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domingo, janeiro 17, 2010

A lição do Haiti

O Haiti é uma enorme tragédia e com ela a convicção de que o Mundo não é nada seguro. Vivemos pendentes de pinças. Todos. Estamos sujeitos à precariedade do petróleo e sua distribuição mundial, estamos reféns da economia e da finança capitalista, estamos vigiados pela China e pelos grandes mercados que despertam no Oriente. As nossas vidas não estão assim tão seguras em caso de um cataclismo, como sucedeu no Haiti.

A comunidade internacional preocupou-se em se organizar para a guerra mas não pensou na solidariedade em tempos de paz. Há brigadas de intervenção rápida em caso de ataque nuclear para defesa do Ocidente, mas em caso de tragédia...há que fazer tudo de improviso.

Claro que no Haiti todos os países quase sem excepção têm dado sinais práticos de ajuda e esta está a chegar. Só que sem aeroportos, portos, vias, combustível, electricidade, sem as infra-estruturas minimas é quase impossível uma ajuda eficaz em tempo. A ajuda chega porque sem uma estrutura de socorro preparada por uma ONU para acudir a países em catástrofe é impossível fazê-lo a tempo e horas.

Já tinha acontecido o mesmo com o Tsunami na Ásia. A ajuda internacional chegou mas tarde. Sem um organismo mundial que possa estar preparado para acudir a populações em perigo qualquer acontecimento destes está condenado a fracassar em termos humanitários.

Num Mundo avançado, que esbanja milhões em defesa militar, que faz do CO2 uma mobilização à escala total, como não pensou ainda numa organização para funcionar nestes casos? Esse organismo vai aparecer quando alguém descobrir nisso uma causa com lucros globais, como sucedeu com a demagogia do ambiente. Vão ver se não vai ser assim.

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