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segunda-feira, abril 30, 2007

A vida como ela é de Alexandra Lencastre


Muito bom o documentário que passou hoje no Biography Cannel sobre a Alexandra Lencastre. Prova como é possível fazer bons documentários com poucos meios. Embora só o facto de ter a Alexandra na protagonista já é ter uma bomba no cartaz!

A Alexandra é uma mulher que arrebata paixões. Não deve haver nenhum homem que não fique embeiçado por ela. No documentário aparecia Jorge Listopad a propor 15 dias com ela em tempo de repouso se a mulher deixasse, Fernando Lopes estava gagá de encantado, todos os encenadores que com ela trabalharam mostravam-se tocados.
Então os velhadas passam-se de todo. Comparada com Viagra a Xaninha é uma overdose de energia renovável. Viram velhinhos birutas ! ehehe!!
Eu não sou desses...
Conheço a Xaninha desde 1985 quando ela representava na Gulbenkian Pasolini dirigida pelo Mário Feliciano, precocemente desaparecido. Era uma miúda muito louca, apaixonada, desvairada, terna, muito amiga.
Há uma semana o António Homem Cardoso estava fora de si porque a tinha fotografado e tinha sido uma sessão escaldante. Vi as fotografias e percebi: muitas estavam desfocadas, outras tremidas, quando a emoção aumenta o fotógrafo não aguenta.

As fotos que fiz à Xaninha no estúdio do António, há cinco anos, têm a vantagem de estarem nítidas e de as poses não ficarem atrás das do António. Claro que isto é só para irritar o meu amigo. Que para lá dos seus dotes de grande fotógrafo de estúdio tem agora a minha mota BMW R69s onde eu passeei há 20 anos com a Alexandra numa viagem maravilhosa entre a minha casa no Intendente e a praia do Guincho, numa manhã húmida e de Sol tímido. Se ele soubesse podia-lhe ter vendido a mota um pouco mais cara (!).

Voltando ao filme: gostei muito das suas filhas. E do seu ar interiorizado, sentido e sempre muito sincero. É assim que ela os leva: fica frágil, pede protecção, chora nos ombros e depois é o descalabro.
Sei de quem só viva para a intelectualidade mas não resistiu ao charme e à fragilidade da Alexandra. Na hora da verdade deitou a teoria às urtigas e passou a pensar com o coração à solta.
Fez juras de amor, eixou a mulher com quem vivia há 20 anos e quando deu conta à sua volta havia um espaço off : a Alexandra tinha-se pirado, numa saída discreta, pelos fundos do palco.
Tinha sido um romance fora de campo, uma tragédia camiliana.

Como disse o encenador João Lourenço, a Alexandra, sem o querer, procura viver na vida real muitas das vivências que acaba por ter de representar nos palcos e na televisão.

Nem vou dizer mais nada….

Alexandra Lencastre sabe obedecer

Ouvi hoje dizer ao João Botelho, realizador, ainda a propósito da Alexandra Lencastre, que o bom actor é aquele que compreende o que o realizador lhe pede e depois sabe fazê-lo sem perder o seu carácter nem a sua criatividade. A Alexandra é um desses actores, actrizes, que sabe servir uma ideia. Ela mesmo acabaria por confessar que quando trabalha com um realizador ou encenador, não tem que estar a impor o seu ponto de vista, senão seria ela a dirigir. Diz que sabe obedecer, o que não impede que não faça sugestões.

João Botelho diria depois que ela o surpreendeu com figuras que improvisou e Fernando Lopes mostrava-se embasbacado com uma borla de dois minutos que ela deu a um jovem cineasta, onde inventou de gaguez divinal.

Isto aplicado a uma equipa de fotógrafos não sei se resultaria, mas eu prefiro acreditar que sim. Uma equipa de gente criativa é aquela em que cada um trabalha para um objectivo, um caderno de encargos, um projecto, mantendo as regras definidas, sem violentar a sua criatividade, nem a sua capacidade de voar. É simples, mas como tudo o que é linear e bom é muito difícil de concretizar.

Carmona Rodrigues e tudo à volta

Não tenho dúvidas de que Carmona Rodrigues é um homem bom, e não é por termos sido colegas no Liceu Padre António Vieira, em Alvalade, Lisboa. Acho mesmo que é um homem com boas intenções, mas também com uma falta enorme de carisma político e está rodeado por uma cáfila do pior que se encontra na política portuguesa. Que é aquela direita nova-rica, pretensiosa, santanista.

O homem herdou o túnel, embora tivesse dado o aval à coisa quando era ministro das obras feitas. Depois foi uma governação sem norte, sem objectivos, sem ideologia. Lisboa que estava no bom caminho está hoje uma ruína. Venha quem vier não vai ter grande hipótese de pôr a cidade nos eixos.

Só gerir o pagamento da divida não vai ser fácil.

Por isto não entendo a disponibilidade de João Soares. Ele hoje não poderia fazer um quinto do que fez. Quem vier terá de fazer o saneamento da divida e só para isso não haverá dinheiro. Portanto: ninguém quer Lisboa. Todos têm medo e só o poder pelo poder é que pode justificar tomar em ombros tamanha tarefa.

É como querer casar com comunhão de bens com uma mulher bonita mas fané, cheia de dividas e caprichos. Claro, há masoquistas para tudo!

PS: Um grupo de apaniguados fez um blogue em defesa de Carmona ! E esta ?

Silêncio alentejano

O Alentejo assusta de silêncio durante a semana. Parece um país abandonado. É um país abandonado. Fiz a estrada que liga Évora ao Vimieiro, por dentro, e só encontrei um tractor e um Audi tresmalhado. O resto é paisagem. Passando sobre a auto-estrada não se vislumbra um carro. Évora mantém o movimento de uma cidade turistica e de trabalho.
O frio e o vento limpam a paisagem e isolam os corações.

Destaque aos leitores

JL Andrade disse...
Então aqui vai a minha contribuição para essa interactividade:Sou leitor assidou (até recebo os posts por mail para não escapar nenhum) mas não muito antigo. De qualquer maneira o seu agitar de águas refresca-me também, concordo com a maioria das opiniões e aprendo umas coisas porreiras.Dito isto, espero que não ligue ao limite de 1 ano para blogs e que continue as suas exposições, gosto delas porra (como está no Alentejo, aproveito uma expressão tipica).Um grande abraço (espero que perdoe a intimidade) e até breve.
1:54 AM
Luís disse...
Parabéns! :) Sou um fiel cliente do instante fatal que sigo pelo feed rss. Parabéns também pelo novo blog, que não conhecia, mas onde assisti a um fabuloso video com muito trabalho de casa - "Ver para Crer".Nesta segunda revolução do fotojornalismo que são os conteúdos multimédia, lamento apenas que outros jornais nacionais não saibam ou não queiram apostar neste imenso potencial que é fundir a fotografia ao audio e video para melhor contar uma história, que é afinal o que todos andamos aqui a fazer.Já temos a tecnologia, largura de banda e meios para ir por esse caminho. Mas provavelmente só quando o vizinho concorrente resolver apostar no multimédia é que iremos correr contra o prejuízo...à boa maneira tuga.
1:58 AM

LC: E Viva o Alentejo. Aqui está-se bem. Há pouco marchou uma bacalhauzada com tintol da casa ali na tasca do Vimieiro
rodrigo cabrita disse...
Parabéns pelo 1ºano, venham mtos mais! Abraço!

LC: Obrigado Rodrigo e força no novo DN
2:24 AM
Gonçalo disse...
Parabéns. Não tenho grande paciência para blogs, mas este de facto prendeu-me. Embora não concorde com tudo o que escreve, acho que é um blog bastante agradável e acho que faz muito bem em dizer o que pensa. Tudo o que se disser mal da classe política deste país é bem dito!Com que então Carrascal? A zona da "minha" Grândola está cada vez mais na moda e não há-de faltar muito até que se torne no "Algarve" do Alentejo, para alguma mágoa minha...
7:45 AM
Gonçalo disse...
Ooops, esqueçam o comentário de Grândola e Carrascal... É que não tem nada a ver!! Estava a confundir com a Carrasqueira! É o que dá estar agarrado à net logo às 7 da manhã. O sono não perdoa...
9:17 AM

LC: Obrigado Goncalo volte sempre

benjamim disse...
Parabéns, sou um dos 500 visitante que acompanha este blog com muito gosto.Entretanto onde anda o "EU VIDEO"? falta o link? ou sou eu que não o estou a ver?
11:21 AM

LC: O link para o Eu Video está ao lado nos favoritos

Carmona vê motas antigas e Lisboa navios

Carmona deu de frosques. Foi até Londres ver motas antigas, apesar de este fim de semana em Lisboa decorrer uma excelente feira de clássicos na FIL.

João Soares mostra-se disponível para avançar caso haja eleições. Não sei se faz bem. Não que eu não gostasse de o voltar a ver como Presidente de Lisboa: ele foi uma excelente autarca, mas a política tem destas ingratidões. Não sei se ele deva voltar ao lugar em que foi feliz e que hoje está muito diferente, e não sei se ele teria a mesma folga para governar como o fez.

O que indigna nesta trapalhada lisboeta é a desfaçatez do PSD, que para mim não constitui surpresa, mas também indigna o oportunismo do PCP, o calculismo do PS e o cinismo do CDS. Estão todos a tentar ganhar tempo enquanto Carmona cose em lume brando, apesar do bico do gás lhe ter sido aberto esta semana.

Sócrates respira fundo e já começa a a recuperar o fôlego depois do susto do canudo falso.

O que vai acontecer não é previsível. Se houver eleições serão intercalares, se o PS perder é uma séria derrota também para Sócrates, se o PSD perde, Mendes bem pode arrumar as botas.

Os lisboetas é que pagam a crise, mas na verdade foram eles que ao votarem em Carmona votaram no estado ao qu`isto chegou.
Carmona deu de frosques. Foi até Londres ver motas antigas, apesar de este fim de semana em Lisboa decorrer uma excelente feira de clássicos na FIL.

João Soares mostra-se disponível para avançar caso haja eleições. Não sei se faz bem. Não que eu não gostasse de o voltar a ver como Presidente de Lisboa: ele foi uma excelente autarca, mas a política tem destas ingratidões. Não sei se ele deva voltar ao lugar em que foi feliz e que hoje está muito diferente, e não sei se ele teria a mesma folga para governar como o fez.

O que indigna nesta trapalhada lisboeta é a desfaçatez do PSD, que para mim não constitui surpresa, mas também indigna o oportunismo do PCP, o calculismo do PS e o cinismo do CDS. Estão todos a tentar ganhar tempo enquanto Carmona coze em lume brando, apesar do gaz lhe ter sido aberto esta semana.

Sócrates respira fundo e já começa a a recuperar o fôlego depois do susto do canudo falso.

O que vai acontecer não é previsível. Se houver eleições serão sempre intercalares, se as houver e o PS perder é uma séria derrota também para Sócrates, se o PSD perde Lisboa o nosso Mendes bem pode arrumar as botas.

Os lisboetas é que pagam a crise, mas na verdade foram eles que ao votarem em Carmona votaram na Lisboa balbúrdia total.

Instante Fatal fatal faz hoje 1 ano

Há 1 ano nasceu o Instante Fatal. O primeiro post foi escrito aqui no Carrascal, Alentejo, com uma fotografia de um campo verde com água da Barragem do Divor, ao fundo.

Tudo começou com uma brincadeira e a necessidade de prolongar a minha experiência multimédia. O que parecia uma brincadeira acabou por se tornar num vicio de comunicação grande, com uma audiência que num ano chegou aos 99 mil visitantes e a 160 mil páginas vistas.

Houve um pico notável de quase 3 mil visitas num só dia e uma audiência média de 500 visitas, o que para um blogue sem grande promoção, nem com uma sumidade a dar o nome é bastante reconfortante.

Há quem diga que um blogue não deve durar mais de 1 ano. Eu por vezes hesito em mantê-lo. Acho que me exponho demasiado, muitas vezes acabo por ser mal interpretado, acabo por dizer o que muitos gostavam de dizer mas não arriscam e eu não quero ser nenhum arauto, nem justiceiro.

Apenas gosto de defender ideias, gosto de agitar águas, detesto cinzentismo e chateia-me a cambada de burocratas e chatos que tenho de aturar por vezes. Logo, um blogue é melhor do que ir ao psicanalista, mas não dispensa a ida ao astrólogo...

Entretanto avancei com mais um blogue, EU VIDEO, que vai ser mais virado para vídeos, foto galerias e afins.

Obrigado a todos os que aqui passam e me lêem.
Contribuam pois isto tem de ser interactivo.



Carrascal, 30 de Abril de 2007

Vosso

Luiz Carvalho

sexta-feira, abril 27, 2007

Carmona é arguido e diz que não sabe

A edição online do semanário “Expresso” avançou esta noite que Carmona Rodrigues foi constituído arguido no caso Bragaparques, relativo à permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular, tendo já sido notificado para prestar declarações no Departamento de Investigação e Acção Penal.Fonte judicial disse igualmente à Lusa que Carmona Rodrigues foi notificado mas que apesar de a notificação já ter sido enviada, do ponto de vista jurídico, o autarca ainda não é em rigor arguido. Para tal é necessário que lhe seja lido o Termo de Constituição de Arguido e lidos os seus direitos. A mesma fonte referiu também que Carmona Rodrigues ainda não foi ouvido no âmbito do processo Bragaparques e não o deverá ser amanhã.Porém, o gabinete da presidência da Câmara de Lisboa negou que este tenha sido notificado, classificando de "estranhíssimo" que a constituição de Carmona Rodrigues como arguido tenha sido noticiada esta noite sem que tenha sido recebida a notificação.

Público/Lusa

Augusto Santos Silva justifica-se em blogue

www.ouve-se.blogspot.com é o blogue onde o ministro Augusto santos Silva se defende da sua infeliz expressão Jornalismo de Sarjeta.
O governo descobriu os blogues para comunicar, melhor, para propagandear a sua doutrina. Faz bem, bem vindo à blogosfera. O seu camarada António Costa também bloga num espaço do Ministério o que é deveras insólito.

Mas n um governo de faz-de-conta, bonito, moderno e original não podia faltar um tique "à la mode". A política de sarjeta.

Diz ele:

«(...) para dar um exemplo real e recente: quando alguns jornais e jornalistas persistiram na identificação de uma criança vítima de abusos horríveis, apesar de repetidamente avisados da ilegitimidade de um tal comportamento, podemos ou não usar, para exprimir a nossa indignação, a expressão “jornalismo de sarjeta”? Eu acho que podemos e devemos (...)».Depois de ler as explicações do ministro fiquei satisfeito por não o ter criticado com base no soundbite...ACT a 26/04/07: A expressão pegou... ; e esta é sem dúvida uma pergunta interessante, de PedroF: se é o ministro a citar a questão como exemplo, porque é que a nova lei/estatuto não clarifica esta "confusão dos papeis de jornalista e de entertainer"?

A inauguração do túnel do Marquês

quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril, Cavaco, Túnel à vista




Andei hoje no 25 de Abril. De manhã na Assembleia: o discurso de Cavaco rompe com Sócrates, corre ao lado do governo, fala para a frente, tem a ousadia de criticar a já estafada data do 25, mas convenhamos que é a data mais popular e que não se pode resumir às festividades oficiais.
Por esse Portugal fora há muita festa de liberdade e temos e devemos respeitar.

À tarde a polícia caiu no ridículo ao defender um cartaz estúpido- nem lhe vou chamar de extrema-direita- de uns ataques de uns tomates. A polícia chateia miúdas pacifistas e putos porreiros, na flor da idade, na pureza dos ideais, é estúpido no mínimo.

Ao lado Carmona Rodrigues sem Santana, nem Fontão, inaugura o túnel da vergonha e pisga-se dos jornalistas, como um acossado. O PSD devia ter vergonha na cara com a porcaria que está a fazer em Lisboa.

Depois o povo invadiu a pé o túnel, talvez num ensaio de uma Lisboa sem carros como os idiotas da ecologia e os oportunistas da Câmara querem, estes últimos para carregarem ainda mais nos impostos e taxas dos automobilistas.

Ao menos em 74 havia semáforos e o Capitão Salgueiro Maia até parou no vermelho com a Panhard de canhão para deixar passar o trânsito.

Quando uma revolução começou com um revolucionário a cumprir as regras de trânsito estavam á espera de quê ?

25 de Abril, a fotografia saiu à rua

O ESPIRITO DO 25 DE ABRIL

AQUI COMANDO DAS FORÇAS ARMADAS

terça-feira, abril 24, 2007

Fontão de Carvalho foi constituído arguido

António Arnaldo Mesquita, Ana Henriques /Público

O até há pouco tempo vice-presidente da Câmara de Lisboa Fontão de Carvalho foi constituído arguido no âmbito do processo Bragaparques, num inquérito em que estão a ser investigados crimes como a participação económica em negócio e a prevaricação.

Fontão de Carvalho suspendeu o mandato na autarquia em Fevereiro, depois de se descobrir que havia escondido durante vários meses de toda a gente, incluindo do partido pelo qual foi eleito, o PSD, a sua condição igualmente de arguido num outro processo, relacionado com a atribuição de prémios de desempenho aos administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa. Só o presidente da câmara sabia que o seu vice era arguido neste caso, no qual foi entretanto acusado de peculato. Fontão de Carvalho – que já foi vereador pelo PS e que antes disso teve ligações ao CDS-PP – só interrompeu funções depois de pressionado pela hierarquia social-democrata. O líder do PSD chegou a admitir que não lhe tinha agradado a ocultação da verdade pelo autarca.

Nas últimas semanas Fontão de Carvalho ameaçava regressar à Câmara de Lisboa, o que estava a criar algum desconforto no PSD. Apesar de se encontrar com o mandato suspenso, o ex-vice-presidente tem-se deslocado com alguma frequência às instalações camarárias, aparentemente para ajudar a resolver matérias relacionadas com o seu principal pelouro, o das finanças. Resta agora saber se, perante a sua constituição como arguido num caso de gravidade muito superior aos prémios de desempenho, Fontão optará pela renúncia ao mandato. O PÚBLICO tentou obter esclarecimentos sobre a matéria junto da câmara, mas sem sucesso.

A troca dos terrenos do Parque Mayer, propriedade da Bragaparques, por cerca de metade dos terrenos camarários onde se encontrava a Feira Popular, em Entrecampos, é um dos negócios sob suspeita. O outro diz respeito ao facto de a autarquia ter concedido direito de preferência à mesma empresa na hasta pública em que foi vendido o resto da área da Feira Popular.

Quer a Bragaparques quer a Câmara de Lisboa foram alvo de buscas pelas autoridades, bem como as residências de Fontão de Carvalho e da vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara – esta igualmente com mandato suspenso após ter sido constituída arguida no caso. Também a antecessora de Gabriela Seara, Eduarda Napoleão, foi constituída arguida pelo Ministério Público no mesmo processo, tendo sido ouvida na semana passada no Departamento de Investigação e Acção Penal.

Ontem foi a vez de Fontão de Carvalho ser ouvido na mesma instância. Para a semana que vem deverá ser o presidente da autarquia a prestar depoimento às autoridades. Caso venha a ser constituído arguido, o PSD decidiu que o fará substituir pela vereadora Marina Ferreira, que tem o pelouro do trânsito e que, com a saída de Fontão de Carvalho, se tornou vice-presidente da autarquia.

Túnel do Marquês, é melhor não imaginar fogo

O Presidente da Associação Nacional de Bombeiros esteve há pouco na SIC notícias a denunciar a falta de segurança no Túnel do Marquês. Compreende-se: aquilo não tem um passeio para evacuar sinistrados, nem saídas de emergência, nem tão pouco controle de tráfego em engarrafamentos. E há muitas mais falhas.

Não conheço o túnel, mas só de imaginar aquela inclinação, e a possibilidade de um carro se incendiar durante um engarrafamento, ou um choque em cadeia sem escapatórias, ou um acidente de mota - fácil numa zona com aquela inclinação e um piso que ficará oleoso com o uso, se imaginarmos o pior, não se vislumbra a melhor forma de escapar de uma ratoeira daquelas.

Os responsáveis da Câmara recusaram aparecer ao lado do bombeiro-chefe. Percebe-se: o que eles querem é inaugurar, dar espectáculo, facturar votos. Nós pagamos, mas eles é que se divertem brincando aos túneis, num país onde não se vislumbra a luz ao fundo.

25 de Abril, a idade de Cristo

Padre Cândido detesta Herman José

segunda-feira, abril 23, 2007

As fotos de Boris Yeltsin por Magnum

17 de Abril, 60 anos de Magnum



Deixei passar o dia, faz parte do meu embirrante feio para esquecer datas festivas. A Magnum fez 60 anos, um número notável para uma cooperativa de fotógrafos, de loucos, que um dia depois da guerra decidiram juntar-se para formarem uma cooperativa.
Capa conhecera Rodgers na frente de batalha e decidiram juntar os trapinhos com Cartier-Bresson e David Seymour ( Chim) para poderem sobreviver ao mercado desgastado. Queriam reinventar o fotojornalismo, estabelecer regras éticas, funcionais. Iam ser os senhores dos seus trabalhos, reafirmarem-se como autores-fotógrafos.

O que levou à criação de Magnum continua em discussão no mundo da imprensa. o pqpel dos fotógrafos, a importância testemunhal da fotografia, a visão pessoal e ética, o jornalismo de causas, por aí fora.
A Magnum não era uma agência de fotografia, era uma ordem religiosa, com etapas dificeis para se ser admitido, um percurso até ao calvário, com sofrimento, rigor, dor e paixão. Um fotojornalismo de causas, forte, integro, de carácter.

A postura de um fotógrafo da Magnum era, é, de um profissionalismo à prova de bala. Não basta ser-se fotógrafo, é fundamental ser-se um olhar, um outro olhar sobre a vida e a sociedade.




On this day in 1947, Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, George Rodger and David "Chim" Seymour founded the legendary photo agency Magnum Photos.

Magnum Photos is a photographic co-operative owned by it's members. To date the agency has 60 members worldwide and within those last 60 years Magnum photographers have covered countless events, interpreted the world and it's people and told many important stories through photography. Magnum also managed to stay an independend co-operative despite the efforts of others to bring Magnum under their control.

Henri Cartier-Bresson once said "Magnum is a community of thought, a shared human quality, a curiosity about what is going on in the world, a respect for what is going on and a desire to transcribe it visually."

I was blessed and honored to contribute a tiny little bit to Magnums history by my work in various fields at the Magnum New York office. I did not only have the chance to meet great people, learn about the industry and Magnum but I also had the chance to look behind the curtains, to see that not everything and everybody is always perfect. And this is what makes Magnum even more likeable. It's a human organization.

The Magnum Festival: Celebrating the Art of Documentary And to celebrate it's birthday Magnum will launch The Magnum Festival: Celebrating the Art of Documentary. "The Magnum Festival will take place in New York City throughout the month of June with dozens of activities, exhibitions, public and private events all embracing the documentation of life spanning the globe. Through a series of city wide events the Magnum Festival will highlight photography, film and journalism."

"Documentary, in its many forms, creates understanding, appreciation and in many cases mobilize change,” said Magnum’s Managing Director, Mark Lubell. "Whether through pictures, moving images or the written word, documenting the life around us is vital to the preservation of our stories for generations to come.”

For more details and scheduled events visit the Magnum Festival website.

Happy Birthday again and may Magnum be able to fulfill the high expectations in the next 60 years to come.

YOperiodista

O EL Pais acaba de por online mais um site, agora feito com o contributo total dos leitores. O diário espanhol tem mostrado uma rara ousadia em lançar novos produtos multimédia, correndo o risco de ter razão antes de tempo. A verdade é que na internet tudo muda a um ritmo veloz e estamos longe de termos consolidado conceitos, verdades absolutas. O experimentalismo faz parte do meio. Mas a preocupação em servir os leitores é óbvia. Que fazemos sem leitores ? nada.

Estranho ataca Paula Lee em casa

Paula Lee, autora do blogue Amante Profissional, conta como foi agredida em sua casa e esteve quase a morrer. De arrepiar. Leia aqui

Sócrates gosta que lhe chamem Tony

Ao Le Point Sócrates confessou que gosta que o chamem de Tony Blair português. Não me parece que Tony Blair goste que o chamem de Mr. Engenheiro.

Citando a Agência financeira:

«Assumo essa comparação e entendo-a como um elogio. Em dez anos de poder, Tony Blair concretizou mudanças consideráveis no seu país», declarou José Sócrates à revista francesa.

No entanto, mais à frente, quando procurava apresentar uma explicação sobre a sua linha política, o primeiro-ministro sublinhou que o seu modelo de inspiração para as reformas nacionais «não é tanto o Reino Unido, mas os países nórdicos, em particular a Suécia», dia a agência «Lusa».

Neste contexto, Sócrates recusou também a ideia de que o seu executivo nada tenha de esquerda, dando como exemplos medidas como as leis da paridade, da procriação médica assistida e, na sequência do referendo de Fevereiro, o aborto.

Interrogado sobre «o segredo» de ter «elevados índices de popularidade», apesar de ter tomado medidas impopulares, o primeiro-ministro riu-se e comentou: «é sem dúvida um milagre«.

«Penso que os portugueses compreenderam a necessidade de reformas. Fundamentalmente, trata-se de reformar um Estado social que delapidava parte do seu dinheiro a alimentar interesses corporativos», respondeu o primeiro-ministro.

Além de uma entrevista com José Sócrates, a «Le Point» publica também uma extensa reportagem sobre a actual situação política em Port

Google vale 49 mil milhões de euros

O motor de busca na Internet Google é a marca mais cara do mundo, valendo 49 mil milhões de euros, divulgou hoje a empresa de pesquisa de mercado Millward Brown num estudo realizado em conjunto com o Financial Times.
O valor da marca Google aumentou, de acordo com o 'ranking' BrandZ - As 100 Marcas Mais Poderosas, 77% no espaço de um ano, tendo ultrapassado a Microsoft que era, em 2006, a mais valiosa do mundo.
Este ano, a Microsoft de Bill Gates desceu para terceiro lugar, tendo passado a valer 40,5 mil milhões de euros, abaixo da General Electric que vale 45,6 milhões.
O quarto posto entre as marcas mais poderosas foi ocupado pela Coca-Cola cujo valor ascende a 32, 5 mil milhões de euros.
Entre as 10 marcas com valores mais elevados, oito são norte- americanas, sendo as de tecnologias e as de consumo geral as mais presentes na lista.
No conjunto, estas 10 marcas - Google, Microsoft, China Mobile, Wal-Mart, Coca-Cola, Citi, IBM, Toyota, McDonald's e Bank of América - valem 1,2 biliões de euros, mais 10,6% do que no ano passado.
O segmento de tecnologias é aquele onde as marcas valem mais, sendo que as cinco mais poderosas (Google, Microsoft, IBM, Nokia e HP) chegam aos 155,6 mil milhões de euros.
O motor de busca na Internet Google é a marca mais cara do mundo, valendo 49 mil milhões de euros, divulgou hoje a empresa de pesquisa de mercado Millward Brown num estudo realizado em conjunto com o Financial Times.

Diário digital

A Bela e o engenheiro


Gosto de "A Bela e o mestre".
Vi-o hoje pela primeira vez e fiquei agarrado ao dito pequeno écran. É sublime em ironia, retrato social, com umas tipas boas como o milho, ignorantes como uma parede, mas com muitos pontos de desconto: o corpo paga onde a mente falha. E quem mais pontos mostra, mais pode gaguejar.

Aquilo tem qualquer coisa de felliniano.
Eu gosto desse olhar neo-realista, com algum picante.
Claro que a TVI é de um cinismo total. O que ela quer é mostrar as concorrentes descascadas, depois de as ter seleccionado à lupa. A ideia é gira e até cultural. No meio daquela santa ignorância sempre há uma bela que fica a saber que a Paula Rego não é a Odete Santos e que o Martin Luther King não foi o fundador de uma cadeia de hamburgueres.
O júri está à altura. Por acaso passei o fim de semana com o Rui Zink na quinta de uns amigos, de que falarei aqui amanhã, com fotos.

Proponho para a próxima série: A Bela e o Engenheiro.

domingo, abril 22, 2007

Governo publica na internet lista de cábulas

Gostei de ouvir hoje Marcelo Rebelo de Sousa pegar na minha alegoria ao curso saído na Farinha Amparo, de Sócrates. E gostei daquele " já se sabe que o curso dele não vale uma coisa por aí além, para não dizer NADA". Mais umas palavras assassinas ditas directamente de Maputo. E também acaba por ter a minha opinião sobre o discurso lamentável de Mário Soares na jantarada da FIL.
E, atenção: se o governo não fechar mesmo a Universidade Independente depois da farsa daquela conferência de imprensa, e que descaradamente procurava "limpar" Sócrates, então mais bronca virá.
Apesar de eu pensar que isto não vai parar. As ligações intimas e perigosas ao professor das 4 cadeiras, mais ao pai do engenheiro da treta, mais ao bancário Vara agora banqueiro, haja jornalismo de investigação e conte-se a verdade.

Sócrates que legitimou a devassa aos cidadãos, quer através do cartão único, quer através dos poderes exacerbados das finanças, sem que o cidadão possa ter mecanismos imediatos e acessíveis de contestação, talvez possa sentir na pele o que é a violência, mesmo quando praticada em nome da democracia.

O governo só tem uma saída: publicar na internet a lista dos cábulas, ao lado da dos contribuintes faltosos. Andam todos a enganar o país.


Vosso,

Luiz Carvalho

Jardim diz que Deus castigou Sócrates


Jardim: Problemas académicos de Sócrates são «castigo divino»
Os problemas enfrentados por José Sócrates por causa da polémica à volta do seu percurso académico são um «castigo divino pelo mal que está a fazer à Madeira e aos portugueses», defendeu hoje Alberto João Jardim.

«Nosso Senhor não castiga nem com paus nem com pedras. Ele [José Sócrates] quis fazer mal a tanta gente que agora está a ser castigado», disse na Camacha o presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, durante o comício do arranque oficial da campanha do PSD para as eleições antecipadas de 6 de Maio.

O comício, que Jardim preferiu designar como «uma conversa olhos nos olhos com os madeirenses», ficou marcado por um feroz ataque ao primeiro-ministro e aos socialistas, a quem Jardim se referiu muitas vezes simplesmente como «aqueles gajos» ou «aqueles desgraçados».

O líder do PSD-M preocupou-se em desvalorizar o cabeça de lista dos socialistas na Região, Jacinto Serrão, fazendo questão de nem sequer pronunciar o seu nome durante os cerca de 30 minutos que durou a sua intervenção. «O senhor Sócrates é o meu adversário nesta eleição», frisou, responsabilizando o primeiro-ministro e secretário-geral do PS pela aprovação da Lei das Finanças Regionais que está na base da sua demissão do cargo de presidente do Governo Regional da Madeira.

Alberto João Jardim traçou como seu «desígnio pessoal» contribuir para a derrota de José Sócrates do Partido Socialista nas legislativas de 2009, considerando que as eleições antecipadas de 6 de Maio são uma «primeira oportunidade» para os madeirenses demonstrarem o seu desacordo com a política do actual Governo da República. «Em 2009 temos que pôr o Sócrates na rua. A 6 de Maio todo o país vai estar atento às nossas eleições», disse, acusando o PS de ter aprovado uma Lei de Finanças Regionais que é prejudicial para a Madeira apenas com o «objectivo de lixar o PSD».

Jardim chamou ainda «traidores e colaboracionistas» aos socialistas que aplaudiram a entrada em vigor da Lei das Finanças Regionais, dizendo que «o sonho de alguns é ver Lisboa a nomear um governador-civil para a Madeira». Mesmo sem referir o nome dele, considerou que Jacinto Serrão foi duplamente desautorizado pelo PS nacional, que este semana, pela voz de Vitalino Canas, veio contrariar o líder regional ao garantir que não vai haver qualquer alteração à LFR seja quem for o vencedor das eleições antecipadas. «Quanto mais falam mais se enterram», sentenciou.

Diário Digital / Lusa

sexta-feira, abril 20, 2007

As lágrimas amargas de um engenheiro

O jantar de ontem de aniversário do PS na velha FIL, em Lisboa, foi nem mais nem menos uma acção de graças ao grande líder “engenheiro”.
Sócrates parece adoptar alguns dos tiques do seu ex -colega de bancada televisiva, Pedro Santana Lopes: chorou (começa a ser uma linha dos socialistas depois de Sampaio) e sobretudo fez-se de vítima.

Mário Soares fez a apologia do governo, outra coisa não seria de esperar, mas ao justificar a embrulhada em torno do curriculum de Sócrates como uma cabala da direita contra o primeiro-ministro, dizendo que já o mesmo tinha sido feito a Ferro, foi descabido. Só reforçou a ideia na opinião pública que o descrédito do “engenheiro” está a ser remendado com desculpas de mau pagador, ou se quiserem, de cábula.

Sou simpatizante de Mário Soares mas confesso que me irritou ouvi-lo falar ontem. Que ele diria se o que se está a passar com Sócrates tivesse sido com Pedro Santana Lopes.

E já agora, também se pode dizer que muitas das coisas que se diziam de Santana eram do domínio da calúnia como aquilo que se pôs a correr de que ele daria festas noite dentro na residência de S. Bento. Cabalas é o que mais há em política, infelizmente.

A lamechice de Sócrates, logo seguida do triunfalismo bacoco ao referir os grandes sucessos do governo, não dão para rir, nem chorar, apenas lamentar profundamente. E quando Soares disse que este governo estava a governar para os mais carenciados, não sei o que terão pensado os desempregados, os funcionários públicos, aqueles que têm de recorrer ao Serviço Nacional de Saúde, e muito, muitos mais.
Eu por mim, que nem sou carenciado, pus logo a mão na carteira.

Vosso,
Luiz Carvalho

( depois de um leitor ter sentido a falta deste adeus!)

Em busca dos tarecos de Pinto da Costa

A imagem passou de repente na televisão. Numa reportagem, Pinto da Costa reavia os tarecos que Carolina Salgado lhe havia levado da casa que outrora fora o cenário central de uma história de amor, agora despedaçada, como aquela carga revolta.

O líder dos Dragões remexia, dentro de uma carrinha de transporte, numa tralha de coisas pessoais, intransmissíveis, e que Carolina Salgado sabia que não valendo nada, valiam magoando em quem as perdia.Não parecia ser roupa interior, apesar de ser roupa suja- aquilo que chamamos aos despojos de uma relação fiel, duradoura, vivida... com final infeliz.

Mas o que me chamou a atenção naquele "frame" da televisão foi o busto de Pinto da Costa transportado debaixo do braço por um empregado, passando frente ao protagonista. Homem habituado a cenas fortes , Pinto da Costa não se deixou impressionar. A sua imagem ia ali transportada sem dignidade, entre um monte de sucata e uma porta que seria a de um armazém qualquer. O busto que lhe garantiria a eternidade parecia nada valer, como a estátua de Saddam que dobrou e caíu na rua do povo, ou a cabeça decapitada de Salazar, em Santa Comba a seguir ao 25 de Abril, desaparecida no calor da luta.

As imagens valem mais com os artistas mortos. Tornam-se então emblemáticas, objectos venerados.Na verdade, o mimetismo das esculturas não consegue impressionar os seguidores de deuses, como os corpos reais. E Pinto da Costa sabe-o. Que vale uma estatueta ao lado da sua figura ágil, jovem para a idade, de passo determinado e de silêncio absoluto para com os jornalistas, que timidamente tentavam arrancar-lhe uma declaração sobre o evento? Vale zero. E lá foi o mono para a dispensa da História do Glorioso.

Passados uns dias acabei por rever a cena numa fotografia de um jornal, mas confesso que não me impressionou como aquele instante em que a vi e que não pude congelar. Foi uma fotografia minha falhada, de certa forma.
Uma imagem de que Pinto da Costa-fotógrafo nunca sentiria falta.

Vosso,

Luiz Carvalho


Também em: http://expresso.clix.pt/

quarta-feira, abril 18, 2007

Piquenique de tiros nos Estados Unidos

Assim se divertem os americanos. Famílias aos tiros.

O Mundo do Padre Cândido

Uma reportagem de luiz Carvalho, feita em 2003, em Sernancelhe e sarzeda, Beira-Alta sobre esta figura de referência. Um homem de cultura e fé. Um salazarista convicto.

Uma reportagem de Luiz carvalho, em 2003, nas Terras do Demo, com o Padre Cândido

terça-feira, abril 17, 2007

Carla Matadinho, José Castelo Branco e Soraia Chaves, na corrida ao ouro

Galeria de notáveis nos Globos. A corrida ao ouro no Campo Pequeno.

Carla Matadinho, Soraia Chaves e José Castelo Branco, Lili Caneças e muitos outros.

Fotos de Luiz Carvalho.

CLIQUE AQUI

João e Alberto um quarto de século no poder


Gosto destes tipos: do Costa que é Pinto e do João que é Alberto. Porquê ? São genuínos e verdadeiros, são ícones de um Portugal que está a desaparecer com a burocracia de Bruxelas. Não pretendem ser aquilo que não são, são politicamente incorrectos e em última análise são mesmo intoleráveis. Têm obra feita, são ganhadores, irritam os conservadores, sendo eles uns conservadores do quilé.

Um amigo meu muito comuna, que detesta o Jardim, teve de o gramar para uma entrevista. A primeira vez o homem gostou dele, respondeu-lhe a umas perguntas na rua. E só deu entrevista a ele.
À segunda vez , foi recebido com honras, como se fosse um jornalista daquele jornal pago pelo governo. Ele já nem comenta quando lhe chamo , em tom de gozo,"vendido à causa madeirense". Não responde. Nem as derrotas do Benfica o deixam tão silencioso!
O seu silêncio revela que tem algum pejo em reconhecer que nem tudo é mau na Madeira.
No fim admitiu que viveria muito bem numa daquelas casas de habitação social...

Calma ! Não julguem que sou parvo. Claro que nós pagamos aquilo, que aquilo é uma espécie de democracia, que a oposição é uma desgraça, mas também não é o Zimbabué.

Pinto da Costa no seu quarto de século promete continuar. Tal como o Alberto, vai voltar a ser eleito. O povo gosta de valores seguros e de homens com huevos.

Eu até preferia uns líderes mais bem vestidos, estilo Armani da Maconde, mais bem falantes, educados e polidos, mais de esquerda, mais feministas e mais correctos. Mas, pelos vistos, esses soam a falso, querem ser o que não são, custam-nos caro, vão-nos aos impostos e fazem-nos passar pela vergonha de termos no Poder líderes sem curriculum, nem carisma, nem nada. Que canudo !!! ( como dizem na terra dos meus pais, na Beira-Alta).

Yours

Luiz Carvalho

segunda-feira, abril 16, 2007

25 anos de Pinto da Costa no 25 de Abril,


Pinto da Costa vai fazer 25 anos à frente do FCP. É obra e é de homem ! É uma vitória de prata que é dourada!!!

Contra tudo, contra todas e com muitos, Pinto da Costa conseguiu a façanha que Salazar não ousou: estar no Poder durante um quarto de século, sem grandes oposições e sempre com um sucesso tremendo. No futebol quem ganha é quem marca e Pinto da Costa pode dizer com orgulho que por detrás das goleadas esteve sempre um líder atento, um dirigente exigente, um timoneiro.

Homem sensível e inteligente, confesso que me emocionei há uns anos quando no final de um almoço com a associação de jornalistas europeus, de que eu faço parte, vi Pinto da Costa a recitar José Régio como ninguém. Num almoço de jornalistas não havia um gravador, uma camera de televisão, eu próprio acho que tinha deixado a máquina no carro.
Foi nesse instante que Maria Elisa terá ficado encantada, foi ela que o convidou como Presidente da associação.

Eu não sou grande adepto de futebol, quando o sou voto Sporting, mas reconheço que Pinto da Costa é uma figura exemplar.
Já não há portugueses assim. Para o melhor e para o pior.
Dia 25 de Abril vai voltar a recandidatar-se. A vitória é certa.

25 de ABRIL SEMPRE ! PINTO DA COSTA É DO POVO!
Se foi para isto que fizeram a abrilada...está bem.
Pelo menos este não tem pretensões a doutor nem engenheiro. E é uma máquina de fabricar golos, vitórias.

E se a Carolina Salgado está longe, ele já recuperou os tarecos, o busto, e vai em frente.
Penso eu de que.


Vosso

Luiz Carvalho

domingo, abril 15, 2007

Cavaco sobre a licenciatura de Sócrates:" Isso agora não interessa nada !"

Cavaco e Sócrates: uma relação de vento em popa

"Até choras por andar de lambreta!"- era uma frase que o meu pai gostava de usar para parodiar situações. Eu ouvia em pequeno e só mais tarde descodifiquei. Acho muita piada à frase. Aplica-se bem a esta montagem que descobri na net e que sintetiza a relação de proteccionismo do nosso PR ao nosso PM.

Ontem Cavaco em Santarém, onde eu estive hoje, dizia com aquele sorriso próprio de tímidos que a controvérsia sobre a licenciatura de Sócrates não tem importância dada a complexidade dos problemas do país. Portanto: se o país não tivesse chatices a trapalhada do canudo daria muito mais que falar e até podia ser mais cavada.

Depois da entrevista à RTP a coisa amainou, mas as novas trapalhadas voltaram a acender o rastilho.
O cinismo hoje de Marcelo na RTP foi mortal. Começou por desvalorizar a coisa, até porque há uma faixa de portugueses que está a defender a atitude de Sócrates porque se revê naquele tipo de baldas, depois Marcelo deu estocada final relançando a ideia de que aquilo foi mesmo um curso da treta.

Os fedorentos gozaram que nem os porcos. Está difícil para Sócrates passar uma esponja e limpar esta nódoa.

Seu

Luiz Carvalho

PS: Parece que os alunos vão poder faltar às aulas e não chumbar por faltas. Pelos vistos é o estilo e a prática do primeiro-ministro já a fazer jurisprudência. Depois queriam que os portugueses estivessem contra ele ? Excelência ? qualidade ? rigor? Ahahahahahahaah!!!!

Dois anos de governo Sócrates

Confissões de um calinas

sábado, abril 14, 2007

Meia Culpa: filha de criminoso é lá alternadeira, os mandantes licenciaram-se na cadeia

Há 10 anos Amarante era cenário de um trágico crime na noite. Um bar de alterne era atacado pela madrugada com clientes e alternadeiras lá dentro. Dez mortes, acho, e muitos feridos. Uma desgraça protagonizada por um outro dono de uma outra boîte, O Diamante Negro, em nome ao que consta de inveja e vingança.
Era uma história que desenhava um pouco o que tinha mudado na província portuguesa. O mundo rural dava lugar ao mundo suburbano, um mundo de droga, vicio, prostituição, negócios escuros. Portugal estava a mudar no final do Cavaquismo dos milhões da Europa, o tempo do dinheiro fácil, do facilitismo.

Por essa altura tudo se dava e comprava. José Sócrates era um obscuro deputado guterrista, pronto a enfileirar os conquistadores do novo poder alternativo ao acabadismo Silva.

Portugal mudou muito, mas nem tanto. Passados 10 anos a filha de quem mandou incendiar a Meia Culpa trabalha agora como alternadeira no mesmo local que o pai mandou liquidar na acção de 3 malandros que entretanto se licenciaram na cadeira. Mas ao que consta estudaram e fizeram exames.

Este país está cheio de óptimas histórias para o cinema.
Este país é uma fita.

VEJA AQUI A HISTÓRIA DE UMA ALTERNADEIRA

sexta-feira, abril 13, 2007

Licenciatura de Sócrates nos Lusíadas

As equivalências e os termos assinados,
Que na ocidental raia Lusitana,
Por cursos nunca antes frequentados,
Passaram ainda além dos seis dias da semana,
Em betão armado e pré-esforçado,
Mais do que prometia a desfaçatez humana,
E entre gente bem mais douta edificaram
Novo currículo, que tanto sublimaram;
E também as notícias gloriosas
Daqueles feitos, que foram omitindo
A Lisura, a Hombridade, as Virtudes valerosas
Das corporações que foram destroçando;
E aquele, que por obras viciosas
Se vai da lei da respeitabilidade libertando;
Sobranceiro, entre pares, no plenário,
Cantarei, se a tanto me ajudar o engenho sanitário.

No tempo em que os engenheiros falavam

Engenheiro Duarte Pacheco, quando ser engenheiro não era grau social

Nos meus 52 anos sou já do tempo em que os engenheiros eram uns tipos de tirar o chapéu.
Havia no Portugal antigo uma classe de técnicos de grande prestígio.

Eram os técnicos que tinham permitido a Duarte Pacheco fazer obra pública e a deixar para a História do país uma colecção de obras notáveis: o viaduto com o nome do dito, a ponte da Arrábida, os edifícios de referência como o Técnico, o EDEN, as avenidas novas, as escolas dos centenários…nunca mais acabaria de citar o que foi obra feita nos anos 40-70 do século passado.

O meu padrinho de baptismo era um engenheiro do Ministério das Obras Públicas, um técnico à prova de bala, o homem que introduziu em Portugal o betão armado e que projectou algumas das vivendas modernistas da Foz do Porto, no estilo Bauhaus. Era o engenheiro Jorge Viana, que no final de carreira era inspector superior do Ministério das Obras Públicas. Este grupo de notáveis também incluía arquitectos constituíam uma elite. Era um orgulho trabalhar com eles.

Ainda me cruzei na década de setenta - oitenta com alguns deles, com quem trabalhei como estagiário de arquitectura na Direcção-Geral das Construções Escolares, e como arquitecto na Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, entre 79 e 89.

Estes técnicos acabaram por contaminar em qualidade e excelência muitos ateliers privados para onde trabalhavam fora das horas públicas - como sucede hoje a muitos médicos.

Quando depois do 25 de Abril se começou a pôr em causa a exclusividade, alguns abandonaram o Estado, os melhores e mais bem pagos. Ficaram os que não tinham trabalho privado, ou seja: os medíocres. Os técnicos antigos reformaram-se, ficaram os novos formados sem o mesmo rigor e o saber. As Universidades entraram em roda livre depois do 25, as novas gerações eram mais ignorantes, com muito menos trabalho de campo e experiência.

Quando Sócrates quer ser engenheiro eu percebo: os agentes técnicos com quem trabalhei adoravam ser chamados de engenheiros. Era um estatuto de borla, para eles que nunca tinham conseguido fazer o que desejavam.: ser mesmo engenheiros.
Mas para isso teriam de ter o 7º ano, a difícil admissão ao Técnico, vencer os dois primeiros anos do Técnico, que não eram pêra doce. O mesmo se aplica aos arquitectos. Não era nada fácil entrar em arquitectura na ESBAL, mas já era fácil entrar em pintura ou escultura na ESBAL: para estes dois cursos bastava o 5º ano e um exame de desenho de estátua.

A mesma diferença de grau académico entre um agente técnico ( correspondente a um guarda-livros) ou um engenheiro.

Sócrates achou que com umas transferências, trocas e baldrocas, acabaria por ser um engenheiro. Para ele não era uma questão académica era uma questão de título.

Parece que 60 por cento de quem o ouviu na tv ficou convencida.

Num país de cábulas estavam à espera de quê ? Milagres ?

quinta-feira, abril 12, 2007

Sócrates venceu mas não convenceu

O povo respirou de alivio: o primeiro-ministro confessou-se ao país, justificou porque andou armado em engenheiro, fez de vitima, mostrou orgulho na sua carreira académica, falou firme, estava bonito na imagem, enfim: os portugueses por natureza pouco interessados em questões de lana caprina como o ensino, voltaram a identificar-se com o chefe.

Finalmente os cábulas têm cobertura ideológica e política, os xicos-espertos podem verificar que não estão sozinhos, os que se marimbam na academia e no estudo sentem-se, enfim, no país desejado.

Não sei o que sentirá o nosso Presidente Cavaco. Ele que alugou um quartito em Campo de Ourique, modesto, austero, que queimou as pestanas a estudar economia, que carregou com o peso dos dossiers e que depois rumou a Inglaterra para mais uns anos de marranço, que dirá deste passeio de Sócrates por 3 universidades para tirar um canudo inútil porque não dá para exercer profissionalmente o que devia dar. Isto é: ele estudou engenharia numa universidade que a Ordem dos Engenheiros não reconhece o curso.

É como tirar a carta de condução na escola da Brandoa e depois a BT não reconhecer a carta para poder conduzir.

Sócrates terá convencido os tolos e os ignorantes que se identificam com os cábulas. Mas a elite passou a olhá-lo como um provinciano, um novo-rico da política que faz do status um modo de vida. Um faz de conta.

Poderemos dormir descansados, que este homem nos vai cobrar impostos e tratar da vidinha ?

António Barreto comenta Sócrates na RTP

António Barreto no Público:
O sr. primeiro-ministro negou ontem na televisão, indignadamente, que fosse "um especialista em relações públicas". Temos de o acreditar. Mas não há dúvida que ontem na televisão o sr. primeiro-ministro até pareceu "um especialista em relações públicas". Para começar, arrumou com brandura o caso da sua carreira académica, que afinal não é um caso. A Universidade Independente mandou e ele cumpriu. Quanto à burocracia, não sabe, nem se interessa. Quanto ao dr. António José Morais, que lhe "deu" quatro cadeiras, não o conhecia antes. Quanto ao resto, toda a sua vida de estudante só revela "nobreza de carácter", vontade de "melhorar" e de se "enriquecer" (intelectualmente). Um exemplo que ele, aliás, recomenda aos portugueses. Ponto final.A minha ignorância não me permite contestar explicações tão, por assim dizer, "transparentes". Claro que nunca ouvi falar de um professor que "desse" quatro cadeiras no mesmo ano ao mesmo aluno, nem num reitor que ensinasse "inglês técnico", nem num conselho científico que fabricasse um "plano de estudos" para "acabar" uma licenciatura. Falha minha, com certeza. Se calhar, agora estas coisas são normais. O sr. primeiro-ministro também declarou que ele e o seu gabinete não telefonam a jornalistas com a intenção malévola de os "pressionar". Pelo contrário, só os querem esclarecer. Ficamos cientes.Fora isto, Sócrates demonstrou facilmente que o governo é óptimo e que ele é determinado, decidido, inabalável, responsável e bom. Portugal inteiro está, como lhe compete, agradecido. a O debate começou bem e foi ficando progressivamente mais complicado, a partir mais ou menos dos 20 minutos. Porque um debate que normalmente seria sobre o estado da Nação a meio de um mandato do Governo, acabou por ser sobre o currículo académico do primeiro-ministro. José Sócrates começou bem, tentando mostrar algum sentido de Estado ao querer separar o seu caso do da Independente. Foi habilidoso. O seu caso exigia, porém, prova documental, e talvez uma entrevista numa televisão não fosse a melhor maneira de a produzir. Conseguiu desmontar bem o alegado caso de assassínio de carácter, mas acabou por se atrapalhar nos pormenores. Ficou muito emperrado na questão emenda dos documentos da Assembleia da República, bem como nas notas lançadas pela Independente a um domingo. As questões de facto foram remetidas para casos de secretaria. José Sócrates quis ainda reconhecer que existem diferenças entre dar explicações aos jornalistas e fazer pressões e foi cínico sobre a OPA. Ninguém acredita que o Governo não tivesse desse indicações à Caixa Geral de Depósitos. Foi de uma candura que soou a cinismo. Foi interessante nesta entrevista a palavra blogosfera ter entrado nesta entrevista na discussão política.a O único momento verdadeiramente surpreendente da entrevista do primeiro-ministro à RTP foi quando explicou que escreve o pronome seu no fim das cartas, para ser como o inglês yours. Isso e a ideia de que, afinal, o substantivo engeheiro não designa uma competência mas sim um rótulo social definiram uma entrevista que valeu pelo que não se viu. Desde logo não se viu o balanço dos dois anos do Governo, que era a justificação da entrevista. Ora, gastou-se mais tempo com a Independente. A entrevista ou era uma coisa ou era outra. As duas, não podia ser. O dois-em-um não podia dar certo. José Alberto Carvalho conseguiu o tom certo numa conversa que o entrevistado queria de bom tom. Esforçou-se e tinha sem pre uma pergunta engatilhada. Nomeadamente no dossiê Independente. Maria Flor Pedroso, que é da rádio, estava a jogar fora e deixou-se ficar num papel mais apagado. Ganhou a noite, o primeiro-ministro? Pareceu-me que sim. E como, nestas coisas de televisão, o que importa é parecer, se pareceu, deve ter sido. A entrevista foi um bom sintoma daquilo a que está reduzida a política portuguesa: um aeroporto que ainda não existe e uma coisa que não se sabe se alguma vez foi uma universidade. Onde estão a ideologia, a Europa, as questões sociais? Nada. Sócrates gosta de passar a imagem do homem de acção que fala pouco. O problema é não ter obra para mostrar. Pouco mais pode fazer do que imitar o treinador do Benfica: prometer a Lua, iludir as derrotas e prometer a taça no ano que vem. Mas os eleitores sabem que é a fingir. a Simplesmente patético! Um primeiro-ministro a defender-se com um arguido! Um primeiro-ministro a considerar insinuações as mais legítimas dúvidas da imprensa e da opinião pública! Um primeiro-ministro que acha normal que um deputado, ministro depois, se matricule em curso superior e obtenha diploma académico de recurso (feito em três universidades diferentes), ainda por cima em estabelecimento não reconhecido pela respectiva Ordem profissional! Um primeiro-ministro que não percebe que um deputado e um membro do governo não têm os mesmos direitos, ou antes, as mesmas faculdades que os outros cidadãos e não podem nem devem apresentar-se como candidatos a cursos pós-laborais que lhe confiram estatuto académico a que aspiram! Um primeiro-ministro que considera normal e desculpável que os seus documentos oficiais curriculares sejam corrigidos e alterados ao gosto das revelações públicas!Era tão melhor julgar os políticos por razões políticas e não por motivos pessoais ou de carácter! São, infeliz e necessariamente, sinais dos tempos. Dinheiro, sexo, cultura, vida familiar, gosto e carácter transformaram-se em critérios de avaliação. O facto, gostemos ou não, faz parte das regras do jogo. Com a política totalmente centrada na personalidade do líder, é natural que a totalidade da personalidade seja motivo de interesse e escrutínio. A ponto de, infelizmente, superar os fundamentos e os resultados da acção política. Sócrates está a pagar os custos desta nova tendência. E a verdade é que ele não soube, não quis ou não pôde matar o abcesso à nascença. O facto de o não ter feito avolumou o episódio. Ter dado à imprensa e à opinião pública espaço e tempo para deslindar o confuso mistério dos seus diplomas foi um erro fatal. Ter tentado exercer pressões sobre a imprensa e os jornalistas foi igualmente uma imperícia infantil. Ter a necessidade de mostrar diplomas na televisão revela uma situação em que a palavra já vale pouco e a confiança se esvai. Ter tentado justificar o facto de se matricular, como "humilde deputado", e de se graduar, como ministro, é inútil. Mas revela uma crença perigosa: a de que acha natural e legítimo que um deputado e um membro do governo possam fazer tudo isso!É possível que este homem seja Primeiro-ministro mais dois anos ou até que consiga ser reeleito. Mas uma coisa é certa: a confiança está ferida. Ora, enquanto a utilidade pública vai e vem, a confiança, quando quebra, não tem cura. As feridas de carácter não cicatrizam.

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Sócrates alterou registo biográfico no Parlamento para explicitar bacharelato

Público:

Os dois registos biográficos do deputado José Sócrates na VI legislatura, existentes na Assembleia da República, com informações diferentes quanto à profissão e habilitações literárias são, afinal, um original corrigido e uma fotocópia feita antes da correcção. Isso mesmo confirma uma nota do gabinete de imprensa do gabinete do primeiro-ministro divulgada esta tarde, após serem conhecidos os dois documentos.
A pedido de vários órgãos de comunicação social, a secretaria-geral da Assembleia da República (AR) divulgou hoje os fac-similes dos dois registos existentes nos serviços. Ambos têm a mesma data (13 de Fevereiro de 1992) e são em tudo idênticos. Mas num deles consta a profissão de engenheiro e na rubrica das habilitações a referência “Engenharia Civil”, enquanto no outro surge a profissão de engenheiro técnico e nas habilitações académicas surge a abreviatura “Bach.” antes da “Engenharia Civil”.Questionado sobre a disparidade, o gabinete de imprensa de José Sócrates confirma ter sido feita uma alteração no documento original: “Do confronto dos documentos resulta que foi feita uma clarificação do registo inicial, no sentido de precisar as habilitações académicas de bacharelato em Engenharia Civil, exactamente para que não pudessem subsistir quaisquer dúvidas”. Sublinha ainda o facto de que “em nenhum deles é referido pelo deputado José Sócrates ter, àquela data, uma licenciatura em Engenharia Civil”.A questão foi levantada na ontem, quando a consulta feita aos livros de biografias dos deputados existentes na Biblioteca Parlamentar revelava a disparidade das habilitações do deputado José Sócrates entre a V legislatura (1987/91) e a VI legislatura (1991/95). Na primeira, lê-se nas habilitações literárias de Sócrates o bacharelato em Engenharia Civil pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, e na profissão engenheiro técnico. Na segunda já se refere a licenciatura em engenharia civil e a profissão de engenheiro.Confrontado com a situação, o gabinete do primeiro-ministro atribuía a segunda informação a erro dos serviços parlamentares. E estes responderam às dúvidas do PÚBLICO referindo a existência de dois registos biográficos diferentes com a mesma data. Hoje, a secretária-geral da AR, Adelina Sá Carvalho mostrou ao PÚBLICO os dois documentos, mas não conseguiu explicar a disparidade das informações neles constantes, alegando não poder “responder retroactivamente” à sua entrada em funções.Adelina Sá Carvalho confirmou, no entanto, ao PÚBLICO que os deputados podem fazer alterações aos seus registos a qualquer momento, sem que haja registo das datas em que as fazem. E acrescentou ser normal haver fotocópias em vários serviços do parlamento, uma vez que as mesmas informações têm de ser usadas para fins diferentes.Quem não se conforma com a atribuição de erros aos serviços parlamentares é o antigo adjunto da Divisão de Edições, Álvaro Gonçalves, responsável pela publicação das biografias dos deputados até à V legislatura. “Sinto-me ofendido pelo ataque cerrado aos funcionários parlamentares, que são sempre o elo mais fraco”, afirmou ao PÚBLICO.Reformado desde Janeiro de 1992, Álvaro Gonçalves também não sabe explicar o que pode ter acontecido em concreto com a situação de José Sócrates. Mas afirma que sempre foi prática dos serviços questionarem directamente os deputados quando tinham dúvidas sobre as informações constantes nos registos. “Eu próprio o fiz muitas vezes. Tentei, por exemplo, que a Natália Correia preenchesse as habilitações literárias e ela nunca o quis fazer, ou que o João Cravinho dissesse quais as obras que eram da sua responsabilidade, e ele negou”, conta.

Reacções à entrevista do primeiro-ministro

PÚBLICO:

Várias personalidades da vida pública reagiram à entrevista do primeiro-ministro, José Sócrates, na RTP1.

"As explicações são tardias e esclarecem muito pouco. A entrevista não dissipou dúvidas sobre se tinha tido licenciatura com tratamento de favor. Não é importante para um primeiro-ministro ser engenheiro. A legitimidade de um primeiro-ministro vem dos votos, não dos títulos académicos. Mas, utilizar um título que não se tem, fazer passar-se por aquilo que não se é revela uma falha de carácter, mina a credibilidade e afecta sua a autoridade. Numa matéria desta natureza, depois de esclarecimentos não convincentes, o primeiro-ministro deve ser o primeiro interessado em pedir a uma entidade independente, não tutelada pelo Governo, uma investigação a toda a esta situação. Quem não deve não teme."
Luís Marques Mendes, Líder do PSD

O PCP regista o esclarecimento do primeiro-ministro, José Sócrates, sobre o processo que envolveu o seu percurso académico e a sua licenciatura. Sem prejuízo da utilidade de se ver esclarecida esta questão, não é possível deixar de observar que a mesma tem sido sobretudo utilizada como instrumento de distracção dos reais problemas do país. O que afecta seriamente a credibilidade do primeiro-ministro é o rasto de promessas não cumpridas e as inúmeras decisões que se traduziram no agravamento dos principais problemas do país.
Vasco Cardoso, da comissão política do PCP

José Sócrates não esclareceu porque falou tão tarde. Disse que estava à espera que decorresse o processo de investigação em relação à Universidade Independente mas este ainda está em curso. É uma falácia política. Qualquer cidadão colocado perante tantos factos – a questão da data de lançamento da conclusão do curso, estatísticas erradas que dizem que não houve licenciados no seu ano de curso – teria uma reacção: eu reconheço que a minha vida académica parece uma trapalhada, mas não é, porventura por culpa da instituição. Eu nunca vi um tão grande amontoado de factos erróneos, contradições. Não há como não admitir que a situação precisa de se explicar.
Lobo Xavier, militante do CDS

Há esclarecimentos que o primeiro-ministro não deu. Usou ou não de forma indevida títulos académicos a que não tinha direito? A resposta é sim, voluntariamente ou quanto mais não seja por omissão. Nenhum deputado permite que se reproduzam documentos que lhe atribuem títulos académicos que não tinha. Foi um jovem que se deixou deslumbrar. Quanto ao processo Universidade Independente caiu em contradições: hoje [ontem] falou dos seus professores, ao PÚBLICO disse que não se lembrava dos professores. Pode ser vítima de caos administrativo mas isto tem que ser esclarecido. O caso não acabou.
Pacheco Pereira, historiador e militante do PSD

Eu conheço José Sócrates há muito tempo, a sua verticalidade. Nunca tive dúvidas. O primeiro-ministro respondeu a todas as insinuações, a todas, teve a coragem, serenidade e humildade de levar para ali documentos. Não percebo como se pode pedir mais explicações. Não passa de uma telenovela de tretas. Nenhum partido falou nisto na Assembleia da República o que mostra maturidade da democracia portuguesa.
Jorge Coelho, militante do PS

Busto de Pinto da Costa tirado a Carolina Salgado

Pinto da Costa foi à PSP buscar objectos que Carolina Salgado lhe terá tirado.
Lindo ! Uma carrinha cheia de tralha pintista. Um dos objectos recuperados é um busto do próprio Pinto da Costa. Adorava ter feito aquela fotografia: um empregado de PC transportando o busto do chefe.

Com passo firme e determinado, Pinto da Costa não falou aos jornalistas.
Busca, busca bobby, ataca, ataca!!!! penso eu de que...

PS: amanhã falarei sobre a entrevista de Sócrates. Para já: ficámos na mesma.

quarta-feira, abril 11, 2007

Marques Mendes gestor da Universidade Atlântica em 1999

Sócrates em 1991 já se dizia engenheiro

O desconsolo de Sócrates ao reitor Arouca

As perguntas a que Sócrates não respondeu

Do Público:

As perguntas que esperam uma resposta
As duas referências públicas do primeiro-ministro a este caso foram feitas
por escrito – ao PÚBLICO e à SIC –, mas nunca responderam a questões
concretas. Aqui ficam as questões mais importantes a que José Sócrates
deve responder para clarificar o dossier.
1. Por que razão José Sócrates deixou o ISEL para acabar o curso na UnI?
2. José Sócrates pediu equivalência a 25 cadeiras das 31 que completavam a licenciatura
da UnI. Acabou por receber equivalência a mais uma disciplina, ou seja, a UnI deu-lhe
equivalência a 26 cadeiras. Por que motivo no ISEL teria de completar mais 12 cadeiras
para se licenciar e na UnI apenas teve que fazer mais cinco?
3. António José Morais, então director do Departamento de Engenharia Civil da UnI,
leccionou quatro das cinco cadeiras concluídas na Independente. Segundo o próprio,
este grupo de disciplinas, algumas do 3.º ano, outras do 5.º, representava todas as
cadeiras leccionadas por aquele professor na UnI. António José Morais foi,
simultaneamente ao período em que lhe deu aulas, adjunto do secretário de Estado da
Administração Interna, Armando Vara, colega de Governo de Sócrates, e mais tarde
director do Gabinete de Equipamento e Planeamento do Ministério da Administração
Interna.
3.1. José Sócrates já conhecia António José Morais antes de este ser seu
professor na UnI?
3.2. António José Morais já havia sido seu professor no ISEL?
3.3. Por que razão José Sócrates não identificou António José Morais como
tendo sido seu professor, nas conversas que manteve com o PÚBLICO, ao longo
de uma semana?
3.4. Quantas horas de aulas por semana compunham o horário curricular?
4. Nessas conversas que manteve com o PÚBLICO, antes da publicação da primeira
peça sobre o caso, Sócrates afirmou-se “insultado” pelas perguntas que lhe foram feitas,
disse ter frequentado as aulas e concluído os exames com aproveitamento, mas nunca
forneceu provas sobre o que afirmava.
4.1. José Sócrates não guardou nenhuma prova documental da sua carreira
académica? Nunca levantou nenhum dos diplomas?
4.2. Qual o motivo que levou Sócrates a delegar no reitor da UnI todos os
esclarecimentos, documentais ou testemunhais, sobre o caso, sabendo-se que
Luís Arouca já havia estado na origem de indicações erradas sobre o seu
currículo publicadas no jornal 24 Horas, em que terá referido cadeiras que não
existiam no seu plano de curso?
4.3. Por que razão Sócrates se recusou sempre a responder por escrito às
perguntas formuladas, também por escrito, pelo PÚBLICO?
4.4. Como é que, durante quase uma semana, não foi capaz de citar um seu
colega ou um dos seus dois professores da UnI?
4.5. Qual o motivo por que não apresentou, por exemplo, a sua monografia de
Projecto e Dissertação, tese final do curso?
5. Da matrícula de José Sócrates na UnI consta que não apresentou qualquer documento
de prova das cadeiras já feitas no ISEC e no ISEL e só apresentou atestado das 12
cadeiras concluídas no ISEL, em Julho de 1996, ou seja, quando estava praticamente a
concluir o curso na UnI.
5.1. A que se deveu este atraso?
5.2. Como pôde a UnI aceitar a inscrição, aprovar um plano de equivalências,
permitir a frequência de aulas e a realização de exames sem o documento que
atestava as cadeiras finalizadas no ISEL?
6. Quatro notas das cadeiras concluídas na UnI foram lançadas em Agosto e o diploma
tem data de 8 de Setembro de 1996.
6.1. Sabendo-se ser anormal o lançamento de notas em Agosto, bem como a
passagem de diplomas ao domingo, que justificação é dada para isso?
7. Numa das folhas consultadas pelo PÚBLICO aparece a palavra “isento” no topo da
página.
7.1. Sócrates pagou propinas?
7.2. Que valor foi fixado?
7.3. A despesa entrou no IRS?
8. O reitor Luís Arouca disse por várias vezes que só conheceu Sócrates quando este
ingressou na universidade. No entanto, em trocas de correspondência anteriores,
Sócrates despedia-se “... do seu, José Sócrates”.
8.1. Quando é que Luís Arouca e José Sócrates se conheceram?
9. A que se referia José Sócrates quando, num fax enviado a Luís Arouca que está no
seu dossier de licenciatura, escreveu: “Caro Professor, aqui lhe mando os dois decretos
(o de 1995 fundamentalmente) responsáveis pelo meu actual desconsolo.”
10. Por que motivo não foram corrigidos todos os erros constantes da biografia
publicada no Portal do Governo, mantendo-se a referência errada a uma pós-graduação
em Engenharia Sanitária e continuando a ser omitido o MBA em Gestão já depois de o
termo “engenheiro” ter sido substituído pelo de “licenciado em Engenharia Civil”?

terça-feira, abril 10, 2007

Sócrates, engenheiro da Farinha Amparo

Factos: em 1993 Sócrates era referido num curriculum da AR como engenheiro civil. Como quem faz esse curriculum são os visados, ou dele têm conhecimento, se ele achasse que estava errado, corrigia-o. Eu só escrevo no meu curriculum o que acho verdadeiro e útil. Não vou escrever que em 1970 tirei um curso de fotografia de dois meses na ex- mocidade Portuguesa ( por acaso tirei).

Sócrates tirou um curso de agente técnico que está para um engenheiro como um decorador está para um arquitecto, um enfermeiro para um médico ou um trolha... para um agente técnico.

Em 1996 quando a Universidade Independente ainda não tinha licenciatura em engenharia, Sócrates fez 4 cadeiras com um professor que disse agora desconhecer mas que esteve no governo Guterres e no actual. Nenhum aluno de então se lembra dele nas aulas, salvo o seu motorista de então, que aceita abonar a sua presença. Enquanto o secretário de estado do ambiente Sócrates marrava nas aulas, o motorista esperava cá fora!! Topam ?

Alguém o viu em exames. Entrava depois do inicio, saía antes do fim, ficava na fila do fundo sozinho.

A quinta cadeira foi dada pelo reitor, que nunca dera aquela cadeira e a filha assinou o canudo a um domingo.

Perante estes factos, publicados pelo Público e pelo Expresso, divulgados logo pela Rádio Renascença, o gabinete de Sócrates desatou a ameaçar com processos judiciais a Renascença, Santos Silva chamou de "jornalismo de sarjeta" ao Público.

Há 20 dias que Sócrates está calado tentando gerir este silêncio da mesma forma que o fez durante dois meses depois de ter tomado posse como primeiro-ministro. Não dizia nada a ninguém.

Sócrates acha que fazer de morto resulta sempre. Desta vez não resultou. Fraco, como parece ser em engenharia, fez mal os cálculos e estatelou-se.

Amanhã vai à RTP dizer o quê? Que aquele curso de pós-graduação que tirou numa semana das 9 às 5 , é para esquecer? Já sabemos. Que nem na Ordem os agentes técnicos está inscrito ? já sabemos. Que a bagunçada na UNI o prejudica ? É mentira: Gago disse ontem que há um ano aquilo era uma escola fixe.

O que vai dizer então ? Que estudar não interessa nada ? Que pode despedir os professores porque afinal para se ter canudo não é preciso estudar nem ir às aulas ?
Poupem-nos por favor!...

A arrogância de Sócrates neste caso do canudo saído na Farinha Amparo é igual à que ele põe no caso da Ota, do TGV, da saúde, dos excedentes da função pública.

crates acha que deve ser ele a marcar a agenda, e o que não cai na sua estratégia tenebrosa de propaganda e informação é mal vinda.

Sócrates não governa o país. Governa o silêncio, o seu silêncio.

Portugal em dois anos não arrancou. Não conheço um português médio que viva melhor- vivem todos pior- ficámos para trás não na última carruagem do TGV mas na última carruagem do comboio correio que sai de Sta. Apolónia e para em Alfarelos e que tarda a chegar à Europa.

Esta mentira é tão descarada como aquela em que fez cair os portugueses, quando ganhou umas eleições a dizer que não aumentaria os impostos e depois o fez.

Esta questão das habilitações da treta de Sócrates é triste.
Estamos perante um caso lamentável de novo- riquismo, de faz de conta. Um provinciano que queria à viva força ser engenheiro
Quem quer um país de excelência, culto, responsável, competente, trabalhador, pode apresentar um curriculum assim?

Imagina-se isto em Cavaco, Soares, Guterres, mesmo em Durão ou até em Santana ?

Comprava um carro usado a Sócrates ?

Blow-Up

O You Tube só me traz agradáveis surpresas. Até tem o Blow-Up, um dos filmes da minha vida.

A Dama de Xangai de Orson Welles, homenagem

Ted Conferencia de James Nachtwey

segunda-feira, abril 09, 2007

OMO o detergente que mais lava em Portugal

O OMO é o detergente com mais sucesso em Portugal.
Deve ser dos sítios do globo onde se lava mais branco. Temos memória curta. Atiramo-nos às figuras públicas como gato a bofe, fazemos julgamentos populares, usamos e abusamos da má língua até engolirmos o nosso veneno mas no fundo somos uns tansos, uns otários ( Viva a Ota, eheheh!!) que à primeira oportunidade devolvemos a inveja, o ódio, em forma de lavadela em barrela a condizer.

Vem isto a propósito da forma como as televisões e as revistas do coração têm feito uma lavagem a Carlos Cruz. Eu percebo que é aceitável que uma figura polémica e popular, controversa, chame público pelas melhores e piores razões. E se Cruz vendeu pelas piores razões, agora pode vender pelas melhores.

As parangonas da passada semana que puseram o arguido da Casa Pia como se se tratasse do regresso de um herói, fazendo dele uma vitima, um protagonista de uma história menor em que ele teria sido vitima, o retrato de um bom pai de família (somos todos meus caros, todos) que agora tem dificuldade em realizar que quando vem a Lisboa não vai a caminho do tribunal é de um ridículo atroz.
As revistas rosa que passaram das historietas das madames recauchutadas, às mais lamentáveis intromissões na esfera privada com o uso de uns franco atiradores, designados à pressa por paparazis, descobrem agora outra face: o branqueamento de protagonistas envolvidos em sérios casos de justiça. Já tinha acontecido com a trágica morte do empresário que levou à prisão da socialite sua esposa, acontece agora com Cruz.

Não se trata de condenar ninguém, para isso existem os tribunais. Mas se não os devemos julgar na praça pública, também não os devemos endeusar ou torná-los em pobres vitimas.