Páginas

quinta-feira, novembro 01, 2007

Fátima ganha perdendo


O sucesso da equipa do Fátima é um bom exemplo de como grupos pequenos, organizados e obstinados podem mover montanhas e vencer gigantes.
Pequenos mas trabalhadores.
Sei quase nada sobre o clube da Nossa Senhora, mas partindo do princípio que ela não gosta de futebol e que a sua isenção não a faz interferir nos resultados dos jogos, nem com fruta, nem velas, nem café com leite para os rapazes da goleada santa, então o Fátima já ganhou.
Pelo menos moralmente como todos os clubes portugueses que perdem. Os outros ganham na secretaria ou na parcialidade dos árbitros.

Adaptada à vida real, a vitória do Fátima faz-me lembrar o sucesso do Google, do You Tube e antes da Apple e mesmo do Bill Gates. Num vão de escada muitos destes putos da nova geração ( alguns têm já mais de cinquenta anos!) construíram empresas que facturam milhões e se tornaram globais.
Comparando com o jornalismo que engordou e cresceu burocraticamente, quer do ponto de vista económico mas também no que respeita às estruturas que ficaram pesadas, cheias de lobbies e amiguismos, podemos imaginar um jornalismo mais adequado aos dias que correm. Equipas ágeis, motivadas, criativas que utilizam as ferramentas digitais como elas ainda não estão a ser usadas.
E se chegarmos ao fotojornalismo, e olhando para Perpignan, são os fotógrafos independentes que estão a ganhar mercado e a inovarem.
É o regresso às origens: a Magnum nasceu num sótão, sem estrutura inicial. Só havia para vender talento e muito entusiasmo. E um charme discreto que a fotografia está a perder com arruaçeiros que vêem na fotografia um emprego e não uma vocação
Pode ser que Nossa senhora faça um milagre. Se não o fizer temos sempre o consolo do Tia Alice e do seu santificado bacalhau.

2 comentários:

  1. Faro
    Fotógrafo detido pela PSP ao fotografar menores
    Um fotógrafo amador acusou hoje a PSP de Faro de o ter detido ilegalmente durante quatro horas, algemado e confiscado a máquina, alegando que estava a fotografar menores em carrosséis numa feira da cidade

    Manuel Cortez Baptista, 50 anos, garantiu que se limitava a tirar fotografias nos divertimentos da Feira de Santa Iria, no passado domingo, dando livre curso ao ser hobby de fotografia, que pratica desde a juventude, mas a Polícia afirma que o homem foi levado à esquadra para identificação.

    «Fotografava os divertimentos, têm cor e movimento», defende-se, garantindo que há décadas que capta imagens de acontecimentos congéneres, em sítios públicos, um pouco por todo o Algarve e, apesar de alguns amargos de boca, «nunca tinha sido alvo de uma acção e uma acusação tão absurda».

    O fotógrafo, funcionário público de profissão, suspeita que a denúncia à PSP partiu de um segurança da feira, desconfiado pelos propósitos das várias visitas que fazia à feira, «quase todos os dias depois do trabalho», como ele próprio confessa.

    «Quando me contactaram nem sequer estava a fotografar. Estava sentado junto aos divertimentos, com a máquina no colo e senti uma mão no ombro», relata.

    De acordo com a descrição, os agentes à paisana das Brigadas de Investigação Criminal da Polícia de Faro levaram-no então para um local menos barulhento, perguntaram-lhe se era português e pediram-lhe a identificação.

    «Como tinha o bilhete de identidade no carro, levei-os lá, mas quando ia tirar o telemóvel do bolso, para informar a família do que me estava a acontecer, agarraram-me de súbito por trás, algemaram-me e começaram-me a tratar por tu», acusa.

    Acrescenta que foi então levado para o carro, agarrado pelos dois homens. Já na esquadra, Manuel Cortêz Baptista indicou aos agentes o endereço dos seu blogg da Internet e o nome do sítio em que costuma exibir as suas fotografias, «dos mais variados temas e situações», mas eles não se terão dado por convencidos.

    Segundo o fotógrafo, depois de visionarem o conteúdo do cartão de memória da câmara digital, questionaram-no sobre a sua vida íntima, «tentando descortinar se tinha inclinações pedófilas» e constituíram-no arguido.

    «Fizeram-me fotografias de frente e de perfil, tiraram-me impressões digitais e mandaram-me embora quatro horas depois sem a máquina», descreve.

    «Quarta-feira tentei recuperar a máquina, mas disseram-me que só me a davam se eu provasse que era minha», afirma.

    Manuel Cortez Baptista evoca o artigo 79 do Código Civil, que refere que não é necessário o consentimento da pessoa retratada «quando a reprodução da imagem vier enquadrada na de lugares públicos» ou «de factos de interesse público ou que hajam decorrido publicamente».

    «Em que país vivemos nós que não podemos fotografar simples divertimentos, carrosséis e carrinhos de choque?», questiona, criticando «a paranóia com as máquinas fotográficas e os fotógrafos».

    Assegurando que não tem quaisquer segundas intenções no seu passatempo e que fotografa pessoas e acontecimentos «desde sempre», questiona: «Se não se pode fotografar uma feira, o que é que se pode então fotografar?».

    Casado e pai de um filho, o fotógrafo lamenta a «caça às bruxas» em que considera ter-se convertido a procura de alegados pedófilos e sustenta que o que lhe aconteceu é sintomático do clima de perseguição a que os fotógrafos, amadores e profissionais, são sujeitos nos mais variados locais.

    Fonte da PSP de Faro disse, entretanto, que aquele cidadão «não foi detido, mas sim levado à esquadra para identificação», por estar a recolher fotografias na via pública «sem autorização dos visados, ou, no caso de menores, dos seus pais ou tutores».

    Segundo a mesma fonte, nenhum dos visados apresentou queixa, mas isso poderá ocorrer nos próximos seis meses.

    O advogado e comentador de assuntos judiciais António Marinho Pinto considera que a acção da Polícia de Faro é «abusiva e ilegal» e que «quem deve passar à condição de arguidos são os agentes policiais que detiveram o fotógrafo».

    «Só não é permitido tirar fotografias com oposição expressa das pessoas. É preciso que alguém se oponha a que outra pessoa o fotografe», concretizou, evocando o artigo 199 do Código Penal.

    O candidato a bastonário da Ordem dos Advogados considera, também, que o segurança de um evento «não tem legitimidade para apresentar queixa ou chamar a Polícia», o que, a acontecer, seria da iniciativa «das próprias pessoas que foram fotografadas», caso o fotógrafo não correspondesse ao seu desejo de não serem retratadas.

    Sobre a confiscação e recusa de entrega da máquina fotográfica sem a prova de pertença, Marinho Pinto acentua que o aparelho «tem que ser devolvido» e lamentou que a Polícia de Faro esteja «a fazer leis e a substituir-se à Assembleia da República».

    ResponderEliminar
  2. ò LC , está sempre a bater na mesma tecla ! Já satura!
    A gente já sabe que os jornais não são para ser dinâmicos nem para informar, nem para criar emprego,nem para servir a comunidade, nem para formar bons profissionais.
    Os jornais são ferramentas de poder! Onde a manipulação assume dimensões gigantescas.
    Não interessa ter gente com autonomia e espirito critico, pois isso é venenoso e mina o poder !

    Você já não é criança nenhuma para ainda andar a lutar contra moinhos de vento!

    Exprima as suas capacidades e expanda a sua criatividade neste blog, dê umas voltas ao alentejo e borrife-se nos outros!

    ResponderEliminar