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sábado, março 17, 2007

Todos na faixa do meio da auto-estrada

O que leva um condutor a entrar numa auto-estrada a 50 à hora e atirar-se para a faixa do meio, indiferente a quem vem a aproximar-se? E que o leva a manter-se lá, sujeito a ser empurrado, depois de levar com sinais de luzes e buzinadelas? Será o Mr. Magoo que vai ao volante?

Os portugueses cheios de «cagufa» das multas pesadas, passaram a andar mais devagar nas auto-estradas. Mas insistiram no tique antigo: faixa da direita é para esquecer, a faixa do meio é para quem paga portagem, quem vem atrás e quer ultrapassar… que passe por cima!
À noite ligam ainda os faróis de nevoeiro para impressionar.

Estes alarves conseguem circular quilómetros sem fim nesta postura ,sem que a carta lhes seja aprendida e a justa multa passada. Porquê? Porque não há pura e simplesmente fiscalização nas nossas auto-estradas. Onde pára a polícia? Está parada para poupar no combustível e nos quilómetros dos carros-patrulha.
Há radares escondidos, carros da bófia imprevisíveis, mas não há fiscalização séria e pedagógica.

Esta semana fiz mil quilómetros na A1 e não passei por uma única brigada de trânsito. Vi um daqueles Subarus pretos parados na berma à caça da multa.


Com estes teimosos da faixa do meio torna-se mais perigoso e difícil andar lá a 140 do que a 200 na faixa esquerda. Andar dentro das regras a 120 na auto-estrada implica um constante travar e passar para a faixa esquerda, voltar para a direita e ficar mais à frente entalado entre um cretino a 70 ao meio e um caracol a 90 na direita.

Resolvia-se com brigadas activas mas preferem as operações stop gigantes, à noite, nas áreas de serviço. Dá show para a tv e mais receitas.

4 comentários:

  1. Pelas circunstâncias, ou constrangimentos, que o Luís compreende, porque se, por um lado, não me devo encapuzar, por outro, se abro o bico, posso levar com o lápis azul.
    Sendo assim, é sempre uma chatice ter que lhe dar razão, sem que me possa alongar em pormenores.

    Mas algo está a mudar.
    Eu próprio vi uma vez uma cabeça sem boné a fazer de arbusto no separador central da A1, onde se estava a armadilhar uma “leica” e achei a cena pouco edificante.
    Não me pergunte o modelo nem as características do diafragma, porque sou ignorante em matérias de “bate-chapas”.

    É sintomático o facto de, esta semana, um tribunal de relação ter anulado uma decisão dum tribunal de primeira instância por, e muito bem, entender que um desses “subarus pretos” insidiou um condutor a praticar excesso de velocidade, ao circular na sua traseira, "perseguindo" o condutor infractor.
    Mais, este método policial utilizado para detectar os excessos de velocidade foi no entender do tribunal, ele próprio, violador do bem jurídico que os próprios policiais pretendiam proteger.

    Ainda assim, deixo sempre um bom conselho, ande devagar, o que significa que isso não seja andar depressa. Penso que dá para entender o trocadilho.
    Porque, a linguagem de blogue não tem que ser pesada, no sentido de não termos que nos armar em professores nem em “bestiolas” para fazer passar a mensagem.

    Quanto a “dar show para a tv”, obviamente. É a versão de power point em movimento.

    Eu ando mesmo aqui a mais.
    Em certos dias, quando me olho ao espelho, a vontade é de o partir.
    Ao espelho, obviamente.

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  2. ...a facilidade com que chama "alarves" e "cretinos" às pessoas é fantástica. Deve ser mesmo o maior: no trabalho, na estrada, a fotografar, em altura...

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  3. São "alarves" e "cretinos", sim senhor!
    Ainda hoje tive que fazer 400 quilómetros na A1 e também os vi.
    As palavras só têm a força e o sentido dos "alarves" e dos "cretinos" que se sentem ofendidos.
    E só se sente ofendido quem quer, o deixa ou merece.

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  4. Basta-me uma palavra para dizer de minha justiça relativamente a este texto. Concordo. Se o policiamento fosse sério, não haveria tanta necessidade de multas e operações stop de grande dimensão. Aliás, a maior parte dessas operações acaba por "vingar" À custa de um ou outro incauto que tem um pneu mais "careca" ou não trás consigo o famoso colete.

    Quem anda na estrada, bem sabe o que custa conduzir em estradas danificadas, com condutores mal preparados, que, ao que parece, desconhecem a regra básica da condução, o bom senso.

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