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sábado, janeiro 06, 2007

Nascer em Badajoz é mais barato do que em Elvas

Os gastos do Ministério da Saúde com o nascimento de bebés portugueses em Badajoz são inferiores em quase metade àqueles que eram cobrados no hospital de Elvas, cujo bloco de partos e urgências encerraram no início de Junho do ano passado, revela um estudo realizado pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo.

O levantamento feito nos primeiros três meses após o encerramento do bloco de partos e da urgência de Elvas mostra também que 90 por cento das grávidas da região alentejana estão a escolher Badajoz como local de nascimento dos filhos, em detrimento dos hospitais de Évora e Portalegre. A taxa de cesarianas efectuadas a portuguesas desceu significativamente desde o encerramento do bloco de partos de Elvas.

A preferência das grávidas portuguesas pelo Hospital Infanta Cristina, em Badajoz, sai muito mais barata ao Estado: o internamento de Obstetrícia custa 1675 euros, contra os 2619 euros praticados no Hospital de Santa Luzia, em Elvas. E o preço do atendimento nas urgências é igualmente inferior: cada urgência custa 120 euros, contra os 130,75 euros que eram cobrados pela unidade alentejana. Também as consultas de Obstetrícia, que continuam a fazer-se em Elvas, saem mais caras ao Estado: cada atendimento de grávidas é cobrado em Portugal a 99,95 euros, enquanto em Espanha custa 65.

Bloco fechou em Junho de 2006

O estudo salienta também que, na fase de planeamento que antecedeu o encerramento do bloco de partos alentejano, foram comparados custos de actividade das duas unidades, relativamente a 2005, tendo-se concluído que um parto em Elvas custava praticamente o dobro do que em Badajoz: 2872,35 euros contra 1829,32 euros.

O bloco de partos do hospital de Elvas fechou no início de Junho do ano passado, por decisão ministerial sustentada num relatório de peritos que apontava problemas de segurança graves para as parturientes e os recém-nascidos.

Apesar de as condições "estruturais e de equipamentos" do bloco de partos serem "totalmente adequadas", os obstetras "não detinham algumas competências adicionais" necessárias e eram insuficientes para a constituição de equipas de urgência, diz agora a ARS. Em 2005, salienta o estudo, realizaram-se 264 partos em Elvas, mas foram registadas 382 crianças no concelho, o que leva ARS a concluir que "30 por cento das grávidas já recorriam ao país vizinho para a realização do parto".

2 comentários:

  1. Mais uma razão para sermos uma região autónoma de Espanha.
    Quando a PT for parar às mãos da Sonae é o mesmo que parar às mãos do Banco Santander.
    Resumindo e concluindo: a Telefonica espanhola vai ser a dona da PT.
    Ou estarei enganado???

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  2. Talvez esteja, talvez não. Mas a PT nas mãos da Telefonica pode ter um aspecto positivo: talvez se ganhe em competência. A PT, em muitos anos de monopólio, providenciou-nos uma das piores redes de cobre da UE. Sempre tratou os seus clientes com uma desconsideração enorme: trabalhei em duas empresas do grupo PT em que em ambas o lema era "mais cliente, menos cliente, tanto faz". Conheci um caso em que uma empresa esteve 8 meses parada à espera de um frame-relay da PT. Porquê? Porque não tinha outra alternativa senão esperar.
    Com uma PT by Telefonica, talvez a Anacom comece finalmente a regular coisas verdadeiramente importantes. E se assim for, já vale a pena.

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