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quarta-feira, agosto 02, 2006

Ainda vamos ter saudades de Fidel Castro

Fidel Castro por Elliott Erwitt/ Magnum

Estranho mas verdadeiro: tanto detestámos o comunismo ( falo por mim claro) que quando caiu o Muro de Berlim, passado pouco tempo, logo pressentimos que aquela odiosa cortina era afinal um reposteiro confortável para dar ao Mundo o equilíbrio, perverso é certo, mas um equilíbrio.
Mesmo as vitimas do comunismo, aqueles que viviam sitiados nos seus próprios países, muitos acabaram por se revoltar contra os ventos da liberdade, já que trazia por acréscimo responsabilidade, trabalho e jogo de concorrência.

Não é por acaso que Gorbatchov é dos homens mais odiados, por todos, na Rússia. Antes havia trabalho, segurança, velhice assegurada. Hoje há alguma liberdade de expressão, livre economia, mas isso paga-se com desemprego, incerteza, corrupção e uma nova ordem política, afinal também repressiva.

Agora com a agonia de Fidel o Mundo democrático começa a rezar para que o ditador não parta já. Ele é o garante do equilíbrio na zona. Fidel é, no fundo, um bom bode expiatório, um alvo para exorcizar os fantasmas do comunismo, que dão muito jeito à direita, um pretexto permanente para acções americanas que sem Fidel não poderiam ter o rótulo do bem anti-castrista.

Disse-o há 15 anos num almoço com um amigo direitista: " ainda havemos de ter saudades do comunismo !" - penso o mesmo hoje falando da crise cubana.

Veja aqui o excelente trabalho multimédia do sempre admirável EL MUNDO.

3 comentários:

  1. El Mundo debía fichar al webmaster de este blog. Mandaré un e- mail a don Pedro J. Ramirez en ese sentido.

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  2. Castro, originario de Láncara, Lugo, España

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  3. Lo único que no me gusta del blog es el titulo: Instante providencial o instante feliz, era mejor.....

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