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segunda-feira, abril 30, 2007

A vida como ela é de Alexandra Lencastre


Muito bom o documentário que passou hoje no Biography Cannel sobre a Alexandra Lencastre. Prova como é possível fazer bons documentários com poucos meios. Embora só o facto de ter a Alexandra na protagonista já é ter uma bomba no cartaz!

A Alexandra é uma mulher que arrebata paixões. Não deve haver nenhum homem que não fique embeiçado por ela. No documentário aparecia Jorge Listopad a propor 15 dias com ela em tempo de repouso se a mulher deixasse, Fernando Lopes estava gagá de encantado, todos os encenadores que com ela trabalharam mostravam-se tocados.
Então os velhadas passam-se de todo. Comparada com Viagra a Xaninha é uma overdose de energia renovável. Viram velhinhos birutas ! ehehe!!
Eu não sou desses...
Conheço a Xaninha desde 1985 quando ela representava na Gulbenkian Pasolini dirigida pelo Mário Feliciano, precocemente desaparecido. Era uma miúda muito louca, apaixonada, desvairada, terna, muito amiga.
Há uma semana o António Homem Cardoso estava fora de si porque a tinha fotografado e tinha sido uma sessão escaldante. Vi as fotografias e percebi: muitas estavam desfocadas, outras tremidas, quando a emoção aumenta o fotógrafo não aguenta.

As fotos que fiz à Xaninha no estúdio do António, há cinco anos, têm a vantagem de estarem nítidas e de as poses não ficarem atrás das do António. Claro que isto é só para irritar o meu amigo. Que para lá dos seus dotes de grande fotógrafo de estúdio tem agora a minha mota BMW R69s onde eu passeei há 20 anos com a Alexandra numa viagem maravilhosa entre a minha casa no Intendente e a praia do Guincho, numa manhã húmida e de Sol tímido. Se ele soubesse podia-lhe ter vendido a mota um pouco mais cara (!).

Voltando ao filme: gostei muito das suas filhas. E do seu ar interiorizado, sentido e sempre muito sincero. É assim que ela os leva: fica frágil, pede protecção, chora nos ombros e depois é o descalabro.
Sei de quem só viva para a intelectualidade mas não resistiu ao charme e à fragilidade da Alexandra. Na hora da verdade deitou a teoria às urtigas e passou a pensar com o coração à solta.
Fez juras de amor, eixou a mulher com quem vivia há 20 anos e quando deu conta à sua volta havia um espaço off : a Alexandra tinha-se pirado, numa saída discreta, pelos fundos do palco.
Tinha sido um romance fora de campo, uma tragédia camiliana.

Como disse o encenador João Lourenço, a Alexandra, sem o querer, procura viver na vida real muitas das vivências que acaba por ter de representar nos palcos e na televisão.

Nem vou dizer mais nada….

1 comentário:

  1. Gostava de saber qual é a sensação de fotografar essa Deusa, mas deve ser sem duvida optima!
    Abraço

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