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terça-feira, janeiro 13, 2009

Ir ao Hospital e ser tratado como gente

Liguei para o Hospital da CUF e marquei umas análises de rotina. No dia seguinte tinha os exames feitos. Bastou uma hora, cumprida de acordo com a marcação. Nesse dia aproveitei e marquei uma consulta de oftalmologista, mais outro exame."Pode ser amanhã de manhã se quiser!"- disse-me afável a recepcionista. A consulta e o exame voltaram a ser feitos na hora. À tarde tinha no meu e-mail o relatório do primeiro exame.
No Hospital da CUF, em Cascais, estaciono o carro tranquilamente e ainda posso tomar o pequeno-almoço num bar agradável. Não há confusão, o ambiente está climatizado, os médicos são profissionais, rápidos e simpáticos.
Este conforto deve-se ao facto de eu ter um seguro de saúde, pago pela minha empresa, mas que nem tem um custo anual exorbitante (tanto como um seguro de terceiros num carro!).
Pergunto: porque não funciona assim o Serviço Nacional de Saúde? Porque pagando eu uma fatia assinalável do meu salário em segurança social (muito mais do que o custo deste seguro que não tem participação do Estado) não posso usufruir nem um décimo desta qualidade, e ainda tenho de pagar dos meus impostos (dos nossos, claro) outra fatia para a fortuna de prejuízo que esse mesmo serviço dá?
Alguém responde a isto ? Ou estão todos surdos com o papel do Estado-Social?

5 comentários:

  1. Porque o Sistema Nacional de Saúde está montado em edificios que não foram pensados para serem hospitais; porque os médicos do sns são uns doutores e não estao para se maçar com os doentes; porque os enfermeiros - mal pagos - acumulam empregos atrás de empregos e negligenciam o SNS, porque as pessoas acorrem aos Hospitais por tudo e por nada; e porque a degradação do SNS sempre interessou à indústria hospitalar uma vez que a falta de resposta dos hospitais origina a prolifração dos consultórios e clinicas privadas fazendo, com isso, disparar o consumo de máquinas, equipamentos, consumíveis e medicamentos.
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    Nesta degradação do SNS, tenho para mim que os médicos são os grandes culpados, porque sempre souberam lutar pela "dignidade" da sua profissão, mas nunca estiveram a lado dos doentes. Obviamente que estou a generalizar e assumo-o.
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    Deixe-me contar-lhe uma história: há uns anos fui operado de urgência num hospital público. Só conheci o médico no dia da alta!!! Ou seja, 4 dias depois de ter dado entrada no hospital sem saber qual o meu verdadeiro estado clínico. No dia da alta, o senhor veio dizer-me que estava tudo bem e que se tivesse dores que marcasse consulta para o consultório privado que ele tem no Centro Comercial. Basicamente, este senhor vai ao hospital angariar doentes! Uma vergonha.
    Sistema biométrico para esta gente! Controlo de Assiduidade e afins para os médicos.

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  2. Luiz, não há pão. Sem ele, a lutar arduamente pela sobrevivência, tudo o mais passa para um plano secundário, numa posição de "não essencial". Será assim mais uns anos, até atingirmos o caos e a degradação total, enquanto seres humanos e cidadãos que somos de um país. Atingiremos o limite de nós mesmos, até que a populaça explode de mais não poder e ocorre um novo 1928, justificado pelo contexto sócio-económico.

    Mas, efectivamente, também não tenho resposta para a sua questão, para além da concordância com o anónimo de cima e de um Estado e organismos que há muito deixaram de se preocupar com o bem-estar dos seus cidadãos, mais vocacionado para mostrar uma posição, ainda não percebi bem qual, a nível internacional.

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  3. a maior conquista dos humanos no plano do social, o Estado-Previdência ( atenção nada de religião nem providências,previdência é o termo) é o alvo e a estrutura a abater por dezenas de interesses e corrupções falta de ética
    crueldade e egoísmo dos que querem fazer fortuna, viver que nem nababos, possuirem 2/3 cayennes etc quer sejam médicos, gestores, industriais etc e que os que doentes morram ou sofram conforme o montante do lucro a angariar. Era assim antes dos ingleses inventarem o Welfare State, excepção na França com o Mutualismo dos Trabalhadores, mas nunca com a medicina privada.
    Quanto aos bons serviços da CUF-Cascais é uma boa surpresa já que em Lisboa ali à Pampulha aquilo funciona mal mas mesmo muito mal.
    Quanto aos seguros de saúde são óptimos e até baratuchos quando a saúde não é má. Mas se a coisa dá para o torto LC leia bem as cláusulas do seu e confira se cobre totalmente porexemplo os custos exorbitantes de uma doença crónica p.exemplo

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  4. ...e depois temos uma ministra marxista-leninista...que se fosse pela vontade dela ainda eramos castigados no GULAG por recorrermos aos serviços privados...

    ...tinha era de se preocupar em garantir que todos os portugueses recebem cuidados de saúde de qualidade e atempadamente, independentemente se esse cuidado é prestado por um hospital público ou privado...tal como acontece no Reino Unido...mas aquí...não pode ser!!...o público é que é bom!!!...e entretanto os doentes com cancro são condenados à morte em listas de espera...quando poderiam ser tratados atempadamente se aproveitassem a todos os recursos disponíveis neste país...sejam públicos ou privados...

    ...eu doente...só quero ser tratado com dignidade e atempadamente...e não quero saber dessas estúpidas lutas ideológicas se é público ou privado...é para isso que desconto todos os meses...

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  5. Que eu saiba os enfermeiros que viabilizam as instituiçoes privadas saem do publico qando não acumulam os horarios, assim como os medicos. Para as seguradoras é muito melhor pagarem um servoço privado, va-se la saber porquê?........ Quanto as instituiçoes privadas o problema é quando se esgotam os plafons dos seguros ou os dias de internamento ficam insuportaveis para os clientes e tem de recorrer ao publico que é mau mas esta la para socorrer aqueles que tao mal falam dele.
    Comecem a recorrer muito aos privados e vão ver o custo final, para já não falar no tempo de espera. Somos um Pais pequeno mas muito doente, herança do passado? Talvez... Fico cada vez mais cauteloso quando olho para o nosso mundo e vejo a crise que atravessamos tudo isto porque se acreditou e deu-se muito poder aos privados e eis que estamos a pagar os erros daqueles que tanto roubam e continuam impunes.
    Voltando ao tema da saude, espero que os publicos existam sempre pois no caso das doenças cronicas e nas patologias "esquesitas" são a nossa tabua de salvação, porque mais uma vez ou temos muito, mesmo muito dinheiro ou os seguros e as clinicas não nos ajudam se não houver LUCRO RAPIDO.
    Muita saude para todos

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