Sarkozy, a vitória do touro enraivecido

Amanhã a França quando acordar é outra. Hoje já é outra de toda a maneira. Sarkozy ganhou contra madame Royal, a candidata que também mudou a França ao ser a primeira candidata feminina à Presidência da Republica, quase a ganhar, quando há um ano era ainda uma figura pouco conhecida em França.

Sarkozy é a vitória da mudança, do realismo, da vontade de reconstruir uma nova França, depois da perda do domínio da língua no Mundo e... pior: ter perdido a liderança cultural.

Os chauvinistas dos franceses lidam mal com esta fragilidade, mas a verdade é que a França tornou-se num país sem influência determinante na cultura europeia, para não dizer mundial, e sem o peso politico de uma Alemanha.
Com as finanças em frangalhos, com um deficit monumental, os franceses vão ter de emagrecer e de trabalhar mais. E os 8 milhões de imigrantes ainda por cima atrapalham.

Os bairros à volta de Paris bem podem arder, mas a Sarkozy parece sobrar-lhe em determinação o que lhe falta em afecto: a sua segunda mulher trocou-o por outro e ele reconhece que esse facto o marcou profundamente.

Ou seja: corno manso em casa, touro enraivecido na política.