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sexta-feira, julho 14, 2006

Na Portela a caminho do G8

As salas de partida dos aeroportos sempre despertaram em mim um sentimento de aventura.
Ainda puto, com 13-14 anos, fugia do Pote d` Àgua onde morava com os meus pais e ia tomar café e fumar cigarrilhas café-creme para o bar do Aeroporto da Portela.
Achava as estrangeiras o máximo do charme e via nas hospedeiras o protótipo da mulher livre, independente e sempre produzida. O basbaque imberbe...
Ficava para ali sentado a observar, sonhava com o dia em que faria a minha primeira viagem de avião. Eram os anos setenta, um Portugal pobre e fuinha e eu que lera O Prémio de Irving Wallace imaginava o mundo moderno a partir de uma sala de embarque de um aeroporto.
Hoje aqui estou na sala de embarque a escassos metros do local onde via partir os personagens da minha imaginação.
Contínuo a ficar fascinado com este ambiente. Cada uma destas figuras leva consigo um bilhete para uma história, um destino. Vai haver alguém ansioso por uma espera, um trabalho a fazer, um projecto a concretizar.
Dentro de um avião viajam os melhores motivos do Mundo. Há saudades e paixões em espera, destinos que se cruzam, vidas em movimento.
E o som da menina nos altifalantes contínua a mesma como há 40 anos.

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