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terça-feira, setembro 05, 2006

Faz hoje 70 anos a mais célebre foto de guerra

A fotografia mais famosa de guerra faz hoje 70 anos.

Foi no dia 5 de Setembro de 1936 que Robert Capa, um fotógrafo húngaro de nome verdadeiro Andre Friedman, conseguiu no planalto próximo de Cerro Muriano, arredores de Córdoba, fazer a fotografia do miliciano republicano a cair morto por uma bala franquista.

Por detrás desta fotografia corre uma grande discussão sobre a sua veracidade.

Fraude para uns, documento ímpar para outros.

Como o negativo desapareceu, e só existe uma prova da altura de onde se têm feito sucessivas cópias, há anos que se especula se o soldado não terá encenado a queda para a fotografia.
Algumas investigações recentes confirmam que aquele soldado morreu naquele dia e àquela hora e a forma como ele se deixa cair de punho cerrado só seria possível estando morto, pois numa encenação a tendência era para abrir a mão para amparar a queda.


Capa consagrou-se com a sua reportagem sobre a Guerra Civil Espanhola.

As suas imagens não mostram tanto a acção da guerra mas sim os seus efeitos devastadores, as cicatrizes deixadas no povo espanhol.
Ele dizia que " se uma fotografia não é boa é porque o fotógrafo não estava suficientemente perto" e no terreno ele praticava esta sua teoria: mantinha uma relação estreita, quase intima com quem fotografava, envolvia-se na acção, estava perto da vista e do coração, como nesta foto com uma força evocativa que não ficará atrás da Guernica de Picasso.

A revista francesa VU foi a primeira publicação a editar a reportagem de Capa e logo lhe chamou " o maior fotógrafo de guerra do Mundo".

Por acaso ele aparecia com uma máquina de filmar, pois Capa era já um avançado repórter multimédia: chegou a fotografar e a filmar o mesmo acontecimento.
Só passado um ano a LIFE pegou na imagem e a publicou para os seus 50 milhões de leitores.
Mas mesmo que tivesse sido encenada, o que duvido já que Capa mostrou sempre uma grande coragem fisica a fotografar o que o levou a pisar uma mina na Indochina e a morrer à frente de um pelotão françês, em 15 de Maio de 1956, esta fotografia nunca sairá da acebça de quem a viu como um ícone do século passado.

Hoje em Cerro Muriano vai haver uma homenagem a Robert Capa com uma visita guiada aos sítios fotografados pelo grande mestre do fotojornalismo.

1 comentário:

  1. Tal como os livros também as fotografias conseguem passar os tempos e deixar-nos relatos fiéis. Estas são talvez das poucas coisas que a evolução tecnológica não consegue mudar.

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