Reencontrei o padre Antão à porta da clausura da Cartuxa para lhe entregar a reportagem no Expresso desta semana sobre a vida no convento de Évora. O irmão ficou feliz com o trabalho do Mário Robalo, texto e com as minhas fotos. Devolveu-me por afecto uns rosários feitos por um dos frades e uma garrafinha de azeite da Cartuxa. Gostei muito de o ver. Voltarei se ele o permitir.
O Alentejo está verde e lindo. Silencioso como eu gosto.
Amanhã o regresso a Lisboa na encruzilhada do sim ou não ou na abstenção.
O tema não me agrada e uma frase de Fernando Madrinha que li há pouco no Expresso ainda me baralhou mais. No limite o sim põe-nos ao lado dos países europeus civilizados. É um bom motivo para o sim. Mas com sim ou não vitoriosos a verdade é qaue haverá sempre abortos de vão de escada: serão mais baratos, rápidos e discretos. Ou os praticados nas clinicas privadas: srão mais caros mas também mais rápidos e discretos.
A burocracia estatal irá liquidar a lei e afugentar aquelas mulheres que mais recorrem a esta solução: as pobres e pouco esclarecidas.
O sim ou o não serão uma decisão não de uma palavra mas de várias componentes que se completam e contradizem, como escrevia muito bem Henrique Monteiro.
Amanhã se verá.
Parabéns pela reportagem. As fotografias estão excelentes. Pena a do gato ter ficado fora da edição em papel.
ResponderEliminarHá cerca de uma hora, quis ir votar e dei conta de que não sabia do meu cartão de eleitor.
ResponderEliminarTendo conseguido uma segunda via na Junta de Freguesia, que praticamente confina com a minha residência, fui votar.
Quando voltava, ouvi um vizinho comentar que quem "empranha" tem que os parir".
Da fama de ser um "putanheiro" este vizinho não se livra.
Quantas mulheres ficam abandonadas à sua sorte por conta de gente deste tipo, tendo que abortar num quarto sinistro ou fazendo vir ao mundo um filho de gente que não merece ser pai.
Espero que o meu Sim contribua para mudar.
Espero que o meu Sim evite muito abortos.
Espero que o Sim traga para o Serviço Nacional de Saúde muitas das vítimas de "putanheiros", do tipo do meu vizinho, e que assim se salvem muitas crianças, que o Não, inevitavelmente, enviaria para um quarto sinistro.
Não me perdoaria se não fosse tirar a segunda via do cartão de eleitor.