domingo, maio 13, 2007
Devagar, devagarinho, pela N10
Já não fazia a velha estrada nacional Alcácer- Lisboa, a que liga a capital ao Algarve. De Smart e capota aberta parece que o país parou nos anos cinquenta. Passamos a fazer a velha condução, bem atenta, mete mudança, ultrapassa à tangente, trava, passa camião, curva, mete uma abaixo, recta, acelera, sinal de 50, pára no semáforo, mais um azelha domingueiro à frente com a famelga, cuidado brigada de trânsito... dá menos sono, poupa-se na portagem e sentimo-nos o melhor condutor do Mundo. Para-se junto à venda de melões, vai-se ao pinhal, passam carros vrrr, vrrrr, que emoção. Perde-se em 100 quilómetros quase meia hora mas o romantismo tem sempre um preço.
As vezes que fiz aquela estrada no meu Citroen Dyane com o meu filho André atrás, com 1 ano ou 5 atrás, numa cadeira de plástico, segurança zero.
Sobrevivemos ao tabaco, à imprevidência rodoviária, aos excessos. Não sei se sobreviveremos ao autoritarismo democrático, à ditadura fiscal, à política de costumes. Ao Sócrates.
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