quarta-feira, novembro 08, 2006
Leica M8, não se estranha e entranha-se
Primeiro: não se estranha. Quando se pega nela pela primeira vez não ficamos inibidos, não estranhamos o toque, reconhecemos o peso, cabe-nos na mão como a outra com quem já estivémos demasiadas e boas vezes.
Passamos para On e nem é preciso aquecimento. Levamo-la ao olho e ela geme com aquela voz seca e discreta, bem cavada. Agora além do trrrr, faz zzzzzzzz. O nosso olho reconhece aquele espreitador e o dedinho esquerdo encaixa na perfeição, já sabe o caminho para a coisa ficar nitida.
O acesso ao menu é intuitivo, simples e rápido.
Depois: entranha-se. Quando se começa a fotografar e a ver o resultado começamos a ficar entusiasmados. Mas é na hora de passar para o photoshop que a surpresa é total. A imagem é óptima, nitida, com todo o esplendor Leica.
Fotografar na rua é como se estivéssemos com uma M6. No Chiado um daqueles góticos que andam com cães a pedir esmola e a tocarem flauta atirou-me:" essa máquina é mesmo antiga!".
Curiosamente a malta nova repara mais e acho que reconhece que é uma Leica.
Conclusão rápida porque hoje estou com pressa:
A Leica M8 é tão boa como a M6 ou 7. Tem as qualidades Leica: simplicidade, silêncio, carácter, dificil de usar, exige que seja o fotógrafo a adaptar-se a ela e não o contrário, excelente qualidade de imagem. Convida ao fetichismo, ao culto, ao narcisismo, à cagança. É elitista, mas não é sulista.
Defeitos: cara, cara, cara. Demasiado cara para o que faz. Pouco versátil, utilização em ambiente do século passado, teimosa, dificil de usar.
Enfim: como tudo o que é único a Leica M8 ou se gosta ou se detesta. Os defeitos são algumas das melhores virtudes e as virtudes servem para convencermos as nossas mulheres que vale a pena esperar mais dois anos para se pôrem caixilhos duplos na casa.
Voltarei ao tema.
Portanto: se estão com a pica para comprar, comprem. Deixem uma para mim.
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há uns meses ganhei uma leica R9 com uma 35-70mm. confesso que não tenho orçamento para mais objectivas/acessórios e etc. mas uma coisa é certa, fiquei deslumbrado com os acabamentos, a precisão da mecânica, o barulho do clique, a nitidez do viewfinder e só com os controlos essenciais para trabalhar com ela. (já nem falo que esta é a única câmara que dá para substituir o back do filme por um digital)
ResponderEliminarmas agora o digital... pelo que já me informei é cara para cacete... talvez fosse um melhor investimento caso o sensor pudesse ser susbtituído à medida que eles vão evoluíndo :)