domingo, junho 25, 2006
LIBÉRIA - Festa e casino na despedida
Festa hoje à noite, sábado, numa das casas de funcionários das Nações Unidas
Foi uma jornada agitada e divertida.
Na Universidade vi-me confrontado com um aluno que punha em causa eu estar a fotografar sem autorização dos alunos. Tudo acabou depois de muita discussão com a Manuela Goucha Soares a fingir que entrevistava o representante dos alunos, um parvalhão armado em esperto.
Depois foi a vez da nossa anfitriã Sílvia Carvalho ter de aturar um outro esperto que queria atirar um ridículo jeep Suzuki preto contra o carro que ela conduzia, e onde nós seguíamos, das Nações Unidas.
Há uma violência latente nesta gente e que não podemos prevenir quando ela se manifesta. Uma gota pode fazer entornar a aparente paz.
A noite trouxe uma surpresa. Jantámos num dos campos cercados onde estão instalados funcionários da missão das Nações Unidas. É um bairro onde anteriormente funcionava a sede da CIA na Libéria e que agora está alugada aos funcionários das várias nacionalidades que aqui prestam serviço.
Fomos com o Paulo, um polícia do Porto que aqui trata da logística das Nações Unidas, e lá estava à nossa espera a Sílvia e um grupo enorme de gente que aproveitava a noite de sexta para descontrair e conviver.
A maioria era libanesa mas havia uma marroquina, duas mulheres de Leste e muitos homens bem dispostos. Um fazia anos.
Fomos recebidos de uma forma muito amável e amiga e a comida libanesa estava uma bomba capaz de destruir qualquer dieta.
O caminho até ao bairro é tortuoso e perigoso. O regresso fez-se de forma a o controller electrónico do jeep estar desligado à meia-noite. Os carros das Nações Unidas não podem circular depois dessa hora.
Por fim descobrimos que o nosso hotel tem um casino. Fiquei boquiaberto: um salão com gente a jogar a sério, vários clientes de várias nacionalidades e umas cropières elegantes compondo o cenário.
Claro que fiquei irritado por não poder fotografar esta cena inolvidável, emblemática desta nova Libéria onde a paz é musculada, a miséria desgraçada e o dinheiro começa a dar nas vistas nalguns lugares inesperados.
Amanhã regresso a Lisboa, se Deus quiser e o avião chegar.
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