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quinta-feira, novembro 12, 2009

Sucatagate já era. Vem aí o alcatrãogate!!!

Aprendemos cedo que na vida tudo é relativo. E damos conta na política que cada escândalo é relativo, minimizado pelo seguinte, esquecido passadas umas semanas, dias, tudo consumido na voragem das notícias.

Ontem era o Sucatagate. Hoje já desponta um novo caso, o caso dos dois concursos públicos adjudicados pela Estradas de Portugal, de onde se evaporaram entre as propostas iniciais e as aprovadas qualquer coisa como 450 milhões de euros. Portanto este valor em sucata dava quase para afogar o país em ferrugem e resíduos sólidos.

O Tribunal de Contas já entrou em acção mas, apesar de ser um Tribunal, não ordena, aliás como os outros de uma maneira geral. O Tribunal de Contas condena, puxa as orelhas, mas não pode impedir que as obras adjudicadas não possam ser erguidas pelas empresas construtoras.

Mas ainda não estávamos refeitos desta história de 450 milhões, já a Comissão Europeia emitia um parecer que deitava por água abaixo, o termo certo, o plano hidrográfico do país. Isto é: aquelas 11 barragens de que Pinho se orgulhava e de que Sócrates passava os comícios da campanha a elogiar, são uma estupidez. São caras e não trazem rentabilidade, tramam a paisagem, o ambiente e degradam a qualidade da água de vários rios.

Eu sempre desconfiei das barragens. Detesto barragens. Uma central nuclear da nova geração substituía dezenas de barragens e acabava com as irritantes eólicas, agora a encherem a paisagem do país de ruído de som e visual. Mas meus caros amigos: as barragens também já estão adjudicadas e a partir de agora é erguer betão. As máquinas registadoras já malham nos números.

O país está pior do que antes das eleições. Mas este fontismo de pacotilha não pára nem com a gripe A. Sócrates foi hoje à pica e até gostou.

7 comentários:

  1. Caro Luís,

    não tenho nada a opor ao facto de "detestar barragens" embora mas gostava de saber qual a sua opinião estética sobre a barragem do Távora (conhecida também por Vilar-Tabuaço) vista do Miradouro da Srª das Necessidades na Vila da Ponte ou da Torre de Fonte Arcada.

    Pelo contrário, já tenho a opor à afirmação "Uma central nuclear de nova geração substituía dezenas de barragens e acabava com as irritantes eólicas" que é tecnicamente tão errada que prejudica a sua credibilidade argumentetiva.

    Por mor da brevidade, atrevo-me a sugerir-lhe a leitura dos comentários num post do blog "O insurgente", com ênfase no comentário 33:

    http://oinsurgente.org/2009/10/16/deve-ser-um-das-tais-liberalizacoes-selvagens/

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  2. Sim eu conheço a Barragem do Vilar. Era miúdo e assisti à sua construção. Mas lixou aldeias antigas, e arrasou a paisage. Claro que um lençol de água visto ao longe fica sempre bem. LC

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  3. Pois eu adoro barragens....elas servem para mais tarde o "camarada Roquete","criar" uns campos de golfe, uns "empreendimentos" turisticos,e assim sempre posso andar de mota de água aos fins de semsna!Temos de ver LONGE!!!O AGORA "CAMARADA MEXIA", é que sabe ...e o Paulo Gonzo, que como se sabe já não BEBE, e adora ÁGUA DAS BARRAGENS DESDE QUE SE TORNOU XUXIALISTA SOCRÁTICO....ai, ai, quero lá saber do Tua ou do Sabor...eu, até
    de lobos, só no ZOO!!É preciso é "progresso"...
    Quando em 2015 a Europa pedir continhas e o dinheirinho, ora eles já cá não estão!!!tópam??L.R.

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  4. http://www.youtube.com/watch?v=oBRFURLT69U

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  5. Caro Luis,

    a partir de Freixinho, vejo-a bem de perto e gosto bastante, sobretudo com a luz do sol do fim da tarde coada pelos novos pomares de Penso e da Faia. E no Verão ainda se detectam os restos dos açudes e levadas antigos.

    A ponte "românica" de Freixinho caiu, mas penso que cairia com ou sem barragem: a ponte nova tornou obsoleta a velha ponte e as pessoas levaram as pedras para as suas casas e quintais.

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  6. Nem de propósito, o Público acaba de publicar uma "infografia" sobre fontes energéticas:

    http://static.publico.clix.pt/homepage/infografia/ambiente/electricidade/

    As centrais nucleares podem substituir as centrais a carvão mas estas últimas só representam 20% do consumo total. Para os picos de consumo em condições "despacháveis" continuamos a contar com as hidroeléctricas e a importação no mercado "spot".

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  7. Estamos tramados com a energia. Ou conforto e civilização, ou regresso ao bom selvagem. O pior é que já é tarde para ambas as opções. LC

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