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quarta-feira, dezembro 20, 2006

Sócrates rouba Caixa dos Jornalistas

O governo quer integrar a Caixa dos Jornalistas no sistema geral. O Sindicato dos Jornalistas, tarde e a más horas ( há muito que se falava nesta medida e até Cavaco já o tinha ameaçado enquanto 1º ministro) vai tentar uma providência cautelar para o evitar. Duvido da eficácia, oxalá consiga,

Rápidamente:

1- A Caixa dos Jornalistas existe desde os anos 40. Nunca dependeu de dinheiros do Estado, sempre teve, e tem, dinheiro extra.
2. Foi graças à fúria comunista que deixou em 75 de ser privada para ser estatal.
3. Agora estatal tiram aos jornalistas todos os direitos adquiridos.

É mais um alibi para o Estado sacar dinheiro para cobrir um deficit que não baixa por falta de coragem política e evidente incompetência.

É mais uma medida demagógica e igualitária do socialismo-neo-liberal de Sócrates. Não tira aos ricos para dar aos pobres, apenas tira aos menos pobres para ficarmos todos mais pobres.

Não votaram nele ? Não votaram no Cavaco ? Aguentem e não chorem. Têm o que merecem.

5 comentários:

  1. Luis Carvalho escreveu:
    É mais uma medida demagógica e igualitária do socialismo-neo-liberal de Sócrates. Não tira aos ricos para dar aos pobres, apenas tira aos menos pobres para ficarmos todos mais pobres.
    Ora nem mais!!!
    Isso é que é o busílis!!!
    Se os pbres ficassem menos pobres... mas não!!!
    O "Governo" vai sacar o máximo de dinheiro onde vir um tostão a brilhar numa esquina.
    São piores que vampiros pelo sangue.
    Chiça, que já é demais.
    Mas, o mais curioso, é que se houvesse eleições... ficavam os mesmos.
    Pobre Portugal...!!!

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  2. Alto Lá!!!!! Que tocaram nomeu pedaço de queijo.
    Quando atacam as minas mordomias espera lá que já chega, restrições sãopara os outros, só para os outros.
    Tenha pudor!! Como diz a sua colega Paula Sá e diga a verdade...

    "O Governo socrático tem cortado, ou em certos casos finge que corta, no rol de beneficiados do Estado. Corta-lhes nas pensões excepcionais, obtidas com pouco tempo de casa, ou nos subsistemas de Segurança Social, dotados de regimes de comparticipações nas despesas médicas muitíssimo acima da do regime geral. Eu senti entre os jornalistas tanto júbilo como entre os cidadãos em geral. Nalguns casos eles próprios se arvoraram justiceiros e procuraram denunciar os privilegiados. Fizeram-se manchetes sobre políticos, funcionários e gestores públicos. Ouvi comentários acesos contra estes legais “sorvedouros” do escasso dinheiro do Estado. Eu própria vociferei contra as benesses.

    Neste frenesim, os jornalistas calavam cobardemente - incluindo eu - os seus próprios benefícios no sistema de saúde. Usufruíam (ainda usufruem) de um regime de excepção - A Caixa de Providência dos Jornalistas - que lhe dava as melhores (senão a melhor) comparticipações.

    Utentes do Serviço Nacional de Saúde, os jornalistas podiam recorrer ao privado e eram ressarcidos das despesas, nalgumas situações na totalidade se, por exemplo, se tratasse de uma cirurgia. Um caso que fala por si: um cidadão normal que precise de óculos, recebe da Segurança Social 75 cêntimos pela armação e 20 cêntimos para cada lente; um jornalista pode comprar a dita armação e as respectivas lentes, sem plafond determinado (há armações que chegam a custar 5 mil euros), e recebe 80% da despesa...

    Calaram-se os jornalistas porque sempre pensaram que o Governo não teria coragem de mexer no privilégio da “classe” que o “fiscaliza”. Mas o Governo decidiu mesmo acabar com a dita Caixa já em Janeiro. Não creio que seja um gesto de coragem. A decisão foi baseada na ideia de que “aqueles fulanos e fulanas” (nós, os jornalistas) não vão ter coragem ou o desplante de defender o que aplaudem noutros sectores.

    Ideia errada. O Sindicato dos Jornalistas saiu em defesa do que classificou de “património” jornalístico e, num manifesto que já recolheu mil assinaturas (!?), justifica a manutenção da medicina convencionada e bem convencionada para os profissionais da comunicação social: “Jornadas intensas e prolongadas e informalidade de horários, com fortes impactos na saúde e na qualidade de vida destes profissionais, como demonstra a significativa prevalência de stress e de doenças do foro cardíaco, desgaste rápido e até morte precoce. Esta situação agravou-se nos últimos anos, com a crescente precariedade, um extraordinário aumento dos níveis de exigência, polivalência e de disponibilidade.”

    Quantos profissionais de outras áreas podiam subscrever este diagnóstico? Incluindo todos os que trabalham nos media, sujeitos aos mesmos horários e às mesmas exigências, e não são jornalistas e, por isso, excluídos do regime de excepção?
    Alguns dos dirigentes do sindicato e dos jornalistas que subscrevem o dito manifesto dizem-se de esquerda. Uma esquerda que defende o Serviço Nacional de Saúde universal, gratuito e exclusivamente público. E pensava eu, igualitário.

    Calámo-nos cobardemente até agora. Porque foi bom enquanto durou. Até para os que se batem pela igualdade. A partir de agora, no mínimo, ficava-lhes bem algum pudor.

    Paula Sá"

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  3. A propósito de "não tirar aos ricos para dar aos pobres" e de "direitos adquiridos", não existe nenhuma razão para existirem tantos subsistemas, sejam dos jornalistas ou de outros quaisquer, a não ser muito específicos.
    E o problema não é "não tirar aos ricos".
    O problema é que estão também a tirar aos pobres para sermos todos mais pobres ainda, porque o sistema geral de saúde não responde ás necessidades nem dos pobres nem dos ricos, com listas de espera de mais de dois anos para cirurgias e para simples consultas de rotina.
    Eu, que não me considero pobre, já que pago mais do que dois salários mínimos para descontos para o Estado, se quero uma consulta em tempo útil tenho que a pagar do meu bolso, há muito tempo.
    Se quero ir ao sistema geral, então, tenho que morrer primeiro, ou ir ás cinco horas da manhã para a fila do Centro de Saúde, isto se não tiver lá um amigo que me consegue uma consulta.
    Este país está cada vez mais triste.

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  4. Ainda a propósito deste assunto, e abusando mais uma vez do Luíz, colo aqui o seguinte, que tinha mesmo acabado de escrever, antes de fazer a minha visita diária ao Instante Fatal:

    "...
    Seis da manhã

    Ainda ensonado, corro meia gare de Santa Apolónia para apanhar o táxi, procurando chegar o mais à frente na fila.
    É tempo de acordar, depois de mais de três horas a dormir escancarado na posição de noventa graus, servindo de cama o banco de primeira classe.
    Alguns tiveram o privilégio de o fazer na posição de cem e oitenta, esticados no intervalo que conseguiram entre as malas da prateleira das bagagens.
    Os mais desafortunados tiveram de se contentar com um lugar em pé, aguentando a posição ancorados nos que assim também dormiram.

    O táxi segue para o Lumiar com a lotação esgotada, fazendo uma paragem pelo Marquês, para largar um passageiro e dando lugar a um novo companheiro.
    Eram assim que os taxistas espertos faziam pela vida, quando percebiam que os passageiros eram parvinhos, vindos da província.
    Mudar de roupa era uma tarefa urgente, no meio da mata em frente ao quartel.
    A disciplina militar não perdoava atrasos. Já bem aprumado, fazendo a continência ao sargento dia, nova corrida para a camarata.
    A barba, meio feita, no princípio do dia, pouco depois da meia-noite, dava apenas para passar na porta de armas, pelo que se lhe devia novo corte, para a formatura da manhã.

    Lá em baixo, os que não tinham o conforto de assim dormir arrumavam os lençóis e as cobertas da cama.
    Dobrando os cartões de papelão com muito cuidado.
    Que ficavam escondidos numa preciosa esquina, esperando por nova noite.
    O pequeno-almoço comido à pressa.
    Tal como a corrida de ontem para chegar primeiro ao caixote do lixo de um qualquer restaurante.

    Hoje. Tudo é diferente. Não falta comida nas traseiras do Continente ou do Feira Nova.
    Se formos menos exigentes, são suficientes os pequenos caixotes do Pingo Doce.
    Ou, se formos ainda menos exigentes, um pequeno saco dos restos.
    Que sempre fica numa qualquer esquina.

    No 212ahora.blogs.sapo.pt
    ..."

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  5. Sobre o E. Grageiro.
    Tive a ler atentamente a entrevista do Eduardo Grageiro na Ùnica deste fim de semana, pareceu me uma pessoa simples e humilde! Vou esperar pelo livro!

    No entanto n pude deixar de reparar na fotografia da "mulher da Nazaré a puxar as redes"... À uns dias atrás tinha estado na FNAC a ver uns livros, visto n ter dinheiro para os comprar, e reparei numa fotografia identica num livro do Stanley Kubrick : "Drama & Shadows" (http://www.amazon.com/Stanley-Kubrick-Shadows-Rainer-Crone/dp/0714844381/sr=8-4/qid=1166637689/ref=pd_bbs_sr_4/104-3526729-9248717?ie=UTF8&s=books). Se tiver oportunidade passe pela fnac e veja este livro (pag. 129), penso q será até a mesma mulher que aparece em ambas as fotografias...
    Cumps!

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