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quarta-feira, junho 21, 2006

LIBÉRIA - Guterres nas suas sete quintas


António Guterres está como peixe na agua no seu papel de Alto-Comissário para os refugiados. Hoje na fronteira da Libéria com a Serra Leoa, o ex-primeiro-ministro de Portugal, celebrou o dia mundial dos refugiados indo buscar um grupo de gente, homens mulheres e crianças, que fugiram da barbárie no seu país de origem.
Com muita pompa, Guterres enquadrado por forças militares das Nações Unidas, muito povo e folclore local, além de individualidades onde se juntou mais tarde a Presidente eleita da Libéria, trouxe pela mão algumas das crianças agora de olhares felizes e orgulhosos por serem recebidos com tanta atenção, comida e conforto.

“Agora já estão em família”- disse Guterres ao abraçar as primeiras crianças refugiadas. Atravessou a pé uma ponte que separa os dois países africanos, há pouco tempo em guerra aberta, e fez questão em seguir num dos camiões com toldo de lona até ao campo de refugiados já preparado para receber os fugidos da guerra.

Mais tarde convidou-me a entrar no seu jipe Toyota blindado das Nações Unidas e fiz alguns quilómetros de estrada a seu lado fotografando-o e falando com ele sobre esta sua missão internacional.
Guterres é um homem feliz em ajudar a Humanidade.
Falou-me da sua política de contenção de despesas, que passa por viajar e toda a equipa em classe turística, do drama dos 500 mil refugiados só na Libéria, na sua atenção em divulgar o seu trabalho ao Mundo, principalmente em dias como os de hoje, onde estavam além do EXPRESSO, a CNN, a Reuters e a BBC.

Angelina Jolie fez as honras do dia em Nova Iorque.
À noite numa recepção no Palácio da Presidente, Guterres estava cansado, mas orgulhoso do seu papel.

A Libéria é um dos países mais complicados de Àfrica, uma terra destruída pela guerra de 15 anos, sem estruturas básicas, sem agua nem luz, nem esperança.
Os refugiados recebem um kit para 4 meses de sobrevivência, depois o futuro a Deus pertence.
Nos seus discursos do dia falou em democracia, enquanto a Presidente conseguia sem o querer destacar o governo do povo, um governo com ministros imigrantes da América, um remake dos tempos da independência quando ex-escravos locais americanos vieram para tomarem conta do país.

2 comentários:

  1. bela foto da Manela(?) dá-lhe 1 beijinho e cá continuo a seguir a tua novela beijo

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  2. E lá continuamos nós, o Ocidente, a dar uns peixinhos aos pobres. E o mais grave é que eles, que já souberam pescar, entretanto desaprenderam.

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