.

Mas Carlos do Carmo reabilitou o Fado quando Ary dos Santos ou António Vitorino de Almeida trabalharam com ele, no final dos anos 70.

Depois dos anos 80 um grupo de pós-modernos desenterrou o fado e hoje há uma geração fantástica de fadistas. Cantam e encantam.
Eu que só gosto de fado em muitas pequenas doses estou feliz por este reconhecimento de algo que é profundamente português.
Um bom motivo para puxarmos da nossa auto-estima e mandarmos o hino da Troika e as doce cantilenas de PPCoelho às urtigas.
Cantemos alto até que a voz nos doa!!!!!

domingo, novembro 13, 2011

O novo colonialismo interno europeu

A Líbia foi atacada pelas forças europeias e americanas em nome da democracia. Derrubaram um regime ditatorial mas que durante anos temeram e por fim até reverenciaram. Mas já antes tinha havido a invasão do Iraque contra tudo o que é o direito internacional.

Mas agora é a vez da Europa adoptar internamente as mesmas normas ilegítimas agora em nome do Euro e da democracia europeia.

O que aconteceu esta semana na Grécia e na Itália, onde dois primeiros-ministros eleitos democráticamente tombaram, logo substituídos por dois tecnocratas, sem que os respectivos povos se tenham pronunciado, é o retrato do estado a que a Europa chegou.

Quem põe e dispõe dos governos passou a ser a lógica de casino dos mercados e os interesses imediatos do dito eixo Paris-Bona.

E quando acabo de ouvir que Sarkozy e Merkl vão a Roma à posse do novo governo...bom o colonialismo interno europeu nasceu e já não tem vergonha de dar a cara.

O que está a acontecer não é uma mera crise. Éstá a decorrer uma guerra para engolir e dominar os países do Sul.