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sábado, fevereiro 24, 2007

À primeira qualquer cai, à segunda cai quem quer


Hoje de manhã fui atacado em pleno Oeiras Shopping por dois vigaristas, à luz do dia com o consentimento do Centro. Um era do Citibank tentando pela enésima vez que eu subscreve-se um desses malfadados cartões de crédito, o outro era uma simpática menina que me pedia dinheiro para uma causa nobre, sabendo nós para onde vão a maioria dessas colectas. Recusei logo as duas abordagens.
Já é mais irritante andar nos centros comerciais do que na Rua Augusta.
Pedintes não faltam.

Por princípio nunca aceito propaganda que me dão quando estou parado nos semáforos, recuso falar ao telefone quando me ligam para casa sem conhecer a pessoa em causa,( ameaço mesmo fazer queixa da TV Cabo, bancos e outros que me ligam usando a minha ficha de cliente), não respondo a inquéritos na rua nem pelo telefone, desconfio dos carros que se colam ao meu na auto-estrada, sobretudo à noite, pois pode ser a bófia ou outra malandragem, qualquer carro parado numa berma pode ser radar da polícia, logo travo, tranco as portas do carro, quando ando de máquina fotográfica na rua tenho o hábito de controlar quem vem atrás de mim, nunca passo um sinal verde sem confirmar que não há um louco a passar com o vermelho ( essa precaução já me evitou dois ou três acidentes de mota) mas... nunca se sabe quando se poderá caír na esparrela de polícias, ladrões ou congéneres. E não sou paranóico !! Verdade.

Hoje em dia somos assaltados pela Tv Cabo, pelo nosso banco ( o BES teve a lata de me debitar 15 euros por mês por um VISA que não lhes pedi nem os autorizei a cobrar),
pela EMEL ( um escândalo este das multas e bloqueadores que ninguém contesta, onde estão os cidadãos deste país?), pela BRISA ( pago tanto para saír no Estoril como em Cascais!), pelo Estado etc, etc, etc...

Não me admira portanto a confissão do meu antigo director, um reincidente em aventuras recambolescas.
É fácil ser-se vitíma.
Há uns 15 anos em Paris caminhava à noite sózinho perto da Ópera. Ia calmamente para o meu hotel. Um taxista pára e pergunta-me para onde vou, digo-lhe que não preciso de táxi, estou a 500 metros do hotel. Ele insiste. Entro e ele convida-me de seguida para beber uma "biére" num bar ali perto que diz ter muito bom ambiente.
Nunca me imaginei a ir beber um copo com um taxista, mas o tipo era simpaítico e tinha um ar civilizado. Porquoi pas ?Açeito por não ter nada que fazer. No fundo andava a pé para me distraír. Entramos num bar com um porteiro que simpáticamente nos recebe e quando acabo de descer a escadaria até à cave percebo que é um bar de alterne. Calmo, reparo logo nas putas ao balcão. O taxista pede duas cervejas, há uma puta que me pede uma bebida enquanto me passa o braço à volta do pescoço.Recuso, digo-lhe que só estou ali para beber e ir embora, ela insiste abraça-me, eu rejeito outra vez pois já estava a ver o filme todo e sabia que isso me iria custar muito caro.
Quando olho em volta o taxista desaparecera. Peço a conta para me pirar. Quando o empregado do balcão vê que não vai conseguir mesmo que eu pague bebidas às putas traz-me uma conta de 15 contos. Era o consumo mínimo da entrada. Reclamo, digo que não pago, mando chamar o gerente e este diz-me com grande cinismo que me pode fazer um desconto de 50 por cento. Para evitar chatíces pago, peço a factura, e saio sem sequer ter acabado a cerveja. Foi a cerveja mais cara da minha vida. Bem feita !
À saída confirmei: havia na verdade uma tabuleta com o consumo mínimo o que blindava a atitude deles e me impedia de participar às autoridades. O esquema montado era simples: o taxista levava para lá otários como eu e receberia depois uma percentagem pelo frete. Perfeito.

4 comentários:

  1. Um tipo que, com conversa da treta, aqui já se "gabou" de ter conseguido que a bófia não visse que tinha o jipe zarolho, deixar-se enganar por taxista...!
    Gostei.
    E ainda por cima nem ter direito a consolo.
    Eh, eh, eh...
    Entenda esta como "provocação com afecto"... fez-me lembrar quando fui a Lisboa pela primeira vez e como parolo da província ficava admirado com prédios tão altos... e também fui enganado por taxista, mas por ter andado ás voltas quando podia ter ido por caminho mais curto.
    ...
    Acredito, sinceramente, que o seu antigo director seja um "despassarado" e, por isso, o ponho no papel de vítima e não de quem quis dois casacos "chineses".

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  2. eheheh!! Tinha-me esquecido dos casacos chineses ! Ainda por cima um deles era bom para o fim de semana !

    Parece que os arquitectos caem bem como arquitontos !

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  3. Já agora, inclua aí também os bófiatontos!

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  4. Bolas, na última meia hora, já fui para aí duas ou três vezes visitar a nossa amiga Paula Lee.
    Não é que a senhora não dá notícias de Coimbra!
    E eu aqui tanto perto.

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