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sábado, setembro 04, 2010

Processo Casa Pia. O tribunal decidiu. O povo já decidiu.Está decidido.

Com o desfecho desta fase do processo Casa Pia ficam alguns heróis. Os inspectores aguerridos da PJ que investigaram, o Juiz Teixeira, o Procurador João Aibéu e a juíza Ana Peres.

Todos sabemos que os anos a que foram condenados seis dos sete arguidos serão anos de prisão virtual, dado o sistema jurídico perverso a que o poder político reduziu a lei. Com advogados empata-penas é fácil arrastar o processo até à prescrição final.

O comportamento do advogado de CCruz, essa figura agitada da advocacia, foi hoje bem evidente no final do julgamento e depois nos vários telejornais por onde foi passando numa actuação digna de um verdadeiro artista.

O homem do 123, esse foi também um verdadeiro one -man- show fazendo jus aos seus dotes de enterteiner, como o demonstrou em recentes espectáculos no casino.Está em forma e não se recomenda.

Fez de vítima, disparou contra a justiça, e até deu uma de sociólogo ao analisar o problema de miúdos da Casa Pia que não têm uma família estruturada... Nunca se viu na televisão alguém condenado numa primeira instância dar-se à desfaçatez de insultar juízes e a nossa inteligência. Carlos Cruz dirigiu-se hoje ao público julgando que estava numa sessão do 123, um concurso para idiotas e atrasados mentais.

Este espectáculo lamentável é possível quando parece que desapareceram jornalistas dos telejornais e agora vamos tendo por ali mais uns apresentadores incapazes de fazerem perguntas, cortarem a palavra às tretas dos convidados. Os pivots da TV perderam acutilância, saber. Uns bananas encartados, amedrontados, inábeis.

Claro que o julgamento foi uma farsa!

Jorge Rito nunca foi referenciado em jogos sexuais com miúdos, o médico do Ferrari nunca foi visto com menores, Carlos Cruz nunca foi citado em nenhum processo deste tipo.

Nem o fugitivo Carlos Mota, o homem que lhe segurava no charuto de CC, enquanto ele ia ensaiar  em estúdio, nunca foi citado como tendo violado duas meninas há muitos anos atrás.

Nem as trinta e tal testemunhas que depuseram no processo, e que mesmo nunca se tendo conhecido os seus depoimentos coincidiram em pormenores concretos, nem aquelas milhares de páginas fazem sentido!

Para os arguidos é tudo uma tramóia, urdida por uma entidade abstracta com fins metafísicos inconfessáveis. Os juízes são loucos, o procurador Aibéu um fanático, os homens da PJ uma associação de malfeitores para tramarem uma velhinha estalajadeira de Elvas, um médico vizinho da Casa Pia, um decadente apresentador de TV e outros.

Durante anos todos se juntaram para tramar seis inocentes e glorificarem uns putos malandros que receberam uma pipa de massa pela mão do ex-ministro Bagão Félix e que nunca foram violados.

Os que conseguiram escapar ao julgamento, e parece que são muitos, podem hoje estar a rir.

Escaparam à tangente. Os que vão recorrer até à exaustão neste sistema perverso, que os socialistas ajudaram a reforçar, pela mão do então ministro António Costa, depois daquele espectáculo degradante de Paulo Pedroso ter transformado a Assembleia da República num circo, esses que agora vão ser os empata-penas nunca mais dormirão descansados.

Com recursos ou sem eles, um tribunal já se pronunciou e o povo já decidiu. Está decidido.

6 comentários:

  1. O que mais ressalta neste, mais uma vez, brilhante teu artigo, é a incapacidade dos meninos que, com um microfone na mão e de canetas sem tinta, brincam ao jornalismo. Isto sim, incomodou-me ao longo do dia. Não são acutilantes, gozam duma falta de racicíonio rápido e querem trabalhar pouco. O verdadeiro jornalismo, salvo raríssimas excepções, é hoje uma coisa inexistente, como inexistente quase está este país, cada vez mais pobre de bons profissionais na maioria das áreas. Quanto ao teu artigo congratulo-me por ser tua amiga, porque é sempre bom ter amigos inteligentes e sem medos de falar, e porque como inimigo não queria mesmo ter-te.. ehehe. Helena Donas

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  2. Caro Luiz Carvalho, comento pela primeira vez um post seu. Sigo este blog há muito.
    Gosto de ler muita coisa que aqui escreve, mas hoje... "um concurso para idiotas e atrasados mentais" parece-me extraordinariamente excessivo da sua parte. Não me admiro que existam pessoas que tenham reagido muito mal a este post. Não tenho nada a criticar sobre o que pensa acerca do caso. No entanto, apesar do que pensa sobre o apresentador e sobre o programa, parece-me que está a faltar ao respeito a muita gente deste país. Afinal, qualquer pessoa pode escolher ver o tipo de tv que quiser. Essas pessoas não serão nem idiotas nem atrasados mentais. As pessoas são livres de escolher o rumo das suas vidas e os seus gostos. As pessoas até têm o direito de mudar de opinião e de se enganarem. E eu quero pensar que o que o Luiz escreveu foi um engano, foi um lapso e uma falta de tolerância pontual. Se não foi, julgo que deveria ter guardado para si este pensamento.
    É preciso respeito pela (nossa) gente. Toda!


    Cumprimentos.
    Sérgio Rodrigues.

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  3. Luís, não comungo do teu desabafo final. O marinho pinto até já veio explicar, preto no branco, que a coisa, com os recursos, podia prescrever.

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  4. O mal maior é que tratam certas pessoas que têm profissões "expostas" como se por um acaso isso lhes desse o direito a qualquer privilégio.
    O fato de ser jornalista ou apresentador de TV não faz diferença alguma, precisa ser tratado como cidadão comum. Digo mais, pessoalmente, acho que já que consegue adentrar os lares de tanta gente, deveria ser exemplo e as condenatória também igualmente exemplar, para que seus súditos não atentem no futuro. Mas não como sempre os bastidores se encarregam dos "alívios". No fundo é como na política, sempre tem um "lobby" via de regra escuso, para operar o que deveria ser intolerável.
    João Frazão Gonçalves

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  5. Fantástica escrita, acutilante q.b., emotiva e expressiva (ena tantos adjectivos!!). Ajudou-me a sorrir, num momento em que já não acredito em nada. Afinal, vão todos continuar a passear-se??? Este é o mundo real, que triste fico.
    Isabel Seixas

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  6. Sim senhor! Ai está a vitória do preconceito! A condenação na praça pública! Pois é disso que se trata! o homem já estava condenado por imbecis como este que assina este artigo! Sem se confirmar a culpa ele já estava condenado, apenas por ser o Carlos Cruz! Enfim, Portugal no seu melhor, sempre a invejar e a tentar destruir quem sobressai na mediocridade do pais! Depoimentos contraditórios, nomes atirados ao ar, salas no meio de escadas... enfim, foi isto que serviu para se fazer "justiça" sobre o arguido! Sim senhor...
    Zeferino Santos, Souto - S. Maria da Feira

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