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terça-feira, novembro 07, 2006

Com a LEICA M8 pela trela


O que faz diferente os dias ? Muita coisa e pouca.
Os dias tornam-se inesquecíveis quando há momentos que perduram como uma boa recordação. Como uma boa fotografia.
Podemos assim dizer que foi um dia ganho.
Por exemplo, hoje: um dia arrasador no final, ao caír das nove. O regresso a casa pela auto-estrada antes do filho se deitar. Uma cigarrilha, um pouco de Mozart. Para trás a satisfação de um portfolio editado de grande qualidade com as fotos da Pauliana Pimentel sobre o Finalmente, o clube gay lisboeta, ou o texto sobre a Leibowitz com as fotos do seu livro-testamento. Um certo orgulho na edição fotográfica da Única que vai saír no sábado. Também a irritação por não ter conseguido a capa que achava mais ao estilo do Expresso, apesar da escolhida ter qualidades evidentes.
Os dias são assim como os interruptores.
À hora do almoço o Chiado com o Sol de Inverno ( no Outono!).
Arranjo um lugar para o Smart. Compro um Partagas D na Havaneza. Almoço um prego no balcão de uma tasca e um arroz doce e... desato a disparar com a M8.
Entro pelo Bairro Alto dentro, descubro ruas e casas reconstruídas, novas lojas, côres, graffitis, modernidade a dialogar com a antiguidade lisboeta.
Cruzo-me com gente gira. Cumprimento a Fátima Lopes, estilista, que acaba de saír de uma tasca onde almoçou, mais á frente o Mercedes de Mário Soares espera com o chauffeur de sempre ao volante, o Américo.
Disparo aqui, ali, espreito, foco, correcção da luz, ajuste do foco, trrrrr, um passo em frente, câmera ao alto, disparo, sorriso para a velhota da janela,trrrr,foto, correcção do diafragama, abro dois pontos, sombra, hiperfocal 1,5metros-10metros, o velho aproxima-se, foto, sorriso, boa-tarde, já fiz 70 fotos, off, Leica M8.
Este foi um dia histórico. O dia em que peguei na trela da M8 e a trouxe a ver o meu Mundo.
Que importa se há fotos que parecem um outdoor a champôs se Lisboa sorri e com ela uma cãmera amestrada?

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