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sábado, fevereiro 17, 2007

Anna Nicole Smith, morreu uma estrela


A morte de Anna Nicole Smith apanhou-me de surpresa e deixou-me alguma tristeza. Claro que gostava imenso da sua personagem e do bom desempenho que fazia no seu papel.Sabemos que começou cedo na vida artística e que tudo começou quando um olheiro reparou nela à caixa de um supermercado.
Dias antes tinha comentado com um amigo, já não me lembro em que contexto, na sina triste que muitos artistas têm quando é chegado o ocaso da vida artística.
Deixar de aparecer ao público, acabar a adrenalina do sucesso, sentir que de um dia para o outro se passa de bestial a besta, de estrela a meteoro, deve ser barra difícil de aguentar.
O mesmo se aplica ao Poder. O que será perder mordomias, atenções, salamaleques, estatuto?
A vida de Anna Nicole Smith foi atribulada, excessiva, sempre jogada nos limites. Sabemos agora que já quatro namorados recentes reclamam a paternidade da bebé que nasceu dias antes da sua morte e que ela durante a gravidez tomou metadona receitada ilegalmente. Antes morrera o seu filho de 20 anos e a questão da famosa herança ainda não estava arrumada.

Estas histórias de sucesso e morte atraem-me. Há 20 anos consegui entrevistar e fotografar a actriz Anabela que tinha sido um sucesso tremendo nos anos setenta no teatro de revista, uma mulher de fazer parar o trânsito, e que estava retida na cama de onde se não levantava há meses, ignorada por todos e com um peso descomunal. Era uma história triste.
Hoje ao rever Marina Mota num programa do Herman de 1990, no Canal Memória, deu-me para reparar que aquele talento se desbaratou, desapareceu, e do Herman nem vale a pena falar depois da lamentável estreia da semana passada.

O que choca em Anna Nicole Smith é esta realidade brutal, que nos remete para aquela ideia cristã que pó somos e nele nos tornamos. Como é possível ficarmos na estaca zero, depois do sucesso, do brilhantismo, da perfeição, do talento ?

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