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segunda-feira, novembro 02, 2009

Vara e Sucateiro Ilimitada.

Ninguém aprendeu com a crise bancária, que foi uma crise por quebra na confiança e pelo rebentar de uma bolha de jogadas à casino. A banca abanou, o Estado deu a mão (nós pagámos) e os senhores banqueiros juraram portar-se bem. Estão a ver...

No nosso cantinho o BPN foi salvo com uma medida à PREC, o BPP teve uma mãozinha do Salvador e o BCP não foi nacionalizado, mas acabou com uma administração que parecia uma tutela do Estado, uma sucursal da Caixa. Socialistas e maçons depois do Jardim Opus Day.

Passada a borrasca, agora que parecia acalmar a tormenta financeira, surge a Face Oculta na banca, uma face que parece ter permitido jogadas de luvas e dinheiro vivo em conluíos entre sucateiros e doutores formados à pressa.

O escândalo Vara e sucateiro é demasiado reles para ser verdade. Claro que tudo isto é sempre considerando a presunção de inocência, mas o que a Judiciária acusa e o Tribunal aceita já é uma dimensão preocupante para este enredo.

O BCP não pode ter à frente dos seus destinos um administrador assim suspeito. E se a justiça só é feita quando o julgamento terminar até às últimas instâncias, não é possível ter administradores com um peso destes sobre a cabeça. É mau para o banco e é terrível para quem é suspeito. Mas a vida é assim. Quem tem cargos públicos deve ter a capacidade de se saber retirar quando está a ser o problema e não a sua solução.

Mas o escândalo bancário não se resume só ao BCP. A tramóia feita na CGD com aquele empréstimo de milhões à OnGoing, através dos fundos das reformas, e que ninguém explica por completo tal operação de alto risco, é a demonstração de que há gente que nunca aprende, nem quer e tem raiva a quem sabe!

Na noite das eleições Vara foi dos primeiros a ir ao Altis saudar Sócrates. Entrou à pressa. Sócrates diz ser grande amigo do bancário que virou banqueiro. E Sócrates apanhado em Bruxelas no meio da bronca respondeu à Barroso:" não me pronuncio sobre casos de justiça!". Claro. E ninguém lhe perguntou: mas Vara não foi posto na Caixa por si e por acaso não seria bonito defender um amigo numa hora má? Até o Presidente da Caixa o fez e não consta que seja amigo e que tenha promovido o secretário de Estado da Tolerância Zero, das matróculas K e dessa ideia de jerico que é a matrículas terem ao lado a data do veículo, a gestor da CGD.

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